IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
divagando...
esvoaçavam as andorinhas
no vento forte e frio da manhã...
é um dia na primavera,
um dia no verão da vida,
um fim de tarde quase a anoitecer...
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estrelas no céu....
Quis fechar as janelas,
e aí, deixava de ver as estrelas...
quanta loucura...
despi-me, deitei-me na noite escura
sobre a relva fria que nem senti,
e adormeci,
ao fazer amor com elas...
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fim do dia...
só agora vi, chegou tão rápido o fim do dia,
e minhas mãos nada têm,
nem o cheiro de teu perfume,
nem o aroma da água salgada,
e meu corpo continua frio, esperando o lume.
talvez os dias de domingo sejam assim,
isentos e pesarosos,
de manhãs longas e tardes a correr,
espaço para os amantes e o pôr do sol,
onde nos labirintos encontram o prazer.
aconchego meu corpo por entre o nada,
e a parede nua é testemunha
do silêncio a medo que aqui faz...
talvez sejam resquícios do inverno que passou,
talvez lembranças de outras manhãs...
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tons de abril....
os fins de tarde trazem a nostalgia,
os tons laranja, ou amarelo ocre,
pelo sol que segue para outras paragens...
gravado no olhar, no pensamento,
o azul do céu na manhã,
e o verde do mar imenso e calmo...
e é com estes tons que fecho os olhos
e aguardo um novo amanhecer...
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à descoberta...
nasce o dia neste jardim,
ainda o orvalho não acordou...
cada botão de rosa,
cada flor a desabrochar,
faz-nos parar, fechar os olhos,
é um segredo a revelar...
como um sorriso,
como um olhar penetrante,
será sempre belo e preciso
a descoberta... talvez até fascinante...
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o tempo...
abrem-se as janelas do tempo,
que já passou, que vai passar...
espreito sem entrar, e nada vejo.
que importa o passado, o futuro,
se é o presente que me faz sonhar...
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Dia de primavera...
inventam-se as tardes
os dias, as manhãs de primavera,
inventa-se o sol,
inventam-se sorrisos e alaridos,
um relvado, uma toalha à tua espera...
e assim amor, de uma quimera
chegamos ao paraíso,
onde não há nuvens, nem dias cinzentos,
apenas sonhos e muitos passatempos...
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os pássaros...
eram dois pássaros negros,
negros como os xailes das mulheres viúvas...
sobre os cabos que atravessam a rua,
eles se tocavam, se catavam,
penso até que se beijavam.
cantarolei, assobiei,
mas não me ligaram.
peguei máquina fotográfica,
disparei,
e eles não se incomodaram.
assim se passou o dia,
passaram-se outros dias, outras noites,
e os pássaros como por magia
ali ficavam, como se não houvera fome,
sede, ou coisa alguma...
os pássaros que ali estavam,
não eram aves, nem sombras do além,
mas tão só reflexos de nós,
almas gémeas em sintonia,
pedaços de nós viajando no espaço,
matéria viva do encanto eterno...
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imaginário...
seria tão fácil
te levar ao mundo dos sonhos...
seria tão difícil
me perdoar, se te decepcionasse...