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no silêncio...

Quarta-feira, 11.09.19

inverno.jpg

estão caladas as árvores

e a relva e todo o mundo em redor.

não adianta fazer de conta,

nem esperar que o pássaro cante na gaiola.

este silêncio, é o meu mundo

onde o silêncio é dono e senhor...

sabes, talvez seja sinal dos tempos,

deste inverno cinzento que pesa

e nos arrasta pelas ruas,

ou da voz que se perdeu,

que se acanha nos momentos,

ou apenas seja um sinal,

sinal de que tudo o vento levou

por entre a abertura dos dedos...

imploro por ti, primavera,

pelo céu azul e brisa fresca no rosto,

pelos cheiros, pelos verdes prados,

pela ilusão de uma nova era,

por um beijo ardente (uma quimera),

até lá, talvez hiberne...

sabes, não adianta fazer de conta...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:11

outros horizontes...

Sábado, 31.05.14

 

 

abro meus horizontes,

minhas fronteiras,

e todos os caminhos agora são meus,

estradas, avenidas,

até o caminho das estrelas,

tudo está à minha frente

 

como quem viaja, e vê uma miragem,

no pensamento, a fantasia

dos loucos, a fugaz alegria 

de que é possivel seguir sempre viagem.

 

abro meus horizontes,

minhas fronteiras,

agora sem portagens, sem montanhas,

sem mar, sem rios, sem pontes,

apenas avenidas de flores e cor,

árvores ladeando quem passa em esplendor...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 14:05

raízes... de vida!!

Sexta-feira, 16.05.14

 

 

parecem iguais os dias de todos os dias

como iguais as histórias  de vida...

mesmo ao lado, as árvores que crescem, crescem

e que nem demos conta... como cresceram

dizemos nós, quando olhamos em retrospectiva...

a nossos pés, as raízes que tudo tomaram,

que se alimentaram

e nós nem sentimos.. e elas ali, rebentando os caminhos...

 

parecem iguais os dias de todos os dias...

mesmo sentindo nas veias, 

no mais profundo do ser

que as histórias de ontem são páginas viradas,

a cada novo dia, a cada novo respirar

como as raízes que crescem, crescem,

haverá sempre um capítulo a recordar,

ainda que o livro esteja inacabado...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:51

outras árvores...

Domingo, 11.05.14

 

 

 

sinto que nasci árvore de mil folhas,

sendo que cada folha seria uma história de amor...

algumas caíram ao crescer, sem dor,

outras se agigantaram,

e a pouco e pouco, sinto que me vergaram,

por não quererem voar,

ou até, simplesmente planar

na brisa que passava...

(amar, é seguir viagem em qualquer estrada...)

 

passados tantos anos

a árvore crescendo quase até o céu,

contam-se os ramos,

as folhas ainda verdes, sem danos,

e novos rebentos espreitando a vida...

(amar, é uma longa estrada, quantas vezes proibida..)

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 11:01

como uma árvore...

Sábado, 14.09.13

 

 

 

queria ser como a árvore de grande porte

que cresce, cresce, e lá do alto tudo vê...

aposto até que consegue ver os anjos no céu,

os caminhos da felicidade,

os trilhos que o destino nos ofereceu.

 

nas suas raízes, longas e fortes,

a sabedoria dos tempos,

a paciência que não se esgota

e se reforça nos contratempos...

 

braço a braço vou subindo, escalando

cada tronco da árvore...

um dia também serei copa, tocando,

beijando o céu...velarei por teu mundo...

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:12

como uma árvore....

Segunda-feira, 27.05.13

 

 

 

queria ser uma árvore

de longos braços,

fundas raízes,

em que meus abraços

tocassem teus ombros,

te prendessem a mim,

como um ninho de aves

feito casa de amor...

 

poderia vir a tempestade,

as chuvas de Abril,

poderia até vir o fogo

ou o abate sem dó,

mas acredita,

por cada ramo cortado,

mil rebentariam,

até se concretizar o sonho

de seres árvore a meu lado...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 23:06

Árvores do meu jardim...

Domingo, 09.12.12

 

 

 

parecem tristes

as árvores do meu jardim,

sem folhas,

braços estendidos ao frio, à chuva,

como que antevendo o fim...

 

mas não, apenas estão dormindo...

e eis que me segreda uma ao ouvido:

"logo, logo será primavera,

e em cada ramo,

na folhagem que me vai cobrir,

haverá festa, passarada a sorrir,

a fazer amor, gestos de carinho..."

 

se eu pudesse, se eu fosse passarinho,

voaria naquela árvore,  e iria pedir

se me deixavam fazer um ninho...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:51

O MEU REINO É DESTE MUNDO

Domingo, 13.01.08

 

 

Era uma vez um Rei, que vivía no seu elegante castelo, alí para as bandas do mar.

Esse Rei, cujo poder apenas se cingia ao seu castelo, tinha como hobbi admirar o que havia feito ou mandado fazer. E quanto mais admirava, mais vaidoso se tornava.

 

 

 

 

   

                    

  

Se estava frio ou a chover, deitava-se na sua poltrona, e olhava para o tecto do seu salão ( e como ele gostava de ver os "frescos" lá pintados).

Se fazía sol, ou a temperatura convidava a um passeio pelos seus famosos jardins, era vê-lo na espreguiçadeira, admirando as flores ou ouvindo o cantar dos pássaros (no início da primavera, gostava de ouvir as ondas do mar - parecía que íam chegar até sí).

 

 

 

 

Mas o nosso Rei não se sentía realizado...

Plantava árvores, para pouco tempo depois deitar abaixo, fazía canteiros com flores perfumadas mas que ao caír das pétalas, o desgostava, e logo as arrancava...

 

 

Que fazer para o Rei se sentir feliz?

 

 

Um dia por lá passou uma donzela, loura, terna, que se havía deixado levar pelas ondas do mar.

 

O nosso Rei, ao ver a beleza na donzela, logo esqueceu o seu palácio, o seu jardim, tudo o que havia plantado...aquela imagem tirou-o do sério.

Sería alguma sereia que havía dado á costa??

E se fosse apenas imaginação?? - beliscou-se...Não, é mesmo verdade

 

O Rei parecía louco...não sabía o que fazer...

 

 

E pergunta o narrador: "o que faría qualquer um de nós no lugar do Rei?"

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:06