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manhãs de março...

Domingo, 15.03.15

 

virgem e ardente, o sol

nas manhãs de Março...

 

incautos, seguem em passos largos

os amantes, sós,

fingindo olhar o mar

ou com quem se cruzam na manhã.

 

sorrindo ou olhar distante,

ninguém diz nada,

apenas a respiração é ofegante,

como quando alguém faz amor

pouco antes do finalmente.

 

queria ser como tu, sol,

ardente e promíscuo

em todas as manhãs de Março,

em todos os dias, quando o pensamento

vagueia por águas profundas...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:03

pássaro ferido...

Domingo, 11.01.15

escrevo, palavra por palavra,

no silêncio onde nos escutamos

e nos entendemos ...

soltamos as músicas,

as letras que bebemos

e ouvimos até as lágrimas caírem...

como pássaros feridos,

escolhemos o ramo mais alto,

a árvore mais frondosa,

até que o fogo da vida 

nos faça voar novamente...

fecho os olhos mais uma vez,

ouço o cantar da alma ferida,

e vejo o filme da paixão nunca esquecida...

amanhã, quem sabe, 

renascerá a luz, a esperança perdida...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 15:22

nunca é em vão...

Domingo, 04.01.15

 

não foi em vão que criei um céu só para mim,

uma constelação de estrelas,

um reino, onde o sol era a estrela maior,

e a lua, as quatro faces de um louco amor.

 

não foi em vão, que das águas paradas

criei um mar, ondas de vida,

inventei caravelas aos amantes perdidos,

insaciados, e no tempo esquecidos.

 

não foi em vão, que nos tumultos da paixão

abri mão dos sonhos... e fez-se luz na escuridão...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:19

histórias e fantasias...

Segunda-feira, 03.11.14

 

 

eras miúdo como os botões de rosa a abrir,

sonhavas voar como as aves,

e o teu mundo era um barco de papel.

 

no teu mundo, tudo era possível,

como falar com as estrelas

ou andar sobre as águas do mar...

 

mas esse era o mundo da fantasia,

das histórias de contar,

dos finais felizes, como que por magia.

 

um dia o botão de rosa floriu,

e pétala a pétala foi caindo da floreira,

todos os sonhos se queimaram numa fogueira

feita de estrelas, de mar, e de teu rosto, que um dia sorriu...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:49

o que semeamos...

Domingo, 02.11.14

 

 

semeamos os ventos para levar as aves

e esquecemos de todos os outros animais...

tudo o que cultivamos, perdeu-se no tempo,

sem história, e da vida, nem pequenos sinais.

 

falta pouco, muito pouco para nova sementeira,

sem ventos, sem fim de estrada, sem canseira...

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:45

outros sons...

Sexta-feira, 31.10.14

 aos meus ouvidos, no silêncio,

soam frases intemporais,

versos que rasgam os sentimentos

e lhes retiram das entranhas

tudo o que de belo canta o amor

 

felizes os "tocados" pelo dom,

que sendo grandes, sofrem na dor,

carregando dentro de si

um bater mais forte do coração...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:15

sinais...

Quinta-feira, 23.10.14

 

nunca serão em vão

os passos dados,

no areal marcados,

nunca temendo o mar,

olhos nos olhos

como que a segredar,

"eu te amo"...

 

nunca serão em vão

os sorrisos na manhã,

abafados pelo cobertor de lá,

esperando que se fizesse dia...

as horas jamais existem

nem tão pouco a monotonia

se me dizes, "eu te amo"...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:07

breves momentos....

Sábado, 19.07.14

 

 

abri meus braços, meus abraços

ao corpo teu que rodopiava, ganhava vida

ao som de uma música que eu não entendia...

a música que eu te oferecia,

saía do silêncio das palavras,

do pulsar das veias na madrugada...

deixa-te levar, embalar

pela melodia dos sentidos.

são tão breves os momentos permitidos,

como se não houvera amanhã,

sonhos, avenidas de mil flores,

como se não houvera jamais

paraísos para todos os amores....

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:46

lágrimas...

Quarta-feira, 02.07.14

 

 

 

 

 

corre um fio de água no meu olhar,

frio, transparente, quase cruel...

impossível conter, parar,

como se meu mundo fosse um mar,

onde desaguam os sonhos,

e os pesadelos... e os desassossegos...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:47

no teu olhar...

Terça-feira, 24.06.14

 

 

nas enseadas da vida,

tantos e tantos os atalhos

que levam a lado algum...

no fundo mais fundo de teu olhar,

o abismo, o precipício,

uma manta de retalhos

com que nos cobrimos ao luar...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:00