IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
na janela...
a noite chega, devagarinho,
quase sem darmos por ela,
apenas o céu e o infinito,
as estrelas e a lua,
e o pensamento que se perde
no parapeito da janela virada para a rua...
queima-se mais um cigarro,
inventam-se "argolas" no fumo
lançadas no espaço... sem rumo.
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horas mortas...
deixa-te seduzir pelo momento,
pelo som das ondas que a brisa leva até ti...
ouves o mar? o borbulhar da espuma na areia?
tenta fechar os olhos, abre teu pensamento
e deixa fluir os sonhos, como se pudesses voar...
espera... abre teus braços,
tuas mãos, que eu possa segurar
e seguir, como se vidas presas por frágeis laços
sabes, sinto sede do calor de teus lábios,
do fumo do tabaco que sustínhamos sem respirar
como se o travo nos fizesse levitar...
deixa-te seduzir pelo momento...
só mais um cigarro,
um beijo... um recorte no tempo,
até que a noite me embale em seus braços
e os sonhos repousem nas nuvens, embaladas pelo vento...
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Apenas palavras...
escrevo palavras,
letras com som,
que desenhadas
ou até pintadas,
quando rimadas,
tocam o coração....
soubera eu tocar,
em forma de piano
ou até de violão,
e haveria eu de cantar
as letras com som,
numa bela canção...
acendo um cigarro
à noite na solidão,
a esplanada vazia,
o roncar de um carro,
a aragem por companhia,
e queimo mais um cigarro...
e saem palavras à solta,
a voz em rouquidão,
é apenas uma canção
que implora tua volta
chorando o coração,
que ninguém vê na escuridão...
escrevo palavras,
letras com som,
enquanto acendo um cigarro
à noite na solidão...
e saem palavras à solta...
é apenas uma canção...
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Mais um cigarro?
Acendes um cigarro
que partilhamos,
num beijo quente,
num beijo ardente,
contendo a respiração...
E abraçados ficamos
parados no tempo,
naquele beijo ardente,
com o fumo em excitação...
Soltam-se os lábios,
solta-se o fumo,
quais sonhos em levitação...
São perfeitas uniões que sobem,
quão perfeitos os lábios
que em perfeita harmonia,
fazem realidade a fantasia...
Acendes mais um cigarro
que partilhamos,
e fumando nos olhamos,
dois corpos num só,
almas sentindo magia,
e no queimar do cigarro
nascem sonhos e poesia...
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Na Esplanada...
Vazia está a esplanada onde me sento,
lusco-fusco, algum relento,
nada peço, apenas admiro a paisagem...
Passam as pessoas, absortas,
e não me vêm ( ou fingem não ver),
sinto-me como noutra margem
perdido no próprio ser...
Telemóvel perdido na mão,
(fingimento de ocasião),
como se algo fora acontecer...
(Como é triste a solidão...)
O cigarro é boa companhia,
ondas subindo na imaginação,
brilho da chama em ascensão...
Alguém se senta a meu lado,
perfume barato, em evaporação,
e um piscar de olhos...sem razão...
Finjo não ver...não é a ocasião,
e puxo de outro cigarro...
O fumo inebria meus sentidos,
sensações, prazeres proibidos...
Porquê adiar o que tem de ser??
Levanto-me num ápice e digo:
Queres um cigarro??
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Dás-me lume?
Faz-se tarde na tarde fria,
solta-se o vento,
os espíritos da noite,
e caminhando no tempo,
procuro onde pernoite...
Abres-me a porta de teu ser,
onde me abrigo,
onde sacio meu querer,
e cansados da madrugada,
acendemos mais um cigarro.
E mais um, na noite fria,
que partilhas comigo,
sem exigência, sem queixume,
e num olhar de amigo,
num olhar atrevido, dizes, "dás-me lume??"