IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outono
nunca será em vão
que te procuro,
e no vazio mais escuro,
ou no clarear por entre os dedos da mão,
renasces Outono
a cada ano,
a cada fiel estação...
é ver-te assim de mil cores,
de folhas caídas pelo chão,
de lágrimas (poucas),
de apertos no coração,
que renasce a esperança
em cada rebento colorido,
em cada vaso de barro ou de latão
em forma de orquídea,
haste firme, porte sofrido,
nas noites frias, a cada novo dia...
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tardes de outono...
meu amor, meu amor,
tão leve e suave o chamamento,
como o sol que nos beija nesta tarde de outono...
ter-te aqui, ler-te aqui,
é como respirar o ar puro da planície,
que envolve a alma,
sem ruídos, sem movimento,
apenas nós,
nesta tarde tão seca,... tão calma...
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pingos de chuva...
pingo por pingo,
um atrás do outro
e mais outro atrasado,
quando chegado
enfim ao destino,
em mil pingos transformado
de contente gritava:
"Biiiiiiinnngo"!!
Tão bom, tão doce
o cheiro a terra quente,
aqui e ali salpicada
e que prometia molhada
a noite, da chuva à muito carente....
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28 ºC....
quanto desassossego nas horas mortas,
no ar que respiro e me sufoca.
este tempo, já não é o meu tempo
nem das cigarras que deixaram de cantar...
devoro mais um cigarro
que queima tanto como o tempo que faz,
e nem o fumo que um dia ambos sugamos
me liberta a memória de tanto sonhar...
talvez o tempo tenha mudado...
talvez seja eu no tempo parado...
quem sabe, a areia da praia,
o suave beijo do mar
me faça renascer...acordado...
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sons de outono...
do rochedo, ouvindo o mar, fiz minha casa,
sem tecto, sem paredes,
ou antes, meu tecto é o céu que me cobre,
e a lua, a luz que incendeia meus sonhos...
deitado, estendo minha mão até o mar que me rodeia,
toco ao de leve a água fria
e lentamente, na memória, é tua pele,
a tua pele que por entre meus dedos fugia...
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monotonias...
de que servem as horas de sol e luz,
da monotonia dos momentos,
do perfeito embalar das ondas do mar??
caminhando contra a ordem dos tempos,
palmilhando os segredos do areal,
talvez partilhe também os meus
como se houvesse sublevação das coisas,
a revolta natural das coisas...
sinto-me perdido neste Outono de Agosto...
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outono...
manhã de Outono,
fria e cinzenta,
sem chama,
sem história. atenta
a primavera da vida,
escutando os sinais
no pio dos pardais,
mensagens de quem ama...
as manhãs de Outono
não são sempre iguais...
quem ousa escutar o vento,
ler nos sinais do tempo
os desabafos da alma,
os gritos contidos de um corpo sedento?
sabes, ainda ouço o silêncio
das quatro paredes,
o murmúrio das vozes
por entre os lençóis,
o gemer dos corpos
no ímpeto do prazer a dois...
finjo tudo esquecer
na manhã fria de Outono.
tanto mar, tanto mar, tanto caminhar
pelas areias limpas, em que me abandono...
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outono...
era noite quando bati em tua porta,
lembras? deixaste entrar,
e a medo serviste o Outono que chegava,
o inverno das incertezas,
e a primavera que haveria de desabrochar...
repara... batem à porta!
é o Outono renovado a voltar...
parece que foi ontem, lembras?
e no entretanto, tanto sol, tanto verão, tanto mar...
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verdes são as folhas...
são verdes os teus beijos,
verdes como as maçãs de Agosto,
verdes como as folhas na primavera...
e de tão verdes, têm a frescura
do orvalho de cada fim de tarde,
a juventude que mora em teu rosto.
e por isso Amor, como roubar beijo teu,
se ao tocar os lábios meus,
o verde esperança de teus lábios
se transformaria em cores de Outono,
amarelo, laranja, vermelho e dourado,
e voaria ao sabor dos ventos?..
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Árvores do meu jardim...
parecem tristes
as árvores do meu jardim,
sem folhas,
braços estendidos ao frio, à chuva,
como que antevendo o fim...
mas não, apenas estão dormindo...
e eis que me segreda uma ao ouvido:
"logo, logo será primavera,
e em cada ramo,
na folhagem que me vai cobrir,
haverá festa, passarada a sorrir,
a fazer amor, gestos de carinho..."
se eu pudesse, se eu fosse passarinho,
voaria naquela árvore, e iria pedir
se me deixavam fazer um ninho...