Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


navegando...

Quinta-feira, 12.01.17

rabelo.jpg

   

olho o horizonte limitado a quatro paredes,

pintadas sobre um areado imóvel

num branco que já se perdeu...

se eu fosse livre, queria ser rio,

espelho de água que retrata o céu

e que de longe namora quem lhe acena...

pinto a imagem num olhar teu,

um sorriso vivo, cândido, perfeito,

qual vela ao vento

num barco rabelo,

carregando vida, sonhos,

se sonhar foi sempre teu jeito...

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 21:11

na palma da mão...

Terça-feira, 20.05.14

 

 

 

é nas águas calmas de um rio

que navega o pensamento,

sem barco, sem remos,

apenas flutuando, deslizando

tal a leveza que leva dentro...

 

não ousem tocar, acordá-lo,

ou numa pequena onda

puxá-lo à margem,

pretende-se demorada a viagem

antes que o mar possa levá-lo...

 

se chegarem as chuvas de Abril

e se os desenlaces forem mil,

outras águas calmas surgirão,

num rio, num ribeiro, numa concha em minha mão...

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 21:56

como um rio...

Segunda-feira, 10.03.14

 

 

 

como um rio

que em desafio

segue entre margens,

como um barco

remo a remo

contra a corrente,

teimosamente

lanço amarras

onde nada me prende...

 

ao longe,

uma estrela cadente

e mais mil a brilhar

num céu infinito e presente...

 

num olhar sereno,

ausculto a alma

e não vislumbro paz...

nada a satisfaz...

tanto luto..tanto enredo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 21:26

de quantas águas...

Terça-feira, 04.03.14

 

 

 

de quantas águas se faz um rio,

rio navegante para o mar,

de quantas lágrimas precisa um navio

para a bom porto chegar??

 

lágrima por lágrima, gota por gota,

lava-se a calçada pela saudade rota,

irrigam-se as faces pelas horas ao relento,

desesperam os olhos pelo desalento.

 

eis que chega o marinheiro

de muitos mares, do mundo inteiro,

habituado ao sabor das ondas, da tempestade,

e diz, "soltem as amarras, lancem o barco à liberdade..."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 22:12

não há estrelas no céu...

Terça-feira, 21.01.14

 

 

 

correm os vultos na rua

como que imbuídos de chegar

onde o pensamento os leva.

atropelam, seguem em frente.

nada detém quem a pressa faz voar...

 

loucos, loucos e insensatos,

não pensam nem sonham

que o destino é uma cruz, um altar,

uma tábua... rio sem margem,

mar sem ondas, céu sem estrelas...

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 19:21

meus barcos...

Sábado, 07.09.13

 

 

lancei meus barcos ao rio,

barcos de pescador sem redes.

em cada barco, um baú de recordações,

histórias vividas ou violentadas entre paredes...

 

esses barcos não têm timoneiro,

não têm vela para seguir os bons ventos.

são barcos fantasmas, perdidos,

como os corações sós, sofridos, entre lamentos...

 

se os vires, não tenteis a salvação,

deixai-os seguir, naufragar entre as turvas águas,

deixai-os afogar, que se apaguem as memórias,

as agonias, os sonhos e as mágoas...





 

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 22:23

rios de amor....

Quinta-feira, 29.08.13

 

 

 

fecham-se meus olhos na paz da escuridão,

onde rios de águas límpidas, calmas,

deixam navegar barcos de paixão.

 

qual navegante de teu corpo á vela,

percorro, encontro os espaços,

que culminam no brilho de uma estrela.

 

sorriem meus lábios pelos peitos teus,

pelo deambular no pico do prazer...

agora, todos os rios são meus....





Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 22:31

momentos.....

Quarta-feira, 24.07.13

 

 

 

apenas um beijo na brisa da tarde,

um olhar ardente no tempo que passa,

um cigarro partilhado por entre o desejo

que fervilha, olhando o rio, águas mansas...

 

e de pequenos nadas, se faz história,

por entre caruma e azul confidente,

no silêncio dos pássaros que esvoaçam,

no comprometimento das árvores surdas...

 

deslizam as gaivotas nas águas paradas,

tecem-se sonhos na brisa que passa...




Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 21:40

como um rio...

Sábado, 19.01.13

 

 

sempre esperarei por ti,

ainda que as horas sejam pesadelos,

ou apenas saltos de cotovia.

esperarei por ti na noite

porque são tuas mãos, teus lábios,

que me adormecem até ser dia.

esperarei por ti ouvindo o cantar do rio

quando de pedra em pedra,

vai correndo para o mar...

assim como o rio, é este o meu fado

de em teus braços desaguar...

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 18:26

Como um rio...

Domingo, 31.10.10

 

 http://jn.sapo.pt/Storage/ng1322255.jpg

 

(ficção)

Dolorosa e tão difícil a separação...

Entre nós a ténue linha de uma parede,

um abismo em forma de rochedo,

um precipício cavado pela teimosia...

Do lado de cá, sinto tua respiração,

cada lágrima que cai no chão,

teus dedos a parede tacteando

como se pudessem alcançar os meus...

Triste, dolorosa e perversa  ilusão...

 

Cai a noite, o desassossego,

as voltas e mais voltas na solidão,

a procura de companhia na TV...

Sinto-te do lado de cá, a meu lado,

tais os ruídos, o ensurdecedor de teus passos

que ecoam no espaço vazio...

Preciso sair, correr, ganhar espaço,

e como a correntia de um rio,

deixo-me doentiamente levar para o mar,

mar de espuma, de força, de morte...

 

 

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Alexandrino Sousa às 12:19