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paz...

Domingo, 26.03.17

 

lareira.jpg

 

perfeita melancolia na tarde

ouvindo a chuva cair,

o crepitar da madeira que arde,

os olhos em sossego latente...

 

o pensamento querendo fugir

para um abraço, tão e tão presente,

perfeito equilíbrio, quase sedução

pelo tempo que faz,

como se não fora precisa oração

implorando, buscando paz...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:42

divagando...

Terça-feira, 28.10.14

faz-se tarde, amor,

e o tempo teima em correr

como se em busca de algo

ou fugindo do passado.

 

em vão semeio pontes,

caminhos, ou avenidas 

repletas de flores, 

onde te pudesse encontrar

num passeio primaveril...

 

não, agora lembro

que não gostas de flores,

e os passeios cansavam-te,

como se a cada passo

germinassem dores...

 

faz-se tarde, amor,

como tarde é passado

na noite que já chegou...

olho as estrelas, que já não brilham,

e pensando bem... talvez nunca seja tarde, amor...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:59

é tarde...

Quinta-feira, 05.06.14

 

 

 

é tarde... tão tarde como a chuva que vai cair

num tempo que já não é o seu...

algures, esperando a sua vez,

a luz dos dias eternos, os aromas do verão,

os sorrisos, os passeios, mão na mão...

aguardo a chuva passar... sim, vai passar,

e assim que a brisa suave chegar,

mando-te um convite, um bilhete perfumado,

quem sabe mandarás resposta

num qualquer raio de sol, num breve afago...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:43

faz-se tarde...

Segunda-feira, 03.02.14

 

 

 

faz-se tarde...

 

pudera eu lançar a rede

e pescar todos os medos

espalhados nas veias,

todos os enredos

que me sufocam...

 

soltar-me dos grilhões

de todas as prisões,

romper todas as teias,

as agruras  que me tocam...

 

pudera eu ser mar,

ondas de rebentação

onde nada sobrasse,

nem do pensamento

nem do sonhar.

 

pudera eu ser infinito,

pedra, metal nobre,

um puzzle, um labirinto,

ou simplesmente o céu, que cobre

os pobres de espírito...

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:36

tarde de inverno...

Domingo, 26.01.14

 

 

tarde de inverno e desassossego,

tarde de domingo onde me prendo

ouvindo a chuva cair...

não se ouve um bater de asas,

um cão a latir,

tudo permanece quedo

mas eu sei que é tudo a fingir,

não vão acordar os fantasmas do medo.

 

se não fosse esta chuva, este enredo,

juro que inventaria asas de voar,

um caminho, um só sentido,

um paraíso, um abraço ao chegar,

um beijo (ainda que proibido),

mil histórias para contar

e acrescentar, num livro interrompido...

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:09

horas mortas...

Sábado, 25.01.14

 

 

 

são de angústia as horas mortas,

partilhadas pelo silêncio e pela luz,

saltando uma após outra, triste cruz,

até que se canse o olhar...

 

até o mar, outrora em ruidosos brados,

permanece calmo, silencioso,

talvez se culpando, ou se sinta medroso

das forças que regem o universo

 

como o mar, meus medos me tomaram,

me tornaram seu refém

no pensamento agora sem dono, sem ninguém,

nas horas mortas, neste silêncio sem fim...

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:17

divagando...

Sábado, 27.04.13

 

 

esvoaçavam as andorinhas

no vento forte e frio da manhã...

é um dia na primavera,

um dia no verão da vida,

um fim de tarde quase a anoitecer...

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:34

fim do dia...

Domingo, 21.04.13

 

 

 só agora vi, chegou tão rápido o fim do dia,

e minhas mãos nada têm,

nem o cheiro de teu perfume,

nem o aroma da água salgada,

e meu corpo continua frio, esperando o lume.

 

talvez os dias de domingo sejam assim,

isentos e pesarosos,

de manhãs longas e tardes a correr,

espaço para os amantes e o pôr do sol,

onde nos labirintos encontram o prazer.

 

aconchego meu corpo por entre o nada,

e a parede nua é testemunha

do silêncio a medo que aqui faz...

talvez sejam resquícios do inverno que passou,

talvez lembranças de outras manhãs...




 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:12

no entardecer...

Sábado, 13.10.12

 

 

é no entardecer das tardes de Outono

que o aconchego desperta,

que a saudade como que aperta

este espírito frágil, sem dono,

mas tocado pelo amor em silêncio...

 

recosto-me nesta cadeira vendo as primeiras estrelas,

meu corpo coberto por esta manta que já foi nossa,

e todo um enredo se liberta no meu pensamento...

e como num filme, recorda-se cada momento

cada cena, sendo nós os actores a vivê-las...

 

frágeis são os finais de tarde de Outono,

como frágeis os amores que nasceram no verão,

ao sabor das ondas, dos apelos da estação,

mas eternos os amores ligados por este fim de tarde,

pela nostalgia das cores, pelo frio, pelo aperto no coração...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 23:19

momentos sensíveis....

Sábado, 13.10.12

 

ficam sensíveis as tardes de Outono,

de tão sensíveis que ora choram 

quando se passeiam as nuvens,

ou então riem fantasiando-se de verão.

 

e no silêncio desta estação,

a sensibilidade contagia minha alma...

 

leio poesia, bebo as palavras como passatempo,

como se cada verso, cada poema,

trouxessem a paz a este mundo de dilema,

de contradições, como este tempo...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:15