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Traços de Vidas (II)

Sexta-feira, 22.01.10

 

 

http://lexisoseuestilo.files.wordpress.com/2009/05/costureira.jpg

 

Levanta-se, e ainda ensonada,

pé fora da porta, e de uma assentada,

corre para a máquina parada,

unindo a vida, à coisa desengonçada...

 

Tanta linha a correr,

tanto tecido a cozer,

e a esmola que vier,

dê para o que der,

a gente se há-de haver.

 

Triste fado de quem é pobre,

Quem nada exige, e tudo lhe tiram...

Vidas sem vida, tal como a agulha, furadas,

sonhando com outras madrugadas...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:35

Traços de Vidas (I)

Quarta-feira, 20.01.10

 

https://1.bp.blogspot.com/_jjPydjEc4kw/SY22ObAaL-I/AAAAAAAAAOA/LbyxbMEhBsw/s400/Varina.jpg

 

(Varinas...)

 

Ainda o sol vai nascer,

e já se ouvem seus pregões,

descalças ou chinelas nos pés,

calcorreiam os quarteirões

com cesto a abarrotar,

do que foi roubado ao mar.

 

Mar que lhe levou a gente,

o pai, o irmão, o marido,

mas mesmo com coração ferido,

aceita na sua cabeça levar

o peixe, que será vendido,

assim se vingando do mar...

 

Ai que triste sina esta,

vender assim coisa morta,

indo bater porta a porta,

antes que o cheiro impeça,

antes que o sol que atesta,

não deixe ganhar a esmola...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:12

Traços de Vidas...

Terça-feira, 19.01.10

 

 http://br.artmajeur.com/0/images/images/ligiapfspinelli_3899977_lavadeiras_no_rio.JPG

 

(Lavadeiras...) 

 

Subo a estrada íngreme

na íngreme estrada da vida,

ali, mesmo ao lado,

debaixo de cobertura,

mulheres em inclinada postura

torcem o seu longo fado.

 

Torcem que torcem,

viram que viram,

e a roupa vão lavando

em água corredia,

e as conversas de rua,

na rua ficam em dia...

 

Mulheres em extinção,

num trabalho árduo e duro,

que a nossa civilização

quis destronar, e conseguiu,

pois já ninguém lava à mão

nos ribeiros ou nos rios...

 

Quanta saudade desse tempo,

da alegria e da cor,

da roupa estendida ao vento,

das canções em redor,

do tempo sem tempo,

em que a vida parecia melhor...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:15

RUMOS

Terça-feira, 27.10.09

 

http://www.interarteonline.com/Lucemar_de_Souza/Altas/Despedida.jpg

 

Faz tempo Amor...

faz tempo que não existes em mim,

que partiste,

que sorriste,

ao dizer-me adeus...

 

Faz tempo Amor...

que eu já não sou quem era,

que te idolatrava,

que te amava,

como nunca amei ninguém...

 

Faz tempo Amor...

que deixei de me ver ao espelho,

que envelheci,

quase morri,

quando no mundo me vi só...

 

Faz tempo Amor,

que o tempo

era o meu tempo,

e eu era o sedutor...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:02

O Valor da Vida

Quarta-feira, 13.05.09

 

 

 

Por vezes somos "invadidos" por notícias, que nos deixam alarmados e inquietos tal a sua brutalidade.

Vem a propósito de uma leitura no SOL online de  hoje, sobre o assassinato de um idoso por pouco mais de 200 Euros. Ao ponto a que chega o ser  humano, matar alguém por um valor tão ridículo.

E não é a primeira vez que ouvimos notícias idênticas, seja no assalto a postos de abastecimento de combustíveis, seja a cafés, etc, etc...

Tudo isto prova que cada vez mais na sociedade em que estamos inseridos, os valores da vida, do respeito pela pessoa, não existem e tendem mesmo a degradar-se .

Até onde vai esta sociedade? Em que caos vai isto terminar?

Não me perguntem se tenho esperança numa sociedade melhor, porque a resposta já a conheço à algum tempo, isto é "Não Tenho".

A sociedade está cada vez mais violenta, mais carregada de ódio, mais desacreditada, e só com nova ordem, com meios que numa sociedade livre são impensáveis, poderemos almejar viver com alguma segurança.

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:39

Balanço

Terça-feira, 24.03.09

 

 

 http://img.olhares.com/data/big/184/1844241.jpg

 

 

Na quietude do silêncio

paro para pensar...

Nem mais um ai,

nem mais um pestanejar,

é hora de fazer contas à vida....

E lentamente vejo os anos passar...

As fotos de ontem e de hoje,

a família que está e a que partiu,

os meus sonhos de menino,

e o mundo real que ruiu...

Tudo passa encadeado

como se agora fosse passado,

e o futuro uma miragem.

Não sei se continue a pensar...

Não sei se siga "viagem"...

Sinto-me só, sem vontade de sonhar,

e longe está a outra "margem"...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:03

Para a semana temos feriado

Segunda-feira, 16.02.09

 

Quis o destino trocar-me as voltas...

 

Após longa história de luta e sacrifício,

tudo parecia se recompor...

as férias, as benditas férias de Agosto,

os passeios de fins de semana,

um dia de férias para a feira de Espinho,

os desfiles de carnaval,

o adormecer sobre um rochedo, meu, só meu,

ou admirar o mar, aquele imenso mar...

 

O destino nos engana (ou quer enganar),

e num piscar de olhos, num pestanejar,

as voltas que a vida dá,

o que é hoje, não será amanhã,

a não ser que tudo enfrentes...

 

Por vezes é bom  ser demente,

viver na contra mão,

em contínua transgressão,

de boas acções está o mundo cheio,

e fica bem quem está fora do meio...

 

Porque para a semana é Carnaval,

não, não me vou mascarar,

nem tão pouco saltar ou dançar,

insultar também não é meu feitio,

ainda que ninguém leve a mal...

 

O meu tempo está em pousio,

aguarda noticias, um juiz porreiro...

talvez a vida ganhe alegre corrupio,

e possa descansar o guerreiro...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:34

LAÇOS DE TERNURA

Terça-feira, 07.10.08

 

                          

                                            (da Net)

 

Estes últimos dias, e na verdade outros tantos como estes, fazem-nos pensar, alertam-nos para situações que no dia a dia quase nem damos por elas.

 

Assim, quando nos sentimos mais deprimidos, quando precisamos de apoio por estarmos doentes, é a mesma porta de sempre que se abre, são as mesmas mãos de sempre que nos amparam, é a mesma boca de sempre que pergunta se nos sentimos melhor...

 

Infelizmente nossos lábios nem sempre conseguem pronunciar a palavra "Obrigado", nem sempre conseguem transmitir um sorriso de gratidão.

 

Por vezes nossas vidas se cruzam com outras vidas, e aí nossos caminhos saem do seu percurso normal, quantas vezes caminhos sem volta. Muitas das vezes esses caminhos têm um final feliz. Mas para se saber o resultado final, temos de passar por lá, viver lado a lado em cada instante, e num momento de reflexão, pesar os prós e contras da decisão tomada. Só que muitas vezes já não adianta reflectir em nada. A decisão foi errada...

 

Podemos viver de duas formas: insensíveis á beleza, aos carinhos e aos devaneios de uma sociedade mundana, ou coração aberto á beleza e tudo o que é chamamento de uma mulher...

O resultado só pode ser um...A escolha tem de ser só uma...

 

Temos de ter consciência de que o tempo não volta para trás...Os corpos franzinos, esbeltos até que já fomos, se modificaram, dão-nos conta dos anos que acarretam, das vicissitudes passadas.

A imagem que agora se nos oferece, meiga, dócil, carente, não é mais do que um projecto sem futuro, que também ele será traído pelo tempo...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 20:51