IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
amanhecer...
quero acreditar que nascerá amanhã,
a luz mais brilhante
do raiar do dia...
que seja luminosa e limpa,
que trespasse a alma,
que derrube muros,
todos os segredos...
quero acreditar que o amanhã
será límpido, sem medos,
lágrimas de fogo como a flor da romã...
quero acreditar que elevando as mãos,
vou prender, só para mim,
toda a luz do mundo, límpida, luminosa,
até que chegue o fim...
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castelo de areia...
e no momento tudo acabou,
tudo ruíu, se desmoronou,
não adianta fingir,
cruzar os dedos, esconder,
a verdade vai sempre surgir
no tempo que tudo quer reviver.
e partes para além do nada,
no silêncio, na tarde ou madrugada?
que importa..., são os momentos
que nunca sonhamos
a acontecer, lamentos
pelo tempo que não gastamos...
pedra por pedra, um castelo construí
na mais alta montanha, sem ti,
apenas eu e o rumor de teus passos
ou o que sobrou de ti, em pedaços...
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para lá de tudo...
cada novo dia tem este dom,
ser um novo dia, o sol que aquece,
uma brisa que nos toca, e desaparece
por encanto, uma sombra na contra mão...
é neste murmúrio matinal,
numa alma em desassossego,
que renasce o imaterial e a tudo me desapego,
com a consciência de que existe o bem e o mal...
em correria, risos e sacola asseada,
seguem em grupos, a pequenada,
deixá-las ir na sua inocência...
porque lá longe, muito longe, onde a vista não alcança,
os dias serão outros, reina a morte, defunta é a esperança,
e tudo é dor, escuridão, terror e impotência!
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silêncio...
há uma folha branca
e há um deserto de ideias...
se algo aparecer,
que seja imaculado
e nobre, altar incandescente
onde as preces terão sentido!
há uma folha branca,
e no horizonte, um sorriso,
mão estendida
mas que não alcanço... desculpa
pelo vazio, pelo ar que não respiro,
mesmo sentindo o rumor de teu coração...
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a dor da perda…
o local não seria propício para conversa...
"já passaram 10 anos que nos deixou..."
"ninguém está preparado..."
ouço, interiorizo, e um calafrio
percorre meu ser...
e quando acontecer, que montes, que vales,
que rios acolherão a dor?
que forças interiores se emanciparão
na fragilidade do momento?
tempo, faz do meu ser,
um castelo da terra ao céu...
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Um dia como os outros ...
há dias que o calendário
teima em recordar...
apressam-se as pessoas,
carregam flores, triste o semblante...
o dia, como qualquer dia, nasceu,
e o sol ainda que envergonhado,
vai brilhando, a tudo indiferente.
por entre "ruas" estreitas,
do sítio onde jazem os que partiram,
a azáfama de embelezar,
"dar vida" ás pedras esculpidas
e para sempre inertes...
dentro de mim, apenas a singela recordação
e um agradecimento à vida...
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inquietações...
do cimo das escadas as ideias renascem
e tudo se questiona, tudo parece imperfeito,
como uma casa terminada, mas com defeito,
afinal está de pernas para o ar...
questiono-me a cada momento
o que fazer, se refazer o que está feito,
ou fazer de conta e nada levar a preceito,
mesmo estando em plano inclinado...
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apenas um raio de sol...
num raio de sol, a leveza
de mil imagens que se elevam no pensamento,
os sorrisos que se esbatem na beleza
de um rosto, e que perduram no tempo.
o tempo... espaço temporal que tudo guarda,
arca bíblica dos objectos, das pessoas e dos sentimentos,
inquisidor, ou carrasco sem rosto, sem farda,
indelével, qual brisa leve que se perde nos breves momentos.
como um livro, livro sem folhas, objecto vazio
onde se lê o que quiser, o que inventar,
assim "leio" o meu tempo, como corrente de um rio,
como luz de uma estrela, como vento que passa,
ou como ondas que se libertam deste mar,
e assim o tempo ganha vida, e vivendo, tem sua graça...
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há um lugar dentro de mim...
há um lugar dentro de mim
onde cabem todas as coisas do mundo,
onde o leviano e o profundo
se tocam, o estado d`alma ou o amor sem fim...
tal como um rio sem pressa,
espelho de água, onde se avista o céu,
no meu olhar de encontro ao olhar teu,
dou-te a mão, um sorriso, uma promessa.
dou-te as coisas que não se vêm,
(para mim, as de maior valor)
que sem veres, ou sentires, teus olhos lêem.
dou-te tudo, e tudo é nada,
se amor é sentimento, chama intensa, ou imensa a dor,
dou-te tudo ao anoitecer, e tudo se perde na madrugada...
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a ilusão e a vida...
de tesoura na mão,
pego na roseira
para a poda de ocasião,
mas antes de cortar
pergunto-lhe ao coração,
posso podar?
e ela diz-me que não...
mas eu prometo transplantar
o que me deixares amputar,
e novas rosas brotarão,
flores belas no teu jardim,
posso podar?
e ela diz-me que não...
triste e desapontado,
afasto-me... então a roseira sorri para mim,
e diz-me: abraça-me, bem apertado...
quando quiseres podar,
eu digo que sim!