IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
há um lugar dentro de mim...
há um lugar dentro de mim
onde cabem todas as coisas do mundo,
onde o leviano e o profundo
se tocam, o estado d`alma ou o amor sem fim...
tal como um rio sem pressa,
espelho de água, onde se avista o céu,
no meu olhar de encontro ao olhar teu,
dou-te a mão, um sorriso, uma promessa.
dou-te as coisas que não se vêm,
(para mim, as de maior valor)
que sem veres, ou sentires, teus olhos lêem.
dou-te tudo, e tudo é nada,
se amor é sentimento, chama intensa, ou imensa a dor,
dou-te tudo ao anoitecer, e tudo se perde na madrugada...
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a ilusão e a vida...
de tesoura na mão,
pego na roseira
para a poda de ocasião,
mas antes de cortar
pergunto-lhe ao coração,
posso podar?
e ela diz-me que não...
mas eu prometo transplantar
o que me deixares amputar,
e novas rosas brotarão,
flores belas no teu jardim,
posso podar?
e ela diz-me que não...
triste e desapontado,
afasto-me... então a roseira sorri para mim,
e diz-me: abraça-me, bem apertado...
quando quiseres podar,
eu digo que sim!
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LUZ, precisa-se...
findou o dia,
serenamente,
e com a escuridão,
acendem-se luzes na rua,
(deambula um rapaz pela noite fria),
na janela, sem companhia,
a idosa esconde-se pelo cortinado
vivendo vidas que não a sua,
assim aliviando a solidão.
na sala, sombras que se formam,
(a luz da rua sempre alumia),
toca a telefonia ao acaso,
apenas para companhia
até as pilhas acabarem, triste fado...
mas onde estão todos,
todos que enchiam a casa de barulho,
de mil coisas espalhadas pelo chão?
todos partiram (fugiram?),
e até o fiel amigo, o cão
encontrado na rua, por certo também fugiu,
do silêncio, da solidão...
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apenas lembranças...
caiu a noite,
ficou o silêncio,
as lembranças...
estendo minha mão
no vazio,
buscando o pavio
em teu corpo
em desassossego,
rebolando-se no chão.
as paredes,
são o limite da sofreguidão
para os corpos perdidos
entre a loucura e a paixão.
mãos nas mãos,
bocas sedentas,
ávidas, solta-se o grito,
e as águas, pelos corpos sem chão...
caiu a noite,
ficou o silêncio,
as lembranças...
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outro olhar...
a rotina esconde a realidade das coisas,
vemos o que queremos ver,
o que os olhos nos deixam ver,
e tudo pode parecer imperfeito...
teu caminhar,
teu falar,
teu vestir a preceito,
tudo, aos meus olhos, era imperfeito...
mas sabes, agora, longe do olhar,
falo com a emoção
de não te ver... é a saudade...
o que meus olhos viam
era a distorção da realidade,
apenas isso, talvez ilusão...
tudo o que parecia imperfeito,
juntei, amassei, como massa para o pão,
e no final, tudo é perfeito,
maravilhosamente perfeito,
aos olhos do coração...
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um raio de luz...
faz-se silêncio entre as paredes do quarto
e o mundo em suspenso que gira lá fora.
pouco importa se durmo, se morro, se parto
para outra dimensão, se o sonho ainda demora.
porque é no sonho, embalado pelo silêncio cruel,
que ansiosamente aguardo um raio de luz,
um raio por entre a janela, um fio de mel
que me abrace, um amanhecer azul que raiando, se produz...
abro a janela, luz da manhã, fonte de vida,
natureza em movimento, cores outonais, esta estação
que nos amolece sem dó, uma lágrima perdida...
as aves, outrora esvoaçando e cantando,
partiram, sem um até já, um pio no coração,
e só fica o silêncio, frio, nos amordaçando...
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tão perfeito...
(retirada da net)
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as casas têm paredes...
(imagem da net)
as casas têm paredes,
as divisões têm paredes...
nas paredes, fotografias emolduradas
e outras tantas pelos móveis espalhadas.
enclausurados, os mortos (e os vivos),
entre os vidros, presos por adesivos,
vão resistindo no tempo,
agoniados pelo bolor, mas livres do relento.
tomei uma decisão,
e para não haver dúvidas, escrevi à mão
que não quero caixilho, nem fotografia
no móvel ou na parede vazia...
a alma tem de voar, livre, sem prisão,
asas no vento, destino pré definido na palma da mão...
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é na manhã...
é na manhã que, abrindo a janela,
a vida sorri, o sol espreita
cada canto, a cama ainda desfeita
dos lençóis floridos de flanela...
quisera o sol descobrir, perceber
cada ruga no lençol amarrotado,
como se alguém amordaçado
evitasse gritar em momento de prazer.
o sol não sabe das loucuras na noite,
entre lençóis ainda lavados,
dos amantes sem dono que os acoite...
o sol não sabe, que o seu brilho inquieta
os amantes pelas ruelas acossados,
implorando pela noite na rua deserta.
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no silêncio...
(imagem da net)
é no sorriso das palavras
soltas, inquietas, tão breves,
que nasce o silêncio
adormecido no tempo que não passa.
o silêncio que sabe interpretar
o olhar, os lábios entreabertos
que balbuciam indecifráveis palavras.
o silêncio que constrói castelos
de nuvens e de estrelas cintilantes,
e que se deita a cada amanhecer...