IN OUT YOU

Envolta nos lençóis de linho,

olhos abertos fitando o nada,

te embalo devagarinho...

Seguro teu corpo,

aconchego teu rosto,

te conto uma história...

E ao "piscar" de teus olhos,

encosto meu rosto ao teu,

te falo baixinho,

nem mais um gesto

ou murmurinho,

já vais adormecer...

Admiro teu olhar sereno,

meigo, calmo,

Pareces um Anjo...

Qual guardião

fico de plantão,

Não vá alguém te acordar.

Dorme bem,

sonha com os Anjos,

esquece o dia-a-dia,

este mar de agonia...

Sonha com as estrelas,

tu és parte delas...

Todos bebemos da mesma fonte (queremos mais e mais e mais)

Se vemos o vizinho, o amigo com algo novo, não descansamos enquanto não tivermos algo igual ou superior.

Se vemos uma miúda bonita, charmosa, disponível, queremos ser o primeiro a encetar conversa, a tê-la por companhia, a mostrá-la para os outros.

No emprego, se o colega do lado é promovido, a pontinha de inveja vem ao de cima.

A vida é mesmo assim, e tudo não passa de uma ilusão.

Aquilo que conseguimos e que fazemos questão de mostrar, é passageiro, pois logo passa a obsoleto. Não passou de uma ilusão

Já não tenho a certeza de nada, do que quero, do que não quero, do que tanto desejei e que agora pouco me diz.

Temos fazes na vida em que o querer se torna obcessão, mal dormimos até que chegue o ambicionado momento.

Agora, a ambição é relativa, se não for hoje, quem sabe amanhã? E se o amanhã for nunca mais, então o pensamento vira frase do povo: "haja saúde".

Tudo se torna relativo...

O que ontem julgáva-mos momentos únicos de nossa vida, hoje, á distãncia de alguns anos, não passaram de bons momentos, ou mesmo de momentos naturais.

Então, hoje outros valores se levantam, outros conceitos que rotulava-mos de "pirosos", tais como a honestidade, a sinceridade, a amizade, se tornam valores incontornáveis no dia a dia.

O tempo nos ajuda a separar "o trigo do joio", a lançar é certo algumas incertezas, mas o passar dos dias nos fará ver alguma luz.

Todos nós um dia fomos inocentes...

Todos nós passamos pela infância , e aí tudo nos era permitido (deixa o inocente). Entretanto vamos crescendo, nosso olhar vai-se alargando, e aí lá se vai a inocência.

No entanto cada um de nós guarda dentro de si um pouco do que julga ser "sua inocência", não fazer mal a ninguém, não trapacear o amigo, não fazer mal a uma mosca, etc , etc .

Também na actividade profissional por vezes queremos transmitir "inocência" nas atitudes, nas tarefas que fazemos, só que esquecemos que com a idade já nada temos de inocentes e o que fizermos, teremos de assumir responsabilidades.

A vida é assim mesmo...

O que hoje é mentira, amanhã não poderá ser verdade, a mentira continua a existir...

O que hoje é razão, amanhã continuará a ser razão, a bem da justiça...

Assim, a idade da inocência ainda penso que pertence ás crianças, e mesmo assim teremos de ter cuidado com as mais precoces...