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Domingo, 12.10.08

 

 

O que fazer?

A vida não me pertence

Tu não me pertences,

sinto-me só a deambular pelas ruas

escuras, de gentes, nuas,

e, desamparado,

entre paredes, acossado,

finjo não existir...

 

O mundo pode ruir,

em mil pedaços partir,

e mesmo na atmosfera

estarei só,

ninguém terá de mim dó

ou pena severa.

Qual leproso terminal,

aguardarei meu triste final.

 

Sinto-me só neste mundo,

e nas asas do vento

olho o horizonte e comento:

Porquê este castigo?

Sinto-me enjeitado, sem abrigo,

ferido de morte,

assumindo esta má sorte...

       

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:23

TARDE DE DOMINGO

Domingo, 12.10.08

 

 

Tarde cinzenta de luz e vida

tarde "morta", sem história,

Lá fora o silêncio sem memória,

tudo está quedo, qual folha jazida.

 

As aves se recolheram e ainda é dia,

e neste silêncio ameaçador,

caem gotas do céu trovejador,

esperamos a chuva já tardia...

 

Calor abrasador de  planície desarborizada

neste Outono doente, calor tardio,

junto ao mar rugento, bravio,

o sossego, a paz de uma esplanada.

 

Tarde cinzenta de luz e cor

tarde triste para esquecer,

Noite, vem, te entrego meu ser,

me faz acordar num Ser Maior.

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 15:53

Porque hoje é Domingo

Domingo, 12.10.08

                 

                                                   (da Net)

 

O Sol está meio encoberto,  e não tenho grande vontade de dar passeio até beira mar (e são só 10 min a pé).

Sentado aqui virado para o ecrã, leio noticias online, posts de amigos, etc, e ao mesmo tempo relembro outros Domingos já passados e que eram tão diferentes.

Ainda não vão muitos anos, e o hábito de me levantar cedo e assistir missa dominical das 7:30h ali na igreja paroquial era um ritual que não queria perder...A seguir, o pequeno almoço num pequeno café á beira mar, comprar o JN e ali ficar a ler durante quase 1 hora...Já éramos cliente habituais.

Também não tinha internet e não tinha o vício de a cada momento disponível ligar-me "ao mundo".

Hoje, tudo é diferente...Até o carro que gostava de ter sempre num "brinquinho", sofreu com este alterar de minha vida.

Parece que as coisas materiais já não me interessam, e dou valor ao intemporal, ao que não vejo, ao sagrado.

Desde miúdo que sempre tive uma relação de muita fé com o Além, acreditar que existe Alguém que interfere em nossas vidas, num Ser Justo e Verdadeiro. Lembro que teria 5-6 anos e acompanhava minha falecida Tia e meu falecido Avô (lado paterno) até igreja e tudo o que lá se fazia. Lembro também que quando fiz comunhão solene (teria 9 anos), e tive um "bom" no exame de catequese (fomos só 2: eu e um filho de uma catequista numa turma de +/- 20), a alegria que foi para esses meus familiares e claro para meus pais.

Hoje, apesar de não fazer o percurso para a Igreja, sinto que a minha fé se mantém inabalável e os meus momentos de introspecção me levam sempre ao mesmo caminho, em que eu acredito e que procurei que outros acreditassem.

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publicado por Alexandrino Sousa às 11:42