IN OUT YOU

(texto de ficção)

Os anos por nós vão passando,

e em cada um de nós, as cicatrizes,

as marcas do tempo, lembrando

momentos alegres ou menos felizes...

E no entanto, o sentimento se mantém...

E como no primeiro dia, posso dizer:

"Eu sei que sempre vou te amar"...

E aquando o primeiro e longo beijo,

em que nossos lábios sentiram prazer,

ou no  primeiro encontro, em que o desejo

falou mais alto, tanto querer...

O que mudou?  Nada, posso dizer...

Sim, os anos por nós vão passando,

ilusões, sonhos ainda por terminar,

sensações únicas, e vou lembrando: 

"Eu sei que sempre vou te amar"

Para sempre te quero amar,

em cada noite, ou nascer do dia,

em cada praia, ou rua vazia,

no cume da serra virada para o mar...

De que serve o local, ou o dia,

se para o mundo vou gritar:

"Eu sei que sempre vou te amar"

 "Pura Sedução" de Vania Carla Prante/Flickr - Imagem pública

(Texto de ficção)

Meu Amor,

Como foi bela e intensa a noite,

corpos extasiados pela loucura...

Saciado, em teus braços adormeci,

olhando teus seios nus, formosura

escondida, beleza porque me perdi...

Como foi bela e intensa a noite,

dois corpos que ficaram num só...

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Nasceste em algum lugar,

reino protegido estou em crer,

tua beleza souberam guardar,

para um príncipe te receber.

Do povo, meus pais  nasceram,

logo pobre assim nasci,

meus sonhos nobres esmoreceram,

porque sem te conhecer, já te perdi.

E no entanto continuo a sonhar,

do teu castelo fiz minha prisão,

pobre, também é gente e sabe amar,

e tu tens varinha de condão...

Sonhos, sonhos, sonhos sem fim,

porque sonhar é ver, é acreditar,

que o amanhã fará de mim

algum príncipe encantado...para te amar...

Se eu te dissesse que o mundo anda ao contrário??

E se eu te dissesse que não habitámos aqui,

mas a sombra de nós reflectida do imaginário??

Por certo me chamarias louco, ou coisa assim...

Mas olha em teu redor, olha bem para mim,

não somos pessoas, não somos gente,

talvez objectos, marionetes de contente...

http://outsider.weblog.com.pt/arquivo/lareira.JPG

Mais um dia que chega ao fim...

No silêncio de um fim de tarde,

nada dizemos, mas dizer o quê?

Não há assunto, e ao som da TV,

nos encostamos à lareira...

(Como é bom ver a fogueira...)

E ao som do "crispar" da madeira,

meus sonhos voam e divagam,

lembram mil planos e esbarram

no incumprimento geral..

Lentamente o sono de mim se apodera,

e meu corpo vai baloiçando...

(Pareço um tonto cambaleando...)

Minha cama fria me espera...

No silêncio de um fim de tarde,

o silêncio da noite chegou...

Nos corpos perdidos que o tempo secou,

onde não há vida, nem fogo arde,

o sono cai, e nossos olhos fechou...

Talvez um sonho, um pesadelo

a meio da noite, um corpo belo,

uma criatura coberta só com um véu,

me envolva no manto seu,

e me leve para os confins do céu...

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Abri a porta ao "silêncio",

ao meu ser interior,

sentir meu sentido,

apurar meu ouvido

ao mais leve ruído...

E no silêncio vou "ouvir"

musica no jardim,

as árvores a florir,

as rãs rindo de mim,

o sol a sorrir...

os pássaros a namorar,

a libelinha a voar,

alguma flor a desabrochar...

Não, não façam ruído,

quero permanecer assim...

Este meu mundo tem sentido,

foi feito só para mim,

sou tão feliz assim..

 http://sonhareviver.zip.net/images/sonhos.jpg

Deixa-me te falar,

deixa-me te dizer,

o que preciso fazer

para deixar de te amar...

Assim  não consigo viver,

não consigo pensar...

Tu ocupas todo o meu ser,

meu intimo mais precioso,

minha vida,

minha noite e meu dia,

minha cama fria,

e minha alegria perdida.

Deixa-me te falar,

deixa-me te dizer,

que não sei o que fazer

para deixar de te amar...

Deixa-me te falar,

deixa-me te dizer...

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Perdi-me no universo e Tu me encontraste,

na penumbra de meus medos encontrei Luz,

na inquietude de meu espírito paz lançaste,

sou feliz no meu mundo, sem dor, sem cruz...

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Manhã sombria e fria...

As pessoas na rua se movem

qual objectos vivos, mutantes,

parecem duendes errantes,

e meus olhos se comovem...

Entre as pessoas vão crianças,

(tão cedo se levantaram...)

Seus olhos mal acordaram,

seus sonhos são esperanças...

Meu Deus porque as castigais assim?

São crianças, pedaços de gente,

e neste frio, quem não se sente

deste gelo, desta neve sem fim?

E dentro de mim fica a tristeza,

a incapacidade de nada fazer...

Tantas dúvidas no meu crer,

mas um só gesto teu, e virá clareza...

(e só responde  quem quiser..)