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Hoje, não sou eu...

Domingo, 14.06.09

 

             

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Hoje, não sou eu quem escreve...não sou também um coração em forma de teclado que escreve o que lhe vai na alma, umas vezes de forma doce, outras mais baralhado, mas deixando registado cada momento único.

 

Hoje, é este meu corpo dorido, mais escangalhado que dorido, que através destas dores horríveis que de vez em quando lembram-se de aparecer e que me prendem a casa, a esta cadeira e a esta cinta qual camisa de forças.

 

Já não me lembrava de esta hérnia de escala me pregar partida igual, (já lá vão talvez 6 anos) em que quase fiquei paralisado, e agora ao menor esforço nas minhas arrumações, aconteceu-me novamente.

 

E é nestes momentos, que nos lembramos de tantas e tantas pessoas também elas presas de seus problemas de saúde, quantas vezes acamadas em casa ou nos hospitais. Como é difícil ter de pedir ajuda para levantar, para vestir uma peça de roupa. Como é difícil nos sentirmos impotentes perante as adversidades da vida...

Dizem-me que terei de ser operado, que só assim terei melhor qualidade de vida, mas confesso que tenho constantemente adiado essa decisão, adiado mesmo até o só pensar nisso...

 

Ontem à noite quis dar uma volta pelo cais de Gaia, até porque ali nesta altura do ano existe muita actividade, ou não esteja a chegar o S. João. Foi muito a custo que consegui entrar e sair do carro, mas ao percorrer toda aquela zona, a frustração, o desencanto de não se ver actividade nenhuma nas ruas, alguns restaurantes fechados, alguma frieza em todo aquele ambiente, contrastando com o ambiente de festa que se ouvia do lado da ribeira do Porto, da música e da iluminação. Acho que não valeu a pena o sacrifício que fiz....

 

Amanhã vai ser horrível a deslocação ao emprego, mas estou esperançado que na enfermaria vou ter a sorte de haver em stock, as injecções que me costumam tranquilizar nestes momentos (Relmus e Voltarem misturadas). Podem perguntar-me se estou assim, porque vou até o emprego? Em primeiro lugar para ser atendido na enfermaria (hoje o meu posto de saúde está fechado) e também porque terça feira vamos ser auditados por uma empresa externa, e nada como checkar tudo, não vá faltar alguma coisa.

 

Agora o que me deixa triste mesmo, é esta prisão de movimentos, é este vazio dentro de mim, é o querer fazer algo diferente e ao mesmo tempo não ter ânimo, alegria, força de vontade...

 

Tenho lido posts de amigos que se queixam dos seus problemas de saúde, alguns por certo muito graves, e ao lê-los compreendemos e até nos solidarizamos com eles, mas ao passar por elas, é que sentimos a real dimensão da dor, o transtorno em nossas vidas. Por isso não posso deixar de enviar a todos os amigos com problemas de saúde, aquele abraço fraterno e solidário de rápidas melhoras, e que melhores dias voltem a nossas vidas.

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 13:55