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Tarde de Domingo

Domingo, 31.01.10

 

 

 

https://1.bp.blogspot.com/_6cQSwRxzx0g/SXykjeEP6jI/AAAAAAAAGGA/yeA5eaTvydw/s400/Domingo+Inverno+25.1.009(6).JPG

 

 

Procuro o sol numa tarde calma e cinzenta,

onde as nuvens teimam em aparecer.

Espreitando, ou vendo-as adormecer,

o Sol se esgueira, nos toca e nos sorri.

De frente para o mar, mar de vida,

fonte de inspiração, convite ao lazer,

um sorriso, um aceno, uma voz de mulher.

Não, não é sereia, nem deusa do mar,

é bela sim, mas de ternura e encanto,

onde a simplicidade faz espanto,

e seu sorriso, são raios de Sol no olhar.

 

Tarde de Domingo, tarde de Inverno,

momento calmo, de reflexão...

Algures perdido entre a terra e o céu,

implorando o Sol das tardes de Verão,

Tua voz, um sorriso que não desvaneceu,

encontros doces... fora de estação.

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:14

Meu Mundo (I)

Sábado, 30.01.10

 

 aviao.jpg image by clau_zin

http://media.photobucket.com/image/avi%2525C3%2525A3o%20de%20papel/clau_zin/aviao.jpg

 

Lancei-me ao vento em minhas asas de papel,

voei..., voei  sobre um mundo imaginário,

que me acarinhava, que me tocava a alma,

que fazia de mim um príncipe  sem castelo,

e neste meu mundo, mundo de papel,

reinava a fantasia, tudo era calma,

e o povo sorria e de coração, era solidário.

Este meu mundo, podia ser meu país,

mundo real, onde reina a injustiça,

e o povo que trabalha não é feliz,

e na sua fantasia, continua a sonhar,

que um dia tudo vai melhorar...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:22

Falar mais Alto...

Terça-feira, 26.01.10

 

https://1.bp.blogspot.com/_d0za090bFRc/St6E2007JdI/AAAAAAAAAII/mhDKqa5Z1-c/s320/homem-com-dinheiro-na-mao.jpg

 

 

O meu sono, é o meu mundo,

onde sonho, e acordado penso

em tudo que gira em meu redor,

nas ambições que tinha, e ruíram,

nos desgostos de amor...

Na insanidade dos que me rodeiam,

nas injustiças que se premeiam,

na vontade de ter vontade

e sem medo, não regatear,

mas exigir, olhos nos olhos,

a reposição da verdade...

A verdade por mais um dia que passou...

A justiça pelo esforço de quem trabalhou...

O saber ouvir quem não sabe falar,

bocas que se abrem apenas para respirar...

Oh insanas inteligências,

donas da avareza e da maldição,

em vossos ombros o caixão,

de quem ousaste maledicências,

a quem um dia regateaste o pão...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:36

Anjos e Demónios

Segunda-feira, 25.01.10

 

 

https://1.bp.blogspot.com/_lXdegJeuZoM/Sh4Eo629AOI/AAAAAAAAAUQ/rxOm30QsZ7A/s400/noite.bmp

 

Sente-se uma brisa no ar

nesta fria tarde de inverno,

neste local perdido na serra...

Lá fora, sente-se o silêncio

que a pedra sabe esconder...

As velhas de negro, trocam olhares,

e nada mais têm a dizer.

De repente, uma pomba a esvoaçar,

e todos levantam as mãos de susto,

julgando ser o demo a passar.

Que quadro medonho e frio...

 

Continuo meu caminho por entre o casario,

escuro, sem luz, caminhos de terra batida...

Ali, velas a meia luz, e vultos passeando

por entre quatro paredes escuras.

Mais além, risos demoníacos,

gargalhadas que nos trespassam a alma,

gritos de dor de alguma mulher parindo,

ou vendo seu filho sendo levado...

Este quadro me arrepia, e sinto-me em perigo

num mundo que não é o meu...estou de passagem,

e desato a correr procurando meu abrigo...

 

Escondo-me por entre mantas e cobertores,

e sinto em meu corpo suores frios de outrora,

talvez lembranças de guerra, outros odores...

Na minha cabeça, música mística em coro,

umas vezes forte, outras em suave melodia,

(e sinto que até a música é fria..)

Talvez não venha ninguém a esta casa,

talvez não saibam que eu existo,

talvez eu seja um protegido da desgraça...

 

 

Toca o telefone e eu sinto-me acordar,

sinto-me renascer de um pesadelo...

A pouco e pouco liberto a cabeça.

O dia está lindo e ouvem-se as pessoas na rua,

o burburinho de um dia normal,

Como é bom assim acordar,

e de um sonho mau me libertar...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:32

Amores Im (Perfeitos)

Domingo, 24.01.10

 

 

 

 http://caminhando.blogs.sapo.pt/arquivo/amor-perf.jpg

 

 

Correm em minhas veias, rios de desejo,

ânsias desencontradas no tempo,

motes desenfreados, mas estancados,

que a custo refreio no pensamento,

como se fosse possível retroceder,

aguardando momento oportuno

para te sentir, e novamente viver...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:35

Traços de Vidas (II)

Sexta-feira, 22.01.10

 

 

http://lexisoseuestilo.files.wordpress.com/2009/05/costureira.jpg

 

Levanta-se, e ainda ensonada,

pé fora da porta, e de uma assentada,

corre para a máquina parada,

unindo a vida, à coisa desengonçada...

 

Tanta linha a correr,

tanto tecido a cozer,

e a esmola que vier,

dê para o que der,

a gente se há-de haver.

 

Triste fado de quem é pobre,

Quem nada exige, e tudo lhe tiram...

Vidas sem vida, tal como a agulha, furadas,

sonhando com outras madrugadas...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:35

Traços de Vidas (I)

Quarta-feira, 20.01.10

 

https://1.bp.blogspot.com/_jjPydjEc4kw/SY22ObAaL-I/AAAAAAAAAOA/LbyxbMEhBsw/s400/Varina.jpg

 

(Varinas...)

 

Ainda o sol vai nascer,

e já se ouvem seus pregões,

descalças ou chinelas nos pés,

calcorreiam os quarteirões

com cesto a abarrotar,

do que foi roubado ao mar.

 

Mar que lhe levou a gente,

o pai, o irmão, o marido,

mas mesmo com coração ferido,

aceita na sua cabeça levar

o peixe, que será vendido,

assim se vingando do mar...

 

Ai que triste sina esta,

vender assim coisa morta,

indo bater porta a porta,

antes que o cheiro impeça,

antes que o sol que atesta,

não deixe ganhar a esmola...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:12

Traços de Vidas...

Terça-feira, 19.01.10

 

 http://br.artmajeur.com/0/images/images/ligiapfspinelli_3899977_lavadeiras_no_rio.JPG

 

(Lavadeiras...) 

 

Subo a estrada íngreme

na íngreme estrada da vida,

ali, mesmo ao lado,

debaixo de cobertura,

mulheres em inclinada postura

torcem o seu longo fado.

 

Torcem que torcem,

viram que viram,

e a roupa vão lavando

em água corredia,

e as conversas de rua,

na rua ficam em dia...

 

Mulheres em extinção,

num trabalho árduo e duro,

que a nossa civilização

quis destronar, e conseguiu,

pois já ninguém lava à mão

nos ribeiros ou nos rios...

 

Quanta saudade desse tempo,

da alegria e da cor,

da roupa estendida ao vento,

das canções em redor,

do tempo sem tempo,

em que a vida parecia melhor...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:15

Anjo Azul (I)

Segunda-feira, 18.01.10

 

http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/wsapaixonados.loveblog.com.br/images/gd/1227392901/Saber-viver-o-amor.jpg

 

Abro-te uma janela do meu ser.

O que vês? até onde consegues ver?

Se conseguires decifrar,

talvez consigas encontrar,

o que de mim quis esconder.

 

O amor... o amor... o amor...

Esse sentimento que traz dor,

a razão de ser, da partilha,

a entrega em forma de vida,

a perda na despedida.

 

Não, não procures mais,

não vás tu acordar quem dorme,

quem seu leito de frio se tomou,

e no choro aguardando sinais,

seu vale de lágrimas secou...

 

Aceita ser meu Anjo azul,

que eu invento, fantasio,

e que preenche o meu vazio

quando à noite é solidão,

e aqui escrevo, com o coração...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:59

António Gedeão - PEDRA FILOSOFAL

Domingo, 17.01.10

(Poema tão bem ilustrado, onde existe união entre o sonho e a vida...) 

 

PEDRA FILOSOFAL

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 11:00


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