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Anjos e Demónios

Segunda-feira, 25.01.10

 

 

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Sente-se uma brisa no ar

nesta fria tarde de inverno,

neste local perdido na serra...

Lá fora, sente-se o silêncio

que a pedra sabe esconder...

As velhas de negro, trocam olhares,

e nada mais têm a dizer.

De repente, uma pomba a esvoaçar,

e todos levantam as mãos de susto,

julgando ser o demo a passar.

Que quadro medonho e frio...

 

Continuo meu caminho por entre o casario,

escuro, sem luz, caminhos de terra batida...

Ali, velas a meia luz, e vultos passeando

por entre quatro paredes escuras.

Mais além, risos demoníacos,

gargalhadas que nos trespassam a alma,

gritos de dor de alguma mulher parindo,

ou vendo seu filho sendo levado...

Este quadro me arrepia, e sinto-me em perigo

num mundo que não é o meu...estou de passagem,

e desato a correr procurando meu abrigo...

 

Escondo-me por entre mantas e cobertores,

e sinto em meu corpo suores frios de outrora,

talvez lembranças de guerra, outros odores...

Na minha cabeça, música mística em coro,

umas vezes forte, outras em suave melodia,

(e sinto que até a música é fria..)

Talvez não venha ninguém a esta casa,

talvez não saibam que eu existo,

talvez eu seja um protegido da desgraça...

 

 

Toca o telefone e eu sinto-me acordar,

sinto-me renascer de um pesadelo...

A pouco e pouco liberto a cabeça.

O dia está lindo e ouvem-se as pessoas na rua,

o burburinho de um dia normal,

Como é bom assim acordar,

e de um sonho mau me libertar...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:32