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Apenas na manhã...

Quarta-feira, 22.09.10

  

 

 

 

 

 http://img.alibaba.com/photo/306460627/bus_stop_shelter.jpg

 

Paragem do autocarro, 7:30 horas da manhã. É pouca a gente na rua, quase sempre os mesmos, e cada ser tem sua tara, mania, cada um tem algo só seu que o identifica, a sua personalidade.

Olho cada um sem prender seu olhar (que pensariam de mim...) e neles vejo resignação, apatia, noutros vejo dor, sofrimento, e noutros ainda a loucura ou o principio do fim. Triste fado de quem vive assim, de quem olha em redor e nada deve ver, porque não há nada para ver...

Olham o silêncio, o vazio, olham sem se aperceberem dos autocarros que passam, do metro que vai e vem. Estes seres não estão ali, e nada me diz que estão vivos, presentes neste mundo que ainda tem alguma cor.

Deixo de pensar em quem me rodeia (farei eu parte desta teia?) e busco meu intimo, meu sentido na vida

É dificil a pesquisa, e ao mesmo tempo me atropelo em montanhas de ideais, outras tantas de sentimentos, mares de felicidade.

O ser humano que nasceu da perfeição, tudo altera, se consome em futilidades e no dia a dia permite que se diluam no nada as sua legitimas ambições, seus desejos de felicidade e sonhos por realizar..O ser humano é um poço de contradições

 Chega o autocarro e nele a viagem com destino certo, sempre pelas mesmas ruas, sempre com a mesma paisagem

Aqui e ali, "bolsas" de gente, resignados, numa prisão feita à sua medida que é a estação do metro. Não se falam, não se olham, não se conhecem, quem sabe não se odeiam? Olho para eles enquanto dura o semáforo (outra forma de prisão), e sinto pena, pena de que se me olharem com olhos de ver, também terão pena de mim..

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:37