IN OUT YOU

Que querem, estou para aqui a rir sozinho...

Ouço as notícias, sigo os comentadores,

(homem informado tem outro valor...)

Os juros cada vez mais altos,

os títulos valem "lixo",

(quem manda são os especuladores...),

isto já não vai lá com doutores,

nem com políticos amadores...

Dêem-me uma mão cheia de nada,

outra cheia de coisa alguma,

dêem-me uma batuta, um degrau de escada,

dêem-me uma alavanca para girar o mundo,

e eu vos prometo vida para depois da morte,

vinte virgens deitadas em brancos prados,

talvez vinte gays para os mais ousados...

Imagino-me num circo, um circo de brincar...

À minha volta, os palhaços (que julgam ser figurantes),

e eu, no centro do mundo, o espectador,

alguém que tem o dom de saber analisar...

Aceno para alguém...e ele ri, sem saber o que fazer,

e para outro e mais outro...e todos sorriem,

e se olham, sem perceberem o seu lugar no circo,

sem perceberem que são os bobos, povo sem memória,

povo que não lembra, que seus ancestrais fizeram história...

Ai nobre povo, que caíste, que te deixaste levar na tentação,

levanta-te, as armas são tuas, cabem na palma da mão...

Tens 2 anos, alegria, vida,

tens o mundo na mão...

Chamas por mim

nas brincadeiras de jardim,

prendes-me de coração...

Se posso dizer não?

sim, podia, mas digo sim...

Quem não quer ter um Amor assim??

Sinto-me velho, cansado, e de dor é o meu rosto...

Nas costas, derreadas pelo tempo, carrego o povo,

estes milhões que espreitam pelas janelas, sós,

ou vagueiam moribundos pelas ruas de ninguém...

Nas minhas costas vai um povo adormecido,

um povo que anseia a revolta, um líder querido,

um gigante, que de forma triunfante, grite:

"tirem-nos os dedos, os anéis, mas este povo jamais será vencido"

(ficção)

Amanhã, com o sol da manhã,

tenta me acordar,

beija-me com teus doces lábios,

com essa pele macia,

com teu leve roçar...

E se eu nada disser, não pares,

porque assim que o sol entrar,

ele vai testemunhar

os nossos preliminares....

São lindas as manhãs de Março,

doce acordar, raios de sol, raios de vida,

aves esvoaçando, ruído em sinfonia.

É o renascer em cada amanhecer...

Minha janela é meu altar,

onde me quedo, onde observo

a natureza, onde gostaria de ficar

se a vida não me deixasse...

Fecho os olhos, alerto meu sentidos,

estranhos, aqui são proibidos,

não vão meu mundo adulterar...

Manhãs de Março, primavera em flor,

desejos em turbilhão, dor a sangrar

tua demora, como quando se espera um amor...

Ao ver na TV as imagens do Tsunami no Japão, é impossível não sentirmos no nosso ser uma angústia, um aperto forte pela força daquela destruição e por milhares de pessoas que terão desaparecido ou tudo perdido.

Ao mesmo tempo, as pessoas que sobreviveram e que dizem ter tudo perdido, as imagens que passam, são de pessoas algo conformadas, por certo com esperança no futuro. Por comparação, quando por aqui acontecem desgraças (grandes ou pequenas), vemos pessoas a chorar para as televisões, derrotadas pelo destino ou então reclamando ajudas do estado...

Como seria bom se tivéssemos perspectivas de futuro, ânimo, vontade de vencer, vontade de mudanças...

Também por aqui, ainda que de forma encapuçada, um "tsunami" nos aborda todos os dias, e o que fazemos para mudar?? - mas que povo tão acomodado...

"Geração à rasca"? - centenas de milhar nas ruas servem de demonstração, mas também acredito que não passa disso e que também os seus mentores, mais dia menos dia, estarão como deputados de algum partido...a ver vamos...