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Jangada Real

Segunda-feira, 16.05.11

 

 

O meu país, outrora de caravelas,

cascas de nós rasgando oceanos,

hoje é um país de jangadas,

tábua após tábua amarradas,

mastros fingindo ter velas,

numa manta de retalhos de muitos panos.

 

E este país que tem história,

dia após dia vai se afundando,

e o povo que era, perdeu memória,

ficou triste, de tudo se desligando,

e rio abaixo, numa triste jangada,

sonha, delira, ser engolido na enxurrada.

 

Recuso-me deitar a toalha ao chão,

ouvir os políticos com mais atenção.

Recuso-me fazer de conta que nada sei,

deixar-me iludir, seguir na jangada.

O meu país vai lutar, se for preciso contra a lei

e de uma jangada farei casa apalaçada

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 23:01