IN OUT YOU

Soltam-se os corpos,

esquecem-se as dores,

nascem novos amores,

no tempo que faz...

E como queima o sol,

mas alivia a alma,

se na tarde calma

o corpo se delicia no mar...

Mas se teu destino é ficar

nas ondas que tua vida criou,

navega, o tempo não parou,

melhores ventos irão soprar...

Suave e fresco o ar que respiro,

brisa do norte em movimento

varrendo o azul deste céu,

ondulando este mar que admiro....

Aqui e além, corpos se bronzeando,

acessórios coloridos ao vento,

e tudo isto é verão, é vida,

é um fim de tarde na despedida,

ou um até logo no bar da avenida...

Fito o mar só mais uma vez,

e sigo o sol ainda bem alto...

Não, ainda não vai ser hoje,

nem amanhã, ou talvez nunca mais...

Sol, queria tanto ver teu adormecer,

teu suave deitar sobre o mar,

e te olhando a dois, beijar, abraçar

ou fazendo amor até a noite chegar...

É de sonho e poesia, vivida, sentida,

um aconchego pasmado na cor,

qual palácio de príncipe e princesa...

E se o sonho comanda a vida,

o desejo implora o amor,

o olhar no outro olhar,

beijos intensos, chama acesa,

e qualquer espaço, naquele lugar,

é ambiente mágico para amar...

E em cada espelho, a memória,

retida, gravada, censurada,

para que um dia, (se houver história),

ela seja lida, repetida, contada...

Meu Amor, tão quente, ardente a madrugada,

tanta ansiedade pela data, sem data marcada...

Ouve-se a chuva no telhado...

E o cair da tarde, traz a melancolia

de mais um fim do dia...

Releio o que um dia escrevi,

leio o que não saberia escrever

com a humildade pura no dizer...

Mas na melancolia do fim de tarde,

a certeza, o desejo renascido

que o sonho, é fogo que não arde,

mas algo que nos faz pensar e vibrar

num amanhã doce, ainda que sofrido,

num tempo sem tempo para amar...

quão silenciosa a noite,

(nem sinto meu respirar)

quão triste o momento,

(repleto de nostalgia)

que o relógio não pernoite,

(corram os ponteiros até ser dia..)

e não descanse o tempo...

(porque este não tem magia)

E tu lua, corre com o vento,

(é um pedido neste lamento)

para que, com o sol, renasça a VIDA.

(que em momento algum estará perdida...)

De que semente, ou gota nasceste,

de que embrião foi feito teu ser,

se é tanta a beleza que te veste,

se é tanta a beleza num corpo de mulher...

E o sol tenuemente te beija,

as gotas do mar te refrescam,

e quem passa, se morde de inveja,

mas quem fica, mil desejos inquietam...

Altiva, passeias-te pelo areal,

e tua sombra, algo que eu posso tocar,

faço-a minha, ainda que virtual,

e minha és em cada momento, a sonhar...

Oh bela e inacessível feiticeira,

oh sereia dos sete mares amante,

quanto me fazes vibrar nesta canseira,

e em quantos mares farás de mim navegante...

A vida é como uma árvore,

forte, altiva, procurando tocar o céu,

e nos seus braços abertos,

Anjos descansam, estando despertos...

A vida é como uma flor,

frágil, mas bela e perfumada,

resistente se dia a dia cuidada,

como se cuida de um grande amor.

A vida pode ser um mar de calmas águas,

profundas, e ao mesmo tempo dóceis,

onde não se perde o pescador,

mesmo se o canto da sereia o faça esquecer a dor...

A vida é o meu mundo e o teu,

mundo de sonhos e alegrias,

momentos únicos, e tantas as fantasias,

que, acredita, nossa vida é uma estrela que nasceu...

...e o tempo nos deu o tempo que julgávamos perdido,

como se a vida já vivida, não tivesse mais sentido,

como se agora fosse o tempo de renascer,

o momento que o amor um dia sonhou viver...

e nessa ânsia, teus braços que forte me abraçam

querendo me fixar a um mundo ainda de sonho e fantasia,

onde dois seres se tornaram num só... e assim alcançam

o céu, as estrelas, o sol e a lua, a eterna e infinita magia

que só os corações puros no amor, almejam viver um dia....

tanto escrevi,

tanto apaguei...

e aquilo que li

não era bom...eu sei...

e sei que o que escrevi

era puramente banal,

(não falava de ti),

e sendo assim,

hoje, nada criei,

e me sinto tão mal...

Acendes um cigarro

que partilhamos,

num beijo quente,

num beijo ardente,

contendo a respiração...

E abraçados ficamos

parados no tempo,

naquele beijo ardente,

com o fumo em excitação...

Soltam-se os lábios,

solta-se o fumo,

quais sonhos em levitação...

São perfeitas uniões que sobem,

quão perfeitos os lábios

que em perfeita harmonia,

fazem realidade a fantasia...

Acendes mais um cigarro

que partilhamos,

e fumando nos olhamos,

dois corpos num só,

almas sentindo magia,

e no queimar do cigarro

nascem sonhos e poesia...