IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
ouvindo o silêncio...
por entre os murmúrios do silêncio,
as lembranças saltam, dançam
num carrossel algo sem jeito..
ah este silêncio das pedras presas,
da noite sem viajantes...
faz-me falta o espreguiçar do mar,
a infinidade no olhar,
faz-me falta ouvir o bater do coração
e os segredos da alma...
talvez o murmúrio do silêncio
me traga melodias de embalar,
e em sonhos a cor do teu olhar...
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ainda é cedo...
ainda é cedo...
a noite é boa companhia,
mas o orvalho que cai
fazem-na fria,
impessoal,
sem máscara
humana ou fantasia...
aqui e ali os faróis
dos carros que passam,
e quando passam,
a aragem arrepia
como se o demo viajasse ao lado...
na algibeira, uma fotografia,
uns trocos para a bebida
que vai aquecer a alma...
a noite é boa companhia,
mas no vazio da noite
faz falta um abraço apertado...
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ainda há pouco chovia...
ainda há pouco chovia...
do canteiro do pátio,
quis escolher a flor mais bela,
perfumada e sem espinhos,
mas a chuva que tudo molhava
a beleza encobria,
e a flor que a ti destinava,
ficou adiada,
esperando por um novo dia...
que importa se a primavera
vai embora,
ou se a chuva por aqui mora,
um dia o sol vai sorrir,
e terás um jardim a florir...
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como uma árvore....
queria ser uma árvore
de longos braços,
fundas raízes,
em que meus abraços
tocassem teus ombros,
te prendessem a mim,
como um ninho de aves
feito casa de amor...
poderia vir a tempestade,
as chuvas de Abril,
poderia até vir o fogo
ou o abate sem dó,
mas acredita,
por cada ramo cortado,
mil rebentariam,
até se concretizar o sonho
de seres árvore a meu lado...
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um dia de cada vez...
acordo cada manhã
como se fosse o primeiro
dia para viver.
ao acordar, sopro à vida,
levanto as mãos ao céu,
esqueço o passado.
o amanhã é já ali
onde se houve o rumor
das águas límpidas,
o bater do coração,
a voz cristalina na brisa.
viver, viver, renascer,
sentir que na montanha mais alta
a água viva brota para a vida...
saber esperar, não é morrer...
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como pétalas de rosas...
como pétalas de rosas
aveludadas, sedosas,
assim são tuas mãos,
teus dedos,
teus seios (ah, teus seios,
como as maçãs verdes...),
teu corpo sem segredos,
e teus lábios de mel...
tão fácil embalar teu corpo,
tão difícil me esquecer dele...
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nada a dizer...
entrego-me à noite com a paz
que me ditaram teus olhos.
em minha mente, não há amanhã,
não há futuro,
não há sonhos já sonhados,
apenas o presente,
apenas lembranças de ontem,
a envolvência dos sentimentos
e da paixão.
relembro cada frase, cada palavra
extraída de teu coração,
como se todas as paredes das casas fossem brancas,
e todos os jardins fossem verdes,
como se não houvera mais manhãs de nevoeiro,
e o mar fosse um lago de calmas águas.
o travesseiro é meu fiel companheiro,
e partilhamos, discutimos cada momento...
talvez sejam loucos os aprendizes do amor,
talvez inventem fantasmas
quem é perseguido pela dor...
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se fosse tão fácil...
se fosse tão fácil
como prender o olhar
num ecrã, ou fotografia...
a mão se soltar,
trespassar o espelho,
tocar, abraçar,
como se houvera magia...
se fosse tão fácil,
nada seria virtual,
nem os mundos tão distantes,
mesmo quando em sintonia.
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de volta ao paraíso...
sabes, contaram-me um dia
que no firmamento,
bem dentro do céu,
havia anjos,
anjos como tu e eu...
e no céu, os anjos voavam,
saltitando, cantavam,
estavam no paraíso,
e as flores eram sempre belas,
e as aves faziam ninho nas estrelas.
por vezes passeavam-se o sol e a lua,
abraçados, ou de mão na mão,
e a terra ficava escura
quando o sol sobre a lua,
davam asas à paixão...
um dia, se me deres asas,
também quero voar ao céu,
e meu rosto sobre teu colo
vai adormecer,
porque teu sonho é igual ao meu...
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desejo...
se eu descrevesse em frases, palavras,
o teu sorriso,
se eu desenhasse em forma de castelo
teu doce beijo,
quem iria descobrir que nas nuvens
está teu corpo,
voando sobre o meu, saciando o desejo...