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talvez não...

Segunda-feira, 06.05.13

 

 

 

talvez não devesse partilhar

ou confessar o que sinto, mãe,

mas sei que me vais ouvir,

e fazeres questão de tua mão eu sentir

como se me quisesses proteger...

eu sei que me vais compreender, mãe,

e sei também que após a lágrima

que teima em cair,

com teu jeito de ser, vais sorrir...

 

tu sabes, e por certo já leste meu coração,

leste a tristeza em meu rosto

quando a saudade está de feição,

quando os dias não correm,

quando as horas parece que morrem...

 

e enquanto me é permitido,

deixa-me beijar-te, mãe,

deixa-me guardar esse olhar querido

qual moldura sem parede,

ou de outro local qualquer.

 

Esse teu rosto, que já teve beleza,

encanto e sorrisos de esperança,

continua lindo,

mas agora com sonhos de criança...

por isso, deixa-me também sonhar, mãe...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:59