IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outros sabores....
faz-me falta o perfume de tua boca
por entre a maresia do mar...
cada gota de água,
este salgado mais que mágoa,
é o equilíbrio, o ponto perfeito
entre o querer e o ter,
o desejo e a indiferença,
que teus lábios não sabem esconder...
Autoria e outros dados (tags, etc)
na janela...
na janela, perde-se o olhar
por quem passa, por quem nada diz...
são gente anónima,
como anónimo é o meu ser,
escondido, perdido,
por entre os cortinados que esvoaçam.
apetece-me dizer "entra"
ao sorriso de uma criança,
ao olhar a medo da gaivota,
á lua que envergonhada espreita,
ás estrelas que brilhando,
ofuscam meu olhar...
quedo, deixo-me ficar
vendo o tempo partir,
a vida na vida voar....
Autoria e outros dados (tags, etc)
sensações....
parecem possuídos os amantes
por entre as areias da praia...
caminhando entre outros, errantes,
buscando em cada espaço, seu espaço,
a libertação das chamas flamejantes...
as areias se movem pelo deambular
dos corpos suados,
inebriados pelo ondular do mar.
os lábios se contorcendo,
os gestos ritmados,
no tempo embalados,
até á completa libertação,
gemidos ecoando no ar...
em paz, olhando o azul mais azul do céu,
riem e choram como crianças felizes,
e do oficio parecem aprendizes,
até uma outra vez,
até as chamas se reacenderem...
Autoria e outros dados (tags, etc)
imagem....
soltou seus longos cabelos,
despiu-se das vestes de passeio,
e assumiu sua liberdade na rua...
quem passava, parava, vê-la ali, dançando na chuva
ainda que semi nua,
contornos suaves, quase audazes,
tentadores, para quem sonha.
mas em tudo o resto, era alheio
seu corpo, que molhado pela chuva,
bronzeado sobressaindo nos parcos raios de sol,
dava asas à imaginação...e dançava...
e dançava... até seu corpo cair na exaustão...
deixou-se amparar pela árvore da praça,
pelo banco de jardim, refúgio de quem passa...
pudera eu te abraçar... ou só tocar tua mão....
Autoria e outros dados (tags, etc)
Melodias....
sentou-se na berma da estrada,
e no silêncio do nada,
o seu silêncio era uma canção,
não uma canção sem alma
ou de vozes sem emoção,
mas uma canção celestial
como só é cantada
quando soa a voz do coração...
rendiam-se os animais escondidos
pela vegetação,
os arbustos, as árvores
que se vergavam, não pelo calor da estação,
mas pela emoção dos sentidos,
e ali, pasmados, entretidos,
se entreolhavam, no espaço perdidos,
ouvindo o silêncio...em forma de canção...
tristes os que não ouvem,
não sabem ouvir o silêncio,
tristes os que no ruído da vida
não param, escutam o próprio sangue correndo nas veias,
e sem alaridos, ou amarras das teias
com que se prendem, não vêm saída
para um caminho em forma de Luz...
Autoria e outros dados (tags, etc)
apenas um gesto...
anda comigo
ver o mar,
sonhar navegar
em cada onda,
ainda que de areia
banhada pela espuma...
e, quando em mar alto,
quase tocando o céu,
eu te prometo,
se for noite de estrelas,
serás uma delas,
ainda que apoiada
sobre meus ombros...
Assim, bem no cimo,
sentirás a emoção
de que o teu mundo,
é o meu mundo,
bem na palma da mão...
Autoria e outros dados (tags, etc)
momentos.....
apenas um beijo na brisa da tarde,
um olhar ardente no tempo que passa,
um cigarro partilhado por entre o desejo
que fervilha, olhando o rio, águas mansas...
e de pequenos nadas, se faz história,
por entre caruma e azul confidente,
no silêncio dos pássaros que esvoaçam,
no comprometimento das árvores surdas...
deslizam as gaivotas nas águas paradas,
tecem-se sonhos na brisa que passa...
Autoria e outros dados (tags, etc)
descendo a calçada....
felizes, descem a calçada,
rua de pedra mal amanhada,
os namorados da minha rua...
fito-os pela janela do tempo...
ela parece dizer-lhe que sim
por entre o olhar difícil de entender,
ele, sem jeito, olhar meigo e tenso,
deixa-se levar pelas pedras da calçada,
como se ao fim, houvera um jardim,
um jardim de promessas, ribeiro manso,
outros namorados em festim...
Autoria e outros dados (tags, etc)
lembranças....
lembras das pedras e das árvores
tristes, frondosas, mas tristes,
que flectiam na nossa passagem
como se augurassem má viagem?
sabes, lembro que os caminhos
subiam, subiam rumo ao céu,
que era azul, como o azul da alma,
como as manhãs que te vejo só com um véu...
incautos, descuidados e infelizes,
quanto fomos aprendizes
do tempo que não soubemos ler,
que do azul do céu, também pode chover....
Autoria e outros dados (tags, etc)
gestos....
patéticos os gestos dos amantes,
que, irreflectidos,
se lambuzam para quem passa...
abanam a cabeça os mais crescidos,
invejam os restantes,
eu... eu fico feliz, se ela me abraça...