IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
rios de amor....
fecham-se meus olhos na paz da escuridão,
onde rios de águas límpidas, calmas,
deixam navegar barcos de paixão.
qual navegante de teu corpo á vela,
percorro, encontro os espaços,
que culminam no brilho de uma estrela.
sorriem meus lábios pelos peitos teus,
pelo deambular no pico do prazer...
agora, todos os rios são meus....
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perfume dos sonhos...
em silêncio, respiram meus lençóis de linho...
eu, deixo-me levar pelo perfume dos sonhos,
pelo encanto, pela fascinação das fantasias,
e adormeço embalado pelo brilho das estrelas,
pelo ritmo pausado, calmo, de cada ilusão...
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outro tempo....
lembro dos tempos de criança,
da paz que fazia na minha rua
onde não havia quase nada,
e quase nada era tanto na ténue esperança...
eu e o meu pião, o aro da bicicleta,
e os carreiros onde brincava
qual avenida asfaltada...
sem TV, sem net, meu mundo era tudo
o que cabia nos meus sonhos,
sonhos gravados qual cinema mudo.
recordo com nostalgia e sorrio...
os dias de hoje, são de dor, tristeza, um corrupio.
ah se eu pudesse voltar a brincar na minha rua...
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meu tempo...
esqueci do tempo,
das horas,
do nascer e pôr do sol,
como se a imagem de ti,
esperando teu despertar,
fosse meu tempo,
aqui ou noutro lugar...
sei que já mudaram as luas,
se calhar até as estações,
e eu me pergunto:
quantos anos passaram,
quantas estrelas na noite brilharam,
quanto de mim se perdeu
para me reencontrar??
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ouvindo o silêncio....
cálida a noite,
por entre as sombras,
por entre o luar,
por entre o silêncio que faz...
e no silêncio, o murmúrio de vozes,
chamamento,
por certo o pensamento
em laivos de saudade.
perscruto a voz do silêncio,
o rumor das folhas do arvoredo...
quisera eu ouvir de verdade
a voz de teu coração...
deixo-me adormecer nos teus braços,
(imaginários eu sei),
mas serão teus abraços
que me levarão ao céu, como um dia sonhei...
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espelhos....
olham-se como se fosse uma descoberta,
cada ponto, cada protuberância de seus corpos...
tocam-se e saciam cada dedo de suas mãos,
cada poro de sua pele, qual mente desperta
fantasiando e improvisando sensações...
devoram-se os corpos... choram os corações
pelo amanhã que se perdeu em parte incerta,
qual gota de água num mar de emoções...
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no deserto do prazer...
como duas aves ávidas pelo momento,
fizemos nosso o tempo
por entre o murmurar das ondas,
e a indiferença de quem passa...
nossas asas se entrelaçavam
e os corpos suplicavam,
tal o rumor que emanava das entranhas,
gestos, beijos, carícias ousadas...
e tudo era pouco, tão pouco,
(até o prazer te chamava de louco),
pela entrega e pelo ausência do acto,
como se amar fosse apenas espectáculo...
felizes os amantes das areias
e dos jardins floridos da primavera,
felizes os que gemendo, são sereias,
não do mar, mas dos momentos sem regra...
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coração de mãe....
porque choram teus olhos, mãe?
tantos os anos que já passaram,
mas tu lembras cada um deles
que por mim, por ti voaram...
e já são tantos mãe...
até lembras dos meus primeiros dias de escola,
do sofrimento dos meus passos,
da dor que a vida contém...
mas sabes mãe,
meus olhos também choraram pelos teus...
sei que um dia... esse dia será de dor,
silêncio, raiva e ao mesmo tempo Amor,
porque sempre te vou lembrar, mãe,
ao ver os olhos meus...
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no teu olhar....
olhar teus olhos
é como visitar tua alma,
percorrer teus desejos,
embrenhar-me neles,
deslizar ao mais intimo de ti.
sem me perder nos atalhos
que distraiam meu sentido,
continuo este jogo,
(sei que é perigoso),
mas chegarei, até ao mais intimo de ti...
deixa-me ficar, pernoitar,
saciar-te de beijos,
deixa-me morrer de amor
como só os amantes
se entregam, mesmo no mais intimo de ti...
Amor, Amor,
teus olhos, são meus olhos,
tua alma, minha alma,
teus desejos, meus desejos,
teu corpo, parte integrante do meu....
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num papagaio de papel...
esbati tua imagem, colorida,
sobre folha de papel de ceda.
dessa folha, imaginei um papagaio,
sem asas, voando no céu,
ao sabor do vento e da minha imaginação..
dei-te corda, vida, liberdade,
e tu voaste cada vez mais alto,
longe de meu olhar, da minha razão,
procurando outros ventos
outros passatempos, noutra estação.
ficaram tristes meus olhos,
e a parede, que sonhava com tua imagem...
alegraram-se os anjos e o sol,
por te terem ali, e não, não era miragem,
eras mais uma estrela na noite, em viagem...