IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
primavera...
anseiam meus olhos pela luz da primavera,
pelas manhãs febris do retorno à vida...
deambulando pelos verdes prados
serei feliz como os lírios do campo,
que na sua simplicidade, têm tanto encanto
e sorriem para quem passa, como que enamorados...
anseia meu ser pela renovação,
pela arte do querer, pela boa estrela, algures perdida...
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mundo à parte...
apenas um fio
como se de teia
fosse,
me segura no vazio,
sem a sorte que premeia
os audazes...
caiu a noite,
o silêncio...
shiu, lá fora chove
e o coração não ouve...
coitado, ainda a sonhar
com os acordes de outrora...
acorda, vê a hora!
por onde andavas??
quem procuravas
já não mora
ali, dizem que se escondeu
num mundo que inventou... e lá morreu...
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tarde de inverno...
tarde de inverno e desassossego,
tarde de domingo onde me prendo
ouvindo a chuva cair...
não se ouve um bater de asas,
um cão a latir,
tudo permanece quedo
mas eu sei que é tudo a fingir,
não vão acordar os fantasmas do medo.
se não fosse esta chuva, este enredo,
juro que inventaria asas de voar,
um caminho, um só sentido,
um paraíso, um abraço ao chegar,
um beijo (ainda que proibido),
mil histórias para contar
e acrescentar, num livro interrompido...
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horas mortas...
são de angústia as horas mortas,
partilhadas pelo silêncio e pela luz,
saltando uma após outra, triste cruz,
até que se canse o olhar...
até o mar, outrora em ruidosos brados,
permanece calmo, silencioso,
talvez se culpando, ou se sinta medroso
das forças que regem o universo
como o mar, meus medos me tomaram,
me tornaram seu refém
no pensamento agora sem dono, sem ninguém,
nas horas mortas, neste silêncio sem fim...
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em modo de destilação...
destilo todo o veneno que mora em mim
por entre as sarjetas das ruas desertas...
limpo, de coração puro, olho as estrelas
e até reparo que nunca brilharam assim,
e aos meus olhos ficaram ainda mais belas...
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porque vi o sol...
dia de Inverno, de frio e de chuva,
cinzento como são todos os dias
sem a emoção de que nada vai acontecer...
pego numa folha, em lápis de cor,
desenho o céu, tom azul,
e uma bola como sendo o SOL..
e num ápice, renasceu a Primavera...
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não há estrelas no céu...
correm os vultos na rua
como que imbuídos de chegar
onde o pensamento os leva.
atropelam, seguem em frente.
nada detém quem a pressa faz voar...
loucos, loucos e insensatos,
não pensam nem sonham
que o destino é uma cruz, um altar,
uma tábua... rio sem margem,
mar sem ondas, céu sem estrelas...
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ouvindo a chuva...
faz-me impressão ouvir a chuva cair...
ouvir a chuva no telhado,
deveria ser como ouvir um piano,
tecla a tecla, em tom embalado
e que só coração sabe ouvir...
de alma limpa e sonhos intemporais,
cada gota deveria provocar uma certeza
ao delinear um a um, no papel, no pensamento,
e em cada um, um pouco da beleza
dos momentos a viver em tantos locais...
fazem-me falta as manhãs de poesia,
de cor, vida e de encanto,
do cinzento e da promessa no horizonte
que se iria esbater em pranto,
por entre os espaços, qual toque de magia...
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como se fosses criança...
como se fosses Anjo,
voa pelas estrelas da imaginação...
como se fosses criança,
dorme em meus braços
ouvindo te contar um conto,
uma história, ou pedaços
de vida...
talvez até escreva um poema
descrevendo a paz em teu rosto,
e nos teus olhos fechados,
quem sabe verei manhãs de Agosto,
algures... fora de tempo...
como se fosses Anjo,
faz da vida um dia de sol e dança ao sabor do vento...
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barco de papel....
sereno o mar, sem ondas,
sem a espuma se espreguiçando no areal...
como criança brincando com barco de papel,
entro mar dentro, sonhando navegar
até tocar linha do horizonte...
meu mar, meu céu, meu pôr do sol,
recanto dos sonhadores,
partilhado pelos amores
das horas tardias...
meu barco, barco de papel
sem remos , sem vela,
é uma aguarela
assim como o mar azul, num sonho azul,
numa foto já amarelada pelo tempo...