IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
sonhos e fantasias...
foi na tarde de domingo
que lancei as palavras ao céu,
desse no que desse,
quem as apanhasse,
talvez adivinhasse
o que minha alma escreveu...
ou então, quem sabe soubesse
o destino das palavras,
a alma pura onde coubesse
cada verso, cada suplicio de saudade,
como testemunham cada tarde,
o dia, a noite, cada prece...
são as tardes de domingo
tardes de todos os dias,
de todas as estações,
tardes de sonhos e fantasias...
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um dia de Abril...
quanto ruído lá fora...
quanta conversa fora de hora
como se a manhã,
o dia que nasceu,
alguma vez fosse entender...
shiuuuu... dêem-me um livro,
uma folha onde escrever,
e o silêncio... é tudo o que preciso...
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o campo e as flores..
olho a terra em redor,
sem o betão
ou o negro asfalto
das máquinas poluentes...
livre, sem pegadas,
dela brotam mil flores,
e são tantas as cores
que esqueço que vivo na cidade...
incauto o coração,
admira na simplicidade
a beleza e a contradição
de outras, que se vestem de falsidade...
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contador de histórias...
já não sei contar histórias
nem escrever palavras com vida,
onde cada sílaba, cada acento,
descrevia o momento
de uma forma colorida e sentida.
já não sei contar histórias
não sei sequer falar de amor,
e cada página daquele livro por acabar,
são retalhos, ondas de um outro navegar,
sem terra á vista, mas tanto mar, alegria maior...
mas sei falar das memórias,
dos contos de fadas e dos sonhos,
dos pesadelos (alguns medonhos),
e das certezas...tantas.. outras, inglórias...
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escrever, o quê?
poderia escrever um poema
ou prosa com tons de poesia...
poderia escrever...
mas não escrevo...
aliás, nem sei qual o tema
a que me proporia,
tal o vazio no querer...
se eu fosse jardineiro,
falaria da beleza e do perfume
das flores, no canteiro...
se eu fosse artesão,
seriam as peças a falar
moldadas por minha mão...
se eu fosse dono do mundo,
talvez deixasse falar meu coração
no teu coração... só por um segundo...
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outros calendários...
ontem, eras a manhã cândida
de um dia frio de Janeiro...
amanhã, serias o dia e a noite
de um calendário só nosso,
feito entre os lençóis de seda
e o areal da extensa praia...
mas como avançar no tempo,
se hoje ainda é o momento
dos sonhos e das certezas?
como uma bola de sabão
sem asas, viajando
na brisa do vento,
assim lanço a vida, voando
entre as nuvens e as estrelas,
leve, tão solta, tão despida,
sem laços que a prendam,
sem qualquer guarida...
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"partidas" do tempo...
na palma da mão,
um punhado de tudo
um punhado de nada,
como grãos de areia
se sumindo no vazio...
abro a outra mão
onde prendia os sonhos,
os sorrisos da manhã,
mas também se sumiram
ou alguém os levou na escuridão...
aperto as mãos como quem agarra a vida,
e deixo-me levar ao sabor do vento,
sem olhar para trás,
fugindo das partidas do tempo...
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triste o silêncio..
quão triste o silêncio
e o bater frouxo do coração,
quão triste a recordação
e todas as lembranças,
que o silêncio não consegue esconder...
e cada texto meu,
cada verso, seria uma canção,
música sem refrão,
soletrado pelos lábios teus
ao encontro dos lábios meus...
ai amor dos meus sonhos,
encanto de todos os encantos,
quão triste e tantos os prantos
que o silêncio não consegue conter,
viva eu na esperança de nunca te perder...
deixa-me dizer-te baixinho
por entre teu colo, em segredo,
palavras banhadas em lágrimas pelo medo,
de que para sempre vou te amar,
eterna angústia de tanto, tanto te amar...