IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outros horizontes...
abro meus horizontes,
minhas fronteiras,
e todos os caminhos agora são meus,
estradas, avenidas,
até o caminho das estrelas,
tudo está à minha frente
como quem viaja, e vê uma miragem,
no pensamento, a fantasia
dos loucos, a fugaz alegria
de que é possivel seguir sempre viagem.
abro meus horizontes,
minhas fronteiras,
agora sem portagens, sem montanhas,
sem mar, sem rios, sem pontes,
apenas avenidas de flores e cor,
árvores ladeando quem passa em esplendor...
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palavras mal(ditas)...
vêm no vento as palavras que foram ditas,
sonhadas, e que julgávamos abençoadas
por um deus um dia inventado.
uma a uma são decifradas
e já não dizem nada, tudo é vazio,
nem existem como caracteres desenhados...
devolvo-as ao vento, ao tempo passado,
em formato amarrotado
como quem faz bola de papel...
se eu fosse jogador, mesmo jogador de rua,
chutaria bem longe a bola, se possível até a lua,
ou até saturno, em forma de anel...
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meu mundo...
subtilmente abres as portas do meu mundo,
lado a lado com a inocência no olhar,
e é nesse olhar, sereno e profundo,
que me questionas, sinto-o, e mesmo sem falar
lês todo um ser, como se um livro aberto...
nada escondo, e de te sentir tão perto
baralham-se minhas contas, o atrevimento
renasce, florescem, incendeiam-se mil ideias
numa mente que te despe no momento,
e me encanta, como se embalado por mil sereias...
ouço o mar, a espuma se sumindo no areal,
outros ruídos, tentativas de afastar meu medo,
dúvidas...e nesta guerra, minha, invento um sinal,
armadilhas, se invadirem meu refúgio, meu rochedo...
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aromas da manhã...
no ar fresco da manhã, os aromas,
as lembranças, as palavras
ainda ressoando no tempo,
com toda a gente que passa
com ou sem destino certo...
que importa... leva-as o pensamento,
as horas certas do relógio,
e nem reparam quem fica,
quem, no olhar, está ausente
ou tão só, só, no meio da gente...
o ar fresco da manhã, é uma ilusão,
é um escape, hipotética recaída
nos caminhos sem direcção,
ou trilhos perdidos...quantos, sem saída...
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outros olhares...
quando olhavas meus olhos e vias o mar,
dizias que te sentias baloiçar
num barco, em calmas ondas,
navegando num mar sem fim
como sem fim era a paz no meu olhar...
falavas das estrelas, falavas do luar,
falavas do desejo de ser anjo,
e sendo anjo, eu voaria em tuas asas
pelo paraíso que inventaste para nós...
mas os olhos cansam-se no tempo,
e onde vias mar, nasceram nuvens,
castelos cinzentos, ameaçando tempestade...
já não serias anjo, nem terias asas,
e o que seria paraíso, não passam de dunas
onde o mar bravo trai os namorados...
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apenas eu... e o silêncio...
remete-se ao silêncio,
ouvindo o silêncio,
os sons da alma...
tão claro o silêncio,
tão visível,
tão transparente...
mede cada palavra,
cada sílaba,
e sente o que sempre sentiu...
o silêncio não mente.
olhos nos olhos,
o silêncio entre os lábios
e o sentir do bater do coração...
a alma lê... a alma sente....
tão claro o silêncio,
tão visível,
tão transparente...
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imagem...
de mil imagens se veste um corpo,
imagens de fantasia, uma a uma
passando vertiginosamente,
no tempo que o pensamento consente.
e tudo é tão ilusório, tão fugaz,
o registo que o espelho nos traz,
quando tudo ainda é inocente...
passam os anos, registos que lêem
o que os olhos não vêm,
mas quem quiser ver, o espelho não mente.....
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ares de primavera...
gosto da primavera,
gosto das cores, do reboliço
que o vento lhes traz
como querendo chamar a atenção...
gosto da magia da renovação
em cada planta, sopro de "vida"
que se vai perdendo até o fim da estação...
sim, gosto da primavera,
da brisa fresca na manhã,
do céu azul, como se pintado em aguarela,
mas por mais que eu goste da primavera,
sinto que ela não gosta de mim...
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na palma da mão...
é nas águas calmas de um rio
que navega o pensamento,
sem barco, sem remos,
apenas flutuando, deslizando
tal a leveza que leva dentro...
não ousem tocar, acordá-lo,
ou numa pequena onda
puxá-lo à margem,
pretende-se demorada a viagem
antes que o mar possa levá-lo...
se chegarem as chuvas de Abril
e se os desenlaces forem mil,
outras águas calmas surgirão,
num rio, num ribeiro, numa concha em minha mão...
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minhas mãos nas tuas...
prende minhas mãos nas tuas,
sente, lê cada palavra
escrita pelos meus dedos
como se escrita pelos meus lábios
nos lábios teus...
lentamente, degustando o prazer,
lembra do chocolate,
das amêndoas na Páscoa
ou dos morangos de paixão,
por entre o espumante no verão...
espera, sente o calor de minha pele
tacteando a tua pele,
os dedos novamente escrevendo
todos os passos a seguir...
teus olhos, teus movimentos
pedem mais, erecção dos sentidos
em tantos planos proibidos...
prende minhas mãos nas tuas,
como se, bem fechadas,
guardássemos eternamente a vida...