IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
a carta que nunca escrevi...
meu amor, amor que nem sei se existe,
faz tanto, tanto tempo que partiste,
que nem sei se algum dia te conheci...
por certo algures nos conhecemos,
por certo em muitos locais amor fizemos
e fomos felizes...senão, não escrevia para ti...
mas sabes, são tão poucos os momentos de lucidez,
que nem sei quando vejo a verdade em toda a embriaguez
que me toma, quando leio o que escrevi.
chamei-te de "amor" como te chamaria outro nome qualquer,
desde que teu nome fosse um lindo nome de mulher,
mas não, não me lembro se algum dia o proferi...
olha, só agora me dou conta (ah esta minha cabeça...)
que não sei tua morada, nem sei a quem peça
que te faça chegar a carta, que escrevo e em voz alta reli.
se não receberes noticias minhas, se a carta se extraviar,
nada perdeste, quando a escrevi, senti-me sonhar
num amor que nunca tive, mas algures na vida eu sei... eu o vivi....
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o espelho e a sombra...
há um espelho,
a frente e o verso no espelho,
há uma imagem que a luz reproduz,
a sombra,
que não é o verso,
mas sim o inverso da imagem...
e há as fantasias
de vermos o que não se vê,
a imaginação,
a perigosa tentação
de ler o que não se lê...
há um não sei o quê
de te imaginar nua,
tua sombra propagada pela lua
num banco do jardim...
quem passa vai te possuindo
sem prazer, ou até fingindo,
mas no final, fica sorrindo
por estranho engano, a tentação do querer...