aos meus ouvidos, no silêncio,
soam frases intemporais,
versos que rasgam os sentimentos
e lhes retiram das entranhas
tudo o que de belo canta o amor
felizes os "tocados" pelo dom,
que sendo grandes, sofrem na dor,
carregando dentro de si
um bater mais forte do coração...
escrevo num quadro,
fundo branco, algo piscando...
sem ser pelo punho da mão,
vai nascendo a composição
em formato memorando,
e emocionalmente tão virtual.
cada palavra, terá sempre um sentido,
mas logo à nascença perdido
nesta encruzilhada de linhas
neste objecto sem rosto.
desligado da vida
mas acarinhado por gosto,
sempre fica triste a despedida
quando a composição parece renascer.
em formato memorando
e emocionalmente tão virtual,
ficam as frases, carentes do tempero, do sal,
almas perdidas, no tempo e no querer...
faz-se tarde, amor,
e o tempo teima em correr
como se em busca de algo
ou fugindo do passado.
em vão semeio pontes,
caminhos, ou avenidas
repletas de flores,
onde te pudesse encontrar
num passeio primaveril...
não, agora lembro
que não gostas de flores,
e os passeios cansavam-te,
como se a cada passo
germinassem dores...
faz-se tarde, amor,
como tarde é passado
na noite que já chegou...
olho as estrelas, que já não brilham,
e pensando bem... talvez nunca seja tarde, amor...
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