IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outros sons...
aos meus ouvidos, no silêncio,
soam frases intemporais,
versos que rasgam os sentimentos
e lhes retiram das entranhas
tudo o que de belo canta o amor
felizes os "tocados" pelo dom,
que sendo grandes, sofrem na dor,
carregando dentro de si
um bater mais forte do coração...
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em de(composição)...
escrevo num quadro,
fundo branco, algo piscando...
sem ser pelo punho da mão,
vai nascendo a composição
em formato memorando,
e emocionalmente tão virtual.
cada palavra, terá sempre um sentido,
mas logo à nascença perdido
nesta encruzilhada de linhas
neste objecto sem rosto.
desligado da vida
mas acarinhado por gosto,
sempre fica triste a despedida
quando a composição parece renascer.
em formato memorando
e emocionalmente tão virtual,
ficam as frases, carentes do tempero, do sal,
almas perdidas, no tempo e no querer...
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divagando...
faz-se tarde, amor,
e o tempo teima em correr
como se em busca de algo
ou fugindo do passado.
em vão semeio pontes,
caminhos, ou avenidas
repletas de flores,
onde te pudesse encontrar
num passeio primaveril...
não, agora lembro
que não gostas de flores,
e os passeios cansavam-te,
como se a cada passo
germinassem dores...
faz-se tarde, amor,
como tarde é passado
na noite que já chegou...
olho as estrelas, que já não brilham,
e pensando bem... talvez nunca seja tarde, amor...
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pingos de chuva...
pingo por pingo,
um atrás do outro
e mais outro atrasado,
quando chegado
enfim ao destino,
em mil pingos transformado
de contente gritava:
"Biiiiiiinnngo"!!
Tão bom, tão doce
o cheiro a terra quente,
aqui e ali salpicada
e que prometia molhada
a noite, da chuva à muito carente....
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o horizonte...
"olhando o horizonte..."
como se alguém pudesse descortinar
ou sequer imaginar,
o pensamento de uma criança...
"olhando o horizonte..."
como se a vida fosse do tamanho da visão,ali, tão perto, quase na palma da mão,
mas infinitamente longe...
"olhando o horizonte..."
e pensar que vale a pena crescer,
com os erros de hoje, aprender,
e sentir que no vazio, sempre haverá uma ponte...
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28 ºC....
quanto desassossego nas horas mortas,
no ar que respiro e me sufoca.
este tempo, já não é o meu tempo
nem das cigarras que deixaram de cantar...
devoro mais um cigarro
que queima tanto como o tempo que faz,
e nem o fumo que um dia ambos sugamos
me liberta a memória de tanto sonhar...
talvez o tempo tenha mudado...
talvez seja eu no tempo parado...
quem sabe, a areia da praia,
o suave beijo do mar
me faça renascer...acordado...
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sinais...
nunca serão em vão
os passos dados,
no areal marcados,
nunca temendo o mar,
olhos nos olhos
como que a segredar,
"eu te amo"...
nunca serão em vão
os sorrisos na manhã,
abafados pelo cobertor de lá,
esperando que se fizesse dia...
as horas jamais existem
nem tão pouco a monotonia
se me dizes, "eu te amo"...
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nas minhas mãos...
abro minhas mãos
como se uma ave fosse voar,
ou um segredo a revelar...
foram estas mãos,
agora "presas" pela solidão,
antes portal de teu coração,
que elevo aos céus...
queira o vento,
o passar do tempo,
que me traga recados teus...
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sons de outono...
do rochedo, ouvindo o mar, fiz minha casa,
sem tecto, sem paredes,
ou antes, meu tecto é o céu que me cobre,
e a lua, a luz que incendeia meus sonhos...
deitado, estendo minha mão até o mar que me rodeia,
toco ao de leve a água fria
e lentamente, na memória, é tua pele,
a tua pele que por entre meus dedos fugia...
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monotonias...
de que servem as horas de sol e luz,
da monotonia dos momentos,
do perfeito embalar das ondas do mar??
caminhando contra a ordem dos tempos,
palmilhando os segredos do areal,
talvez partilhe também os meus
como se houvesse sublevação das coisas,
a revolta natural das coisas...
sinto-me perdido neste Outono de Agosto...