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outros sons...

Sexta-feira, 31.10.14

 aos meus ouvidos, no silêncio,

soam frases intemporais,

versos que rasgam os sentimentos

e lhes retiram das entranhas

tudo o que de belo canta o amor

 

felizes os "tocados" pelo dom,

que sendo grandes, sofrem na dor,

carregando dentro de si

um bater mais forte do coração...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:15

em de(composição)...

Quinta-feira, 30.10.14

 escrevo num quadro,

fundo branco, algo piscando...

 

sem ser pelo punho da mão,

vai nascendo a composição

em formato memorando,

e emocionalmente tão virtual.

 

cada palavra, terá sempre um sentido,

mas logo à nascença perdido

nesta encruzilhada de linhas 

neste objecto sem rosto.

 

desligado da vida

mas acarinhado por gosto,

sempre fica triste a despedida

quando a composição parece renascer.

 

em formato memorando

e emocionalmente tão virtual,

ficam as frases, carentes do tempero, do sal,

almas perdidas, no tempo e no querer...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:39

divagando...

Terça-feira, 28.10.14

faz-se tarde, amor,

e o tempo teima em correr

como se em busca de algo

ou fugindo do passado.

 

em vão semeio pontes,

caminhos, ou avenidas 

repletas de flores, 

onde te pudesse encontrar

num passeio primaveril...

 

não, agora lembro

que não gostas de flores,

e os passeios cansavam-te,

como se a cada passo

germinassem dores...

 

faz-se tarde, amor,

como tarde é passado

na noite que já chegou...

olho as estrelas, que já não brilham,

e pensando bem... talvez nunca seja tarde, amor...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:59

pingos de chuva...

Segunda-feira, 27.10.14

 pingo por pingo,

um atrás do outro

e mais outro atrasado,

quando chegado

enfim ao destino,

em mil pingos transformado

de contente gritava:

"Biiiiiiinnngo"!!

 

Tão bom, tão doce

o cheiro a terra quente,

aqui e ali salpicada

e que prometia molhada

a noite, da chuva à muito carente....

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:16

o horizonte...

Domingo, 26.10.14

"olhando o horizonte..."

como se alguém pudesse descortinar

ou sequer imaginar,

o pensamento de uma criança...

"olhando o horizonte..."

como se a vida fosse do tamanho da visão,

ali, tão perto, quase na palma da mão,

mas infinitamente longe...

"olhando o horizonte..."

e pensar que vale a pena crescer,

com os erros de hoje, aprender,

e sentir que no vazio, sempre haverá uma ponte...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:51

28 ºC....

Sábado, 25.10.14

quanto desassossego nas horas mortas,

no ar que respiro e me sufoca.

este tempo, já não é o meu tempo

nem das cigarras que deixaram de cantar...

 

devoro mais um cigarro

que queima tanto como o tempo que faz,

e nem o fumo que um dia ambos sugamos

me liberta a memória de tanto sonhar...

 

talvez o tempo tenha mudado...

talvez seja eu no tempo parado...

 

quem sabe, a areia da praia,

o suave beijo do mar

me faça renascer...acordado...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:49

sinais...

Quinta-feira, 23.10.14

 

nunca serão em vão

os passos dados,

no areal marcados,

nunca temendo o mar,

olhos nos olhos

como que a segredar,

"eu te amo"...

 

nunca serão em vão

os sorrisos na manhã,

abafados pelo cobertor de lá,

esperando que se fizesse dia...

as horas jamais existem

nem tão pouco a monotonia

se me dizes, "eu te amo"...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:07

nas minhas mãos...

Quarta-feira, 22.10.14

 

 abro minhas mãos 

como se uma ave fosse voar,

ou um segredo a revelar...

foram estas mãos,

agora "presas" pela solidão,

antes portal de teu coração,

que elevo aos céus...

queira o vento,

o passar do tempo,

que me traga recados teus...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:02

sons de outono...

Segunda-feira, 20.10.14

do rochedo, ouvindo o mar,  fiz minha casa,

sem tecto, sem paredes, 

ou antes, meu tecto é o céu que me cobre,

e a lua, a luz que incendeia meus sonhos...

deitado, estendo minha mão até o mar que me rodeia,

toco ao de leve a água fria

e lentamente, na memória, é tua pele, 

a tua pele que por entre meus dedos fugia...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:03

monotonias...

Domingo, 19.10.14

 de que servem as horas de sol e luz,

da monotonia dos momentos,

do perfeito embalar das ondas do mar??

 

caminhando contra a ordem dos tempos,

palmilhando os segredos do areal,

talvez partilhe também os meus

como se houvesse sublevação das coisas,

a revolta natural das coisas...

 

sinto-me perdido neste Outono de Agosto...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:47


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