IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
eram sonhos...
eram verdes, dourados os sonhos,
as fantasias a cada acordar do dia,
eram ondas de mar, aromas a maresia
em cada final de tarde...
eram verdes, dourados os sonhos,
eram fogo que ardia
como a descoberta do amor
num simples olhar tentador,
num sorriso maior...
eram verdes, dourados os sonhos,
até ao pôr do sol, até ao fim de tudo...
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apenas palavras...
de falsas palavras movem-se teus dedos,
como teus lábios quando falas ao vento...
leva-as vento em tuas asas, sem lamento,
para longe, onde a serra árida tudo prende
e devora.. com o passar do tempo...
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falando ao tempo...
ouves a chuva cair,
o choro das árvores sem nome?
talvez não ouças,
talvez nem saibas como sentir
o peso de uma gota,
de uma lágrima a fugir...
afasto as cortinas do lado cinzento,
da dor que cobre o tempo...
vá lá, não fiquem assim,
assim me visto,
assim no tempo resisto,
até que o tempo se lembre de mim...
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bom domingo...
elevo minhas mãos ao céu,
azul, quase transparente.
apetece entrar nele,
correr, voar, seguir em frente
como andorinhas na primavera.
colher flores algures no paraíso
e voltar, voltar a este inverno,
onde a saudade criou raízes...
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o meu mundo...
seres estáticos, aprisionados
a um mundo que não pedimos,
incessantemente invadidos
e ingloriamente ludibriados,
assim somos nós,
peças únicas e ao mesmo tempo
tão pequenas, quase invisíveis
numa grande engrenagem...
finjo não ser eu ouvindo as notícias,
os horrores da guerra
e a loucura dos homens...
finjo não viver acordado,
mas antes cobardemente amordaçado
numa voz sem eco, sem destino...
faz-me falta a coragem dos loucos,
mas íntegros no sentimento...
fazem falta tantos, mas são tão poucos
os seres renascidos da profunda terra,
deuses supremos,
imaculados, guerreiros no tempo...
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apenas o inverno...
tão longo o inverno, o cinzento
que invade a alma, o olhar...
não me lembro d`um inverno assim.
não me lembro que tenha morrido
a primavera, o verão... e não me lembro de ti.
talvez sejas o inverno que mora em mim...