IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
da minha janela...
da minha janela, vejo tua varanda,
as flores que afagas com tuas mãos,
os vasos que tratas com carinho...
da minha janela, vejo-te baloiçando
na espreguiçadeira, tão leve, tão serena,
e sinto que teu olhar fixa o horizonte,
e em teu rosto, reina a paz de um dia de primavera.
da minha janela, vejo um postal ilustrado,
uma foto tua (tinhas o cabelo apanhado),
e os lírios vagueando pelo monte...
a varanda? essa não existe...
foi apenas uma imagem de um final de tarde...
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alucinações...
horas mortas na tarde cinzenta,
a chuva e o vento em sintonia,
como os amantes abraçados em qualquer esquina...
a sebe, de folha pintada de Outono,
balança ao sabor do vento
arrepiando a mente com imagens inventadas...
parece gente, ou espírito em forma de gente,
num vai-vem medonho,
pronunciado pela luz do candeeiro,
imaginado numa mente débil e perversa...
ligo o motor do carro,
faróis em "longo alcance",
e arranque sem olhar para nada...
no meu horizonte,
olhos que vêm, sem nada ver,
procuram a brisa da madrugada
e as imagens da primavera, para lá do monte...
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in(certeza)
é no silêncio que se esgotam as preces
as frases que não foram ditas
os olhares nas paredes vazias
de cada vez que fito o horizonte
não vejo céu, nem barco no mar
apenas a brisa me embala em seu manto...
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foi ontem...
já ninguém lembra de ontem,
como se maldito fosse o passado,
hereges as histórias contadas
e sofregamente vividas lado a lado...
já ninguém fala de ontem,
quais bocas seladas pelo tempo,
como se os olhos não falassem,
e o coração empedernido, se soltasse no vento.
o tempo, sempre o tempo, tempo com memória,
um dia abrirá o livro, página a página de história,
onde as imagens falam por si, sem legenda,
rostos doutra vida, talvez imaginada, talvez uma lenda...