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como as ondas...

Domingo, 29.05.16

 

praia.jpg

 

cada onda do mar

é como o início de um livro,

página em branco

que o autor vai amarrotar.

 

ao esbater-se no areal,

ao rebentar na rocha,

toda a força bruta da onda morre ali,

gota por gota, sem vestígios, sem sinal,

até um novo renascer...

 

assim será uma nova página

de um livro novo que há-de nascer,

palavras com vida, que fazem sonhar,

sempre que o pensamento quiser...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:03

palavras...

Domingo, 22.05.16

palavras.jpg

 

 por mais que eu queira,

os registos não falam,

nada dizem sobre sentimentos,

são vazios, imperfeitos,

isentos de aromas...

quando muito, são bizarros lamentos

de tanto que ficou por dizer....

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:41

beijo-te, Mãe...

Sábado, 14.05.16

 

há dias que têm este condão,

este querer de entrar na gente,

no mais intimo do coração

e fazer sofrer, a alma que muito sente...

 

sabes Mãe, lembro quando era pequenino,

também gostei de brincar,

brincadeiras de menino

que eu imaginava e inventava,

e lembro que era franzino,

talvez por isso me isolava

num espaço só meu,

meu território,

um castelo aberto para o céu...

 

havia meninos que riam,

e à distância, penso até que gozavam,

e tu me defendias

como Mãe enorme que sempre foste...

hoje, olho teu rosto, teu andar,

e sei que continuas enorme,

enorme no teu coração,

mas mais débil se precisasses de me amparar...

por isso Mãe, agora é minha vez

em cada vez que o desassossego chegar,

de sentires que estou a teu lado

te protegendo, se preciso lutar,

mesmo que a luta seja desigual...

beijo-te, Mãe...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:48

manhãs sem cor...

Sábado, 14.05.16

 

flor.jpg

tão silenciosa e triste a manhã,

o céu cinzento,

e as flores tombadas

pela inquietude do tempo...

jazem pelo chão, inertes,

agonizando, enquanto perdem a cor,

sem força, sem desejo maior

de esperar o sol,

o seu grande amor...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 12:15

memórias...

Terça-feira, 10.05.16

 

tempo.jpg

 já não falas da chuva nem do frio,

nem dos gritos da terra

ou dos lamentos do rio,

por cada tempo que passa...

e são tantos os tempos que já passaram,

que nem demos conta...

talvez a idade  com o tempo deixe de saber contar,

deixe de ter memória,

e assim, mais fácil de perdoar

quem a meio da história

se esqueça do início,

ou como teria sido o fim...

falta pouco para tirar mais uma pétala

de tantas com que a flor nasceu,

e serão mais tantas

quantas as vidas que o tempo te deu...

 

fica com as pétalas...

eu parto com o tempo...

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:17