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perfil...

Segunda-feira, 24.10.16

perfil.png

 ontem éramos tantos,

de tantas as brincadeiras,

os amuos,

os dias sem horas

e tantas as horas sem beiras...

tínhamos o poder da multiplicação

e a arma de tudo acabar,

e ficarmos só nós,

nós e a solidão...

 

mas tu sabes,

pelo brilho de teu olhar

todas as portas se abriam,

e tudo ganhava vida

onde a morte já reinava

em mortalha no leito estendida.

 

é assim que ainda te vejo,

com o brilho no olhar,

mas distante,  no tempo perdida,

com a lua por companhia...

só tu e a sombra de ti,

por trilhos sem norte, sem um abraço ao chegar...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 23:19

na noite...

Sábado, 22.10.16

 

 

chuva na noite.jpg

 

não sei onde nasce a noite

nem o vento

nem a chuva que forte cai

mas deve vir de outro mundo

sem gente,

sem céu, sem lua.

 

a noite que parou na minha rua,

mete medo

às gentes, aos animais

que ninguém vê

porque se esconderam, em segredo...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 23:05

por outro lado...

Segunda-feira, 17.10.16

 

sonhos.jpg

  

cansei de olhar a vida

com os olhos do passado,

vidrados, pasmados numa ponte perdida

que não une mais as duas margens...

hoje, olho o sorriso da manhã,

o encanto sereno das palavras por dizer

mas que os olhos não sabem esconder...

e assim nasce o dia,

dia após dia,

sem sobressaltos, apenas reboliço

no mundo dos sonhos,

onde tudo pode voltar a acontecer...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:30

meu mundo...

Domingo, 16.10.16

 

corrida na praia.jpg

 

quanto encanto este mundo que me rodeia,

com cheiro a mar, cheiro a algas na areia molhada,

e cheiro a gente que apressadamente se passeia...

outros correm, olhando em frente, corpos suados

como fugindo do nada...

do meu canto, batido pelo mar e pelos pensamentos

vejo tudo em frenesim, sem contratempos

porque o "fim do mundo" é já ali, qual meta de chegada

até um novo dia chegar.

do meu canto, curto reinado até a maré me expulsar,

finjo nada ver, nada comentar,

apenas observo, sorrio e não digo nada...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:48

chove lá fora..

Sábado, 15.10.16

chuva.jpg

 

chegou a noite com mais um findar do dia,

como chegam todas as noites,

em silêncio, apenas quebrado

pela sensibilidade da alma à escuridão.

e com a noite, o sereno bater da chuva no telhado

qual cortina esvoaçando na janela pela brisa da manhã...

como lamento não sentir o cheiro da terra molhada,

nem ver o fio de água que corre e se avoluma

até chegar ao extenso mar...

são tantas as paredes que me cercam,

feitas de massas impenetráveis,

ou de memórias infindáveis...

são estas as paredes que me prendem

e que torturam o passageiro do tempo,

já sem o tempo sonhado,

e no tempo há tanto tempo esquecido...

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 23:11