IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
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ontem éramos tantos,
de tantas as brincadeiras,
os amuos,
os dias sem horas
e tantas as horas sem beiras...
tínhamos o poder da multiplicação
e a arma de tudo acabar,
e ficarmos só nós,
nós e a solidão...
mas tu sabes,
pelo brilho de teu olhar
todas as portas se abriam,
e tudo ganhava vida
onde a morte já reinava
em mortalha no leito estendida.
é assim que ainda te vejo,
com o brilho no olhar,
mas distante, no tempo perdida,
com a lua por companhia...
só tu e a sombra de ti,
por trilhos sem norte, sem um abraço ao chegar...
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na noite...
não sei onde nasce a noite
nem o vento
nem a chuva que forte cai
mas deve vir de outro mundo
sem gente,
sem céu, sem lua.
a noite que parou na minha rua,
mete medo
às gentes, aos animais
que ninguém vê
porque se esconderam, em segredo...
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por outro lado...
cansei de olhar a vida
com os olhos do passado,
vidrados, pasmados numa ponte perdida
que não une mais as duas margens...
hoje, olho o sorriso da manhã,
o encanto sereno das palavras por dizer
mas que os olhos não sabem esconder...
e assim nasce o dia,
dia após dia,
sem sobressaltos, apenas reboliço
no mundo dos sonhos,
onde tudo pode voltar a acontecer...
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meu mundo...
quanto encanto este mundo que me rodeia,
com cheiro a mar, cheiro a algas na areia molhada,
e cheiro a gente que apressadamente se passeia...
outros correm, olhando em frente, corpos suados
como fugindo do nada...
do meu canto, batido pelo mar e pelos pensamentos
vejo tudo em frenesim, sem contratempos
porque o "fim do mundo" é já ali, qual meta de chegada
até um novo dia chegar.
do meu canto, curto reinado até a maré me expulsar,
finjo nada ver, nada comentar,
apenas observo, sorrio e não digo nada...
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chove lá fora..
chegou a noite com mais um findar do dia,
como chegam todas as noites,
em silêncio, apenas quebrado
pela sensibilidade da alma à escuridão.
e com a noite, o sereno bater da chuva no telhado
qual cortina esvoaçando na janela pela brisa da manhã...
como lamento não sentir o cheiro da terra molhada,
nem ver o fio de água que corre e se avoluma
até chegar ao extenso mar...
são tantas as paredes que me cercam,
feitas de massas impenetráveis,
ou de memórias infindáveis...
são estas as paredes que me prendem
e que torturam o passageiro do tempo,
já sem o tempo sonhado,
e no tempo há tanto tempo esquecido...