IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
"à flor da pele"
é através da vidraça que nasce teu sorriso,
tão leve e tão preciso,
como se destinado só para alguém...
prefiro entrar, mãos nas mãos
num cumprimento que vai mais além...
sente-se, quase carnal o momento!!
talvez as veias se fundissem,
se a pele não teimasse em resistir...
talvez amanhã seja o fim
de um sonho lindo, que de tão lindo,
continua adormecido,
eternamente adormecido...
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"os teus caracois"...
não sei falar dos caracóis nos teus cabelos,
que não vi nascer
nem ousei um dia contar...
cada fio que morrer
na tua escova ao pentear,
terá uma história
do dia que esvoaçando ao vento,
era liso, corria por entre os dedos,
tão fácil, sem segredos
de memórias perdidas no tempo...
confesso...ao ver-te assim,
sorrio, e escondo meus medos...
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sem história...
há dias que não são dias,
mas tão só deixar correr o tempo,
sem horas, sem pressa...
ontem... ontem foi o momento,
o delírio, uma promessa
que se esfumou,
um sorriso gravado, ou um esboço,
e o amanhã... amanhã não existe,
talvez apenas no sonho de uma criança.
faz-se tarde, noite, retrospectiva sem história,
há dias assim, que não são dias,
não são tema que ocupe nossa memória...
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palavras vivas...
hoje escrevo para ti,
e para ti, e para ti...
como se esta necessidade
de comunicar contigo,
fosse o ar que preciso
para viver...
e não morrer
no vazio do silêncio,
ou na ausência de palavras...
mas o que são as palavras escritas
se a alma precisa sentir
o bater do coração?
olhos nos olhos, fluiem
todas as emoções à flor da pele,
todos os desejos reprimidos
que um dia subiram
ao altar da paixão...
oh eterna insatisfação...
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afago teus cabelos...
afago teus cabelos, ainda molhados,
com o toque carente de meus dedos,
fio por fio,
libertando aromas, talvez a maçã...
na pele, um leve arrepio
que se confunde com o fresco da manhã...
prendes no teu, meu olhar
numa irrecusável tentação,
como dizer não,
se todo o corpo é já um palpitar,
como dizer não?
como dizer não
à investida de teu corpo,
ao sussurrar de uma voz quente
no silêncio dos espaços?
tão fortes os abraços
quando o pensamento já ausente,
se rende aos fluidos
e nos unem num só...
como dizer não
se a loucura é um desejo presente,
como dizer não?
olhos nos olhos, o mundo não existe,
só a paixão teima, persiste
num novo ritmo, oh irrecusável tentação...
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no tempo...
no tempo que já não volta,
eu sabia ler as estrelas
(acho até que falava com elas),
sabia sonhar...
cada morro lá ao longe
era uma aventura, um desafio,
era como nadar num rio
mesmo não sabendo nadar...
hoje já não sei ler as estrelas
e o seu brilho ofusca meu olhar
(talvez não goste da cor de meus olhos),
e sonhar...faz tempo... já esqueci de sonhar...
reparo agora..! fez-se noite tão cedo,
e esta escuridão, é o manto que nos cobre,
que nos aprisiona no medo,
no medo de ficarmos sós,
tão sós como as estrelas no céu,
que nos faz pequeninos, mil pedaços de nós...
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tão breve...
tão breve a carta de despedida,
apenas um adeus
e uma gota, da ferida
em tua alma...
perdoa-me,
como quem perdoa
por uma palavra maldita
ou uma traição à toa...
na lembrança,
os momentos inesquecíveis
que julgávamos imperdíveis
no tempo que afinal acabou.
meu corpo já não te pede água,
nem a loucura que vibrava nas veias,
e teus olhos quando tocam os meus
já sem brilho, carregam a mágoa,
e eu, já nada tenho para te dar.
sabes, mente quem diz que o amor
é eterno, que tudo perdoou,
ainda que alma sangre de dor...
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faz-me falta..
faz-me falta teu abraço,
essa ilusão tão forte
de teu corpo junto ao meu...
deixo-me divagar
pelo teu olhar,
pelo convite rasgado
por entre um sorriso,
como se nada mais fosse preciso
para um abraço amigo...
minhas mãos em teu rosto
teu corpo junto ao meu,
sinto o coração bater
em teu peito,
tua respiração ceder
a um beijo,
roubado,
num abraço perfeito...
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breves momentos...
são tão breves os doce momentos,
que na ligeireza dos tempos
nem sentimos passar,
como correr no areal, saltar
as dunas, ver o mundo correr,
olhar o mar, o imenso mar...
embarcar dentro de um barco à vela,
casca de nós contra o vento,
sem medos de qualquer tormento,
e navegar, navegar...
solta-se a imaginação,
vislumbra-se no olhar
um desejo na palma da mão.
já não há tempo para olhar o passado,
e pede-se bonança para a viagem
que o mar não tem fim, não tem a outra margem...
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no silêncio...
estão caladas as árvores
e a relva e todo o mundo em redor.
não adianta fazer de conta,
nem esperar que o pássaro cante na gaiola.
este silêncio, é o meu mundo
onde o silêncio é dono e senhor...
sabes, talvez seja sinal dos tempos,
deste inverno cinzento que pesa
e nos arrasta pelas ruas,
ou da voz que se perdeu,
que se acanha nos momentos,
ou apenas seja um sinal,
sinal de que tudo o vento levou
por entre a abertura dos dedos...
imploro por ti, primavera,
pelo céu azul e brisa fresca no rosto,
pelos cheiros, pelos verdes prados,
pela ilusão de uma nova era,
por um beijo ardente (uma quimera),
até lá, talvez hiberne...
sabes, não adianta fazer de conta...
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flores de mil cores...
as flores de inverno
também são belas,
e coloridas,
não têm os aromas da primavera
nem as abelhas,
nem as borboletas,
mas têm vida,
o encanto que perdura no tempo.
ofereço-te uma flor
cortada ao relento
para que a guardes junto a ti,
no teu regaço,
até a nova estação.
talvez te traga novas flores,
de mil cores,
perfumadas,
ou talvez não...
até lá, vou com o vento...
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ler-te....
já não adianta ler o passado,
o que escrevemos
ou os olhos disseram,
em cada onda perdida no areal...
era o tempo em que os dedos falavam,
e os lábios liam teu coração
por entre os contornos de teu corpo,
por entre as investidas da mão...
onda após onda,
aromas inebriando os sentidos,
o céu era sempre azul
e até a chuva de Agosto,
eram raios de sol
protegendo os amantes desprevenidos...
sabes, para quê ler o passado,
se há muito nos livramos desse fado,
em folhas de livros proibidos?
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SOL de inverno
são tão tristes as tardes de inverno,
cinzentas pela chuva,
pela melancolia da alma...
por isso, inventei o "SOL", ainda que de brincar,
de formato redondo, espelho ao centro
e muitos raios ao seu redor...
dependuravas na porta, onde pudesses chegar
e te olhar,
porque também eras SOL no seu esplendor,
e sempre que o vento chegava,
o "SOL" rodopiava,
e tu sorrias...
quanto mais sorrias, mais brilhavas,
fazendo esquecer as tardes frias
e as histórias que inventavas...
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estrelas no céu...
de estrelas se cobre o céu,
azul, numa noite serena,
noite com alma,
com paixão, brisa amena
que envolve os sentidos
e todas as emoções,
como se dois corpos
fossem apenas dois corações
bailando no vazio
dos espaços perdidos....
teus olhos rasgados, brilhando
como espelho de água,
(reparo agora)
são como estrelas cintilando
num mundo a dois, noite sem hora...
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conheces-me tão bem...
conheces-me tão bem...
foi assim que comecei,
e não acabei,
o livro dedicado a ti...
uma página, talvez duas,
porque nada mais havia a dizer.
todas as minhas palavras já eram tuas,
como tuas as histórias por escrever,
afinal, conheces-me tão bem...
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viva 2018...
olhamos o calendário,
ouvimos as notícias,
os spots publicitários...
falta pouco,
falta tão pouco,
que olhando o presente,
nos torna ausente
olhando o passado...
afinal o passado já é hoje, agora,
basta que passe uma hora
e o meu relógio da vida
já ficou atrasado...
falta pouco,
falta tão pouco,
para um ano novo já cansado
de tantos desejos...
e afinal, se é vida que desejamos,
tudo se resume em dois beijos
ao anoitecer e ao acordar,
à vida que nos faz sonhar...
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...dia de Natal...
é dia de Natal... chuva e vento
na rua, dentro de casa,
o normal passatempo
dos jogos ao calor da brasa.
e assim vai passando o dia,
e já falamos no ano que vem,
sem desgraças (quem o previa?),
que nos podem calhar também.
mas o Jesus Menino vai crescer,
será Homem e inteligente,
será o que Deus quiser,
livrando-nos da cruz, que temos presente...
ai esta cruz que nos tolhe a vida,
ai este emaranhado de dificuldades,
mas Natal é fé ainda não perdida,
é esperança contra as desigualdades...
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porque é Natal....
e porque Natal é quando o homem quer,
abri a porta de todas as ruas,
de todos os castelos,
onde cada um pudesse correr
sem medos, sem atropelos,
esperando a estrela maior...
e quando chegar, embebidos pelo amor,
seremos cruzados,
cavaleiros sem armas,
apenas donos das palavras vivas,
setas fulminantes aos mal amados...
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talvez ficar...
abres-me a porta do amanhã,
onde o céu é azul
e as nuvens estão de passagem...
páro e escuto meu sangue já cansado,
lento e turvo da viagem,
e cada passo, cada decisão,
cada avanço, cada recuo,
é por ti, como se me tivesses na mão,
qual pássaro ainda em cativeiro...
ousaria fugir, voar,
deslizar nas ondas qual marinheiro,
mas para onde,
se quero ficar onde mergulho no teu olhar?
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tempo
dou-te a mão tempo,
enquanto os ponteiros do relógio,
passo a passo,
em ritmo lento
vão marcando a hora.
dou-te a mão tempo,
não vá chegar a saudade
e me levar de volta, sem demora,
num barco sem remos,
num rio sem história,
para o tempo que ficou lá atrás
baú de puro vazio.
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hora morta
hora tardia, hora sem hora
num tempo já longo,
cansado pela demora,
enquanto se aguarda passagem
para a outra margem...
sente-se na aragem
o ar quente das manhãs de agosto,
o aroma a maresia, o bater das ondas
de um mar outrora rude...
a primavera, essa ficou lá atrás
entre o verde dos prados
e o bater da água cristalina, pelas margens
de um rio sem força,
imitando palavras ocas, fúteis recados...
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passagem do tempo
deixa a porta entreaberta
para quem quiser entrar,
de forma discreta,
todos são bem vindos
e todos já são tantos...
o relógio não parou no tempo
como combinado...
ainda à pouco, testemunhado pelo vento
selou-se o contrato, tudo tratado
não haveria novo dia...
senta-se num banco por ali sempre arrumado,
não vá um visitante chegar cansado,
enquanto sózinho, mente desperta,
faz um balanço de tudo,
tipo filme mudo,
umas vezes a correr,
outras quase parado...
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"livros sem história..."
são tantos os livros que me rodeiam
tantos os autores, histórias que não li,
romances que ainda a meio, desisti
de ler... e busco a poesia,
as frases incompletas
que se tornam completas
no deambular da leitura,
e de uma forma suave,
quase candura,
desfolhamos o livro
como quem despe o autor,
respiramos seu ar,
auscultamos seu coração,
vasculhamos seu altar
onde sacrifica cada novo amor,
até nova ressurreição...
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"bom dia..."
a cada novo dia,
um novo amanhecer,
um raiar de vida,
um projecto, fazer acontecer...
sobre cada página ainda solta, vazia,
de um livro sem nome, sem história,
riscam-se palavras, sorrisos,
lembranças repescadas da memória,
sentimentos imprecisos,
o que ficou por dizer...
cada página terá de fazer nascer,
alimentar, crescer
cada ideal, desejos reprimidos,
soltar o grito para um novo amanhecer...
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viagem....
faz tanto tempo que parti dessa paragem,
onde esperei o tempo, a viagem
que me levaria bem longe...
de cansaço, adormeci,
sem poder entrar, e não me apercebi
que esse tempo não mais voltava,
como não voltam mais os dias e as noites...
o espelho não me engana, nem a moldura na parede,
nem o sorriso sem o brilho de outrora.
abro a porta dos sonhos e da fantasia,
dos aromas, busco intensamente
o que não sei se vou encontrar,
como um pedinte na rua, almejando esmola,
um pão seco na sacola,
um sitio onde pernoitar...
faz tanto tempo que parti dessa paragem,
talvez em sonho.. talvez miragem...
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à luz da vela...
acende-se uma vela na mesa redonda
decorada com toalha de linho,
num castiçal de ouro e safiras.
no rosto sereno, em desalinho,
teu olhar vai de encontro ao meu
buscando um sinal, um carinho
em forma de sorriso, um pedaço do céu...
tão tarde... veio tão cedo a noite,
sem luar, sem a lua no nosso caminho,
como nos poderíamos reencontrar,
ainda que na troca de olhar,
se cego ficou nosso destino??
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em desassossego...
é já longa a caminhada,
passos repetidos
na íngreme calçada,
que levam à erosão dos sentidos...
e quanto mais caminho,
mais me definho
numa esperança que se desvanece
a cada segundo, ainda que numa prece,
numa oração,
peça perdão
pelo desacreditar no ontem,
no hoje e no amanhã.
tão fresca a brisa na manhã,
tão ofegante no sol do meio dia
nesta tão longa caminhada,
vazia de tudo... cheia de nada...
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outono
nunca será em vão
que te procuro,
e no vazio mais escuro,
ou no clarear por entre os dedos da mão,
renasces Outono
a cada ano,
a cada fiel estação...
é ver-te assim de mil cores,
de folhas caídas pelo chão,
de lágrimas (poucas),
de apertos no coração,
que renasce a esperança
em cada rebento colorido,
em cada vaso de barro ou de latão
em forma de orquídea,
haste firme, porte sofrido,
nas noites frias, a cada novo dia...
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fingimento...
amanhã é o primeiro dia
de todos os que vou fingir não te olhar...
mesmo pegando tua mão
que ao leve toque me arrepia,
mesmo sentindo tua voz
que no silêncio da alma fala, sussurra,
eu não paro de te escutar...
mesmo sabendo-te despida de vida, fria,
amanhã é o primeiro dia,
de todos os que vou fingir não te olhar...
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rio de ilusão...
rasguei um rio por entre as pedras duras
onde só havia água e sede...
tu eras a água, livre, solta e tão límpida...
eu, a sede, faminta,
tão perto de ti,
tão longe do que o corpo pede...
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desenhar-te...
é noite para quem parte,
e leva no olhar a incerteza
da escuridão...
vais comigo, e cada traço de teu rosto,
cada pedaço de ti,
está gravado em minha mão...
como seria fácil te descrever num papel,
na areia límpida da praia...
não, o segredo é só meu, só meu,
e só meu olhar, o brilho desse olhar,
um dia vai segredar no teu...
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tardes de outono...
meu amor, meu amor,
tão leve e suave o chamamento,
como o sol que nos beija nesta tarde de outono...
ter-te aqui, ler-te aqui,
é como respirar o ar puro da planície,
que envolve a alma,
sem ruídos, sem movimento,
apenas nós,
nesta tarde tão seca,... tão calma...
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foi tão pouco...
hoje sei que não te dei tudo,
e tudo o que tinha era tão pouco...
levava-te as palavras e os sonhos,
e tu acreditavas,
e ao contar-te, também eu acreditava
como acreditava que não havia noite,
mas madrugadas sem fim.
também acreditava quando me dizias
que o fim da rua era o paraíso,
e não apenas o virar da esquina...
acreditava-mos num mundo só nosso...
sabes, hoje sei no que acredito,
nos olhares que por mim passam e nada me dizem,
nas pedras da calçada
onde tropeço a cada instante,
nas longas noites entre quatro paredes...
e por acreditar, já não há sonhos, nem palavras...
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vida...
a vida abre-se num grito a cada manhã
e corre por entre ruas, e muros e no pensamento...
tão frágil, tão doce, tão inquietante,
mas ao mesmo tempo
se agiganta, como só os deuses do antigamente...
a vida é uma arma, uma vez escondida, esquecida,
ou talvez de leve adormecida,
até o dia em que acordes do vento
lhe tragam novas da liberdade,
da insurreição, e da voz que ganhou corpo,
se emancipou, cortou amarras...
a vida abre-se num grito a cada manhã,
vai sussurrando palavras para quem quiser ouvir,
afiar as garras se a tempestade surgir...
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histórias...
são tantas as histórias
que te contei um dia
como se fosses tu a memória
de um passado
sem presente sem futuro...
e de tanto te contar
acho até que as esqueci
ou tudo misturo
numa cabeça de si perdida
ou por reencontrar...