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“ruído”

Sexta-feira, 13.09.19

mar.jpg

é este rumor que me embala, 

cada onda de água viva e espuma

que se desfaz a meus pés,

leva o pensamento até o infinito, 

apenas quebrado por um ou outro barco parado na linha do horizonte...

manhãs de vida e ruídos de crianças, 

que nos levam à infância, 

ao mais puro de nós, 

retratos de beleza ímpar 

moldados de ingenuidade...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:40

tempo presente...

Sexta-feira, 13.09.19

rua deserta.jpg

(foto da net)

a rua continua no mesmo local,

nada mudou, ou antes, o tempo

rejuvenesceu-a, ficou mais atraente.

 

caminhando, passam por mim os presentes

e os ausentes (saudade!)... sim os ausentes

que também fizeram parte desta rua.

 

o tempo passou rápido, quantas vezes sem despedida

sem um último olhar, um até já...

olho as janelas, algumas há tanto tempo fechadas,

cortinados em desalinho, sem uma alma a espreitar.

 

sigo em frente, talvez deva olhar em frente.

este tempo, este presente,

pouco ou nada me diz. talvez a ilusão em minha alma

arrefeça um sangue ainda em ebulição... preciso de paz, de calma...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:37

podia...

Sexta-feira, 13.09.19

bater coração.png

posso esquecer ou fingir,

que apago da memória

pedaços de vida, tanta história...

posso até fazer de conta,

que o brilho desse olhar

já nada diz... oh, não vale enganar

o que bate, bate, bate sem parar...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:35

mar calmo

Sexta-feira, 13.09.19

mar calmo.jpg

e se do mar eu fizesse um rio,
sem barco
sem navio,
ou apenas um charco
para chapinar?
assim está hoje o meu mar...

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:33

a rua onde moro...

Sexta-feira, 13.09.19

a minha rua.png

a rua onde moro

não é minha,

não é de ninguém,

e por ser assim,

ai de quem

sem decoro,

ou à socapa na noitinha,

a maltratar,

fazer de conta 

que a rua é pouca monta...

não, a minha rua 

é a minha sala de visitas,

o "tapete" que dá nas vistas,

que desejo também ser a tua...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:30

horizonte e infinito...

Sexta-feira, 13.09.19

linha horizonte.jpg

abrem-se os horizontes

e desenha-se a linha do infinito,

que se confundem, que se tocam...

as manhãs têm o dom de fazer sonhar,

de nos imaginarmos gigantes...

com um dedo, tentar alcançar

a nuvem que parece pousar no mar,

lá longe... e ao mesmo tempo tão perto.

o pensamento navega na brisa,

fresca, na manhã ainda a acordar,

talvez regresse amanhã, 

talvez ouse continuar a sonhar...

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:27

sei de um ninho...

Sexta-feira, 13.09.19

ninho melros.jfif

parecem doidos os pardais,

esvoaçando, chilreando

em bandos no quintal...

bem no meio da japoneira,

um ninho de melros...

espreito.. queria só ver

quantos filhotes a crescer...

ar sério, bico amarelo bem afiado,

ameaçador,

(deve ser o progenitor)

convida-me a afastar...

sei de um ninho,

sei quem está lá a morar,

mas prometo não divulgar...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:25

noite...

Sexta-feira, 13.09.19

noite.jfif

sinto o peso da noite em meu corpo

como se fosse algo físico, palpável,

e no entanto não te vejo, noite...

entre a solidão das quatro paredes,

escondo todas as luzes

para não te ver chegar, noite.

assustas-me, como me assustam

todos os meus medos,

os meus segredos,

ou todos os enredos que ainda labutam.

fecho os olhos ...

talvez adormeça com o murmúrio do silêncio

ou com a recordação de um breve olhar...

talvez não deva acordar...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:23

momentos...

Sexta-feira, 13.09.19

escutando a alma.jfif

há momentos assim...

fechamos os olhos,

desligamos do mundo,

escutamos a alma,

"o silêncio mais profundo"...

e no meio do nada,

a história de vida,

passo a passo,

sem meta de chegada...

que importa??

baralhado, em colisão com as regras,

joga as cartas

perscrutando a sorte e o azar...

talvez não o devesse ter feito...

adensam-se respostas

que lhe prendem o peito,

outras que o fazem chorar...

que importa?

há momentos assim...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:20

no "jardim do Éden"

Sexta-feira, 13.09.19

por entre tantas

e tantas plantas,

numa peguei,

cheirei,

e como é natural,

meu lado emocional

num instante ruiu...

pequei (ainda que ninguém viu),

ao cortar prematuramente

um ser que não deixa semente...

triste de ti planta indefesa...

triste de mim, alma em guerra acesa...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:19

fria a noite...

Sexta-feira, 13.09.19

na noite.jpg

é tarde 

e fria a noite,

não tenho quem me acoite,

nem alma em frio leito

que me aqueça, onde me deito...

 

apaguem-se as estrelas

e o luar que me persegue,

estou só, e de tão leve,

que me leve a brisa em manto frio,

e  me deixe nos braços d`algum rio.

 

estou só e a imagem de ti...

pior, invento-te em cada lugar

qual pedra esculpida pelo meu olhar!

foge, foge para o fim do mundo,

paz, quero paz, ainda que por um segundo...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:16

porque brilha uma Estrela...

Sexta-feira, 13.09.19

estrela no céu.png

os homens têm o dom da criação,

e como tal, inventaram um dia especial

de luzes, cor, movimento,

montras de tudo e de nada, de ilusão,

e no calendário, baptizado de "Natal"...

as crianças riem e choram,

zangam-se ou imploram

por aquele brinquedo tão banall!!

lá no alto, no firmamento,

aquela Estrela, luz brilhando,

ou talvez chorando

lágrimas de sangue ou de sal,

por tanto reboliço na cidade...

Eu? inquieto-me e escondo a verdade...

também fui corrompido,

e no burburinho perdido,

neste mundo tão vazio, tão material...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:14

entardecer...

Sexta-feira, 13.09.19

tapete.jpg

já não sei buscar

as palavras,

escrever frases soltas,

que animam o caderno da vida

no pensamento...

estendo o tapete

onde deambulam teus passos,

leves, soltos, sim...soltos,

que te podem levar ao infinito.

serenamente, aguardo.

e  confunde-se dentro de mim

o amanhã...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:12

no palco do mundo...

Sexta-feira, 13.09.19

palco.jpg

na sala quase vazia de visitas,

o murmurinho, a excitação

pelas palavras que serão ditas...

será sentença, será sermão,

ou tão só frases sem sentido...??

 

ri-se o narrador... insensata a plateia

que ousou pensar, libertando ondas de ruído

num rio calmo, espelho de água em lua cheia

onde só os incautos se rendem, se deixam prender

na aparente beleza, que só a lua sabe conceber

 

olha a sala mais uma vez, pela última vez...

olhares cabisbaixos, perdidos no tempo,

desilusão correndo o pensamento,

e eu tão só, no palco do mundo da sensatez...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:09

o passar do tempo...

Sexta-feira, 13.09.19

contar o tempo.png

aprendi a contar pelos dedos,

coisas de menino, de inocente,

talvez assim chegasse a gente

e afastasse de mim todos os medos...

 

quanto mais contava,

mais os anos passavam,

e meus dedos já não chegavam

para conta tão elevada...

 

agora reparo em tanto calendário rasgado,

em datas que não vou mais lembrar,

em velas que ficaram por apagar,

nas rotinas diárias que já são passado...

 

num ápice, num fugaz pensamento,

um filme, mil retratos de nós,

os amigos, família, momentos a sós,

quase tudo levado pelo vento...

 

quarenta anos, quarenta vidas,

muitos, por certo de ilusões,

quantos sonhos, quantas emoções,

e no final, um palco... as despedidas...

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:06

faz tempo, tanto tempo...

Sexta-feira, 13.09.19

na vinha.png

faz tempo, tanto tempo,

que o destino era o norte,

correria louca,

coração batendo forte

para os braços do aconchego...

faz tempo, tanto tempo,

que de tão distante

se perdeu o horizonte,

os trilhos, os cheiros,

o riso contagiante

que agora sondo nas asas do vento

e tu tempo que não voltas atrás

que de mim levaste as memórias

todas as recordações,

tem dó, devolve-me a paz

num livro de contos, de histórias....

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:04

cantos do mar...

Sexta-feira, 13.09.19

junto ao mar.png

há um chamamento,

um convite, uma fixação,

sempre que por ti passo, mar...

e são tantas as vezes,

tantas, que seriam de perdição

se nos teu encantos me deixasse levar...

vejo as vestes negras

das mulheres contemplando o horizonte,

triste sina, triste dor

de quem perdeu, quem o mar levou...

não me chames, mar,

por mim espera, quem sempre me amou...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:02

quando o dia se vai

Sexta-feira, 13.09.19

orando.jpg

quando o dia se vai

e cai a noite,

entre as paredes do quarto, o silêncio,

e tu, o teu momento

de entrega,

de agradecimento

por mais um dia...

recolhes-te em teu corpo indefeso

e entre murmúrio de palavras,

fecharás os olhos,

sem dares por nada,

e quando acordares,

ainda que de madrugada,

sorrirás,

"obrigado por cuidares de mim,

ajuda-me em nova jornada.."

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:59

sonho de menino...

Sexta-feira, 13.09.19

era uma vez um menino

dócil, de aspecto frágil,

das palavras fugidio,

de coração em nada traquino,

era apenas um menino...

e como todos os meninos, sonha,

lê as estrelas e fala com a lua...

seu quarto é seu mundo

e sua cama sua rua,

rua de gentes, de tempestade e de bonança,

onde ele vê o que mais ninguém vê...

e o menino cresce, no olhar e no querer,

no saber ouvir, entender

que o seu mundo, não é igual ao de muita gente,

e se questiona, se revolta,

se preciso, se machuca.. nada tem a perder...

correm os dias, ano após ano,

subimos o palco da vida, corre-se o pano,

uns batem palmas, outros fingem não ver,

no final, a consolação, a paz d`alma

de quem foi dócil até um dia..até crescer,

que soube ouvir, ousou falar sem medo...sem nada a perder...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:57

manhãs de nevoeiro

Sexta-feira, 13.09.19

nevoeiro.png

 

não sinto o cheiro, os aromas

das manhãs de outono,

tão frias, cobertas por este manto de dor,

vagueando por aí, sem dono...

nevoeiro perdido, cobrindo tudo em redor,

acolhe-me  em teu regaço,

embala-me em tua teia

tão frágil, qual gota de água

perdida num rio, procurando seu espaço...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 17:52