IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
"leveza das palavras"
soltam-se as palavras,
como folhas secas
desprendidas das árvores,
ou arrancadas pelo vento...
leves e sem conteúdo,
ou pesadas, curvadas pelo tempo,
as palavras têm os segredos
que os lábios interpretam
na troca de olhares.
soltam-se as palavras
ao sabor da brisa,
no perfume exalado
numa conversa no tempo prometida.
e necessárias, as palavras adormecem,
serenas, num sono profundo,
como se não houvera amanhã...
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leveza do toque...
é cedo, lenta a madrugada,
rumo ao mar, a ondulação,
a brisa na crista da onda...
e no meu rosto...
sigo em frente,
com perfeita noção,
que todo o coração sente
alguma nostalgia, com este horizonte...
passo apressado,
o pensamento para lá do infinito!
ah se estivesse sozinho,
se minha liberdade fosse um grito,
ansiando um navio ou uma cápsula do tempo...
ou um abraço... apenas um abraço,
uma brisa suave,
um toque, um passatempo...
e continuo no meu mundo, passo a passo...
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amanhecer...
quero acreditar que nascerá amanhã,
a luz mais brilhante
do raiar do dia...
que seja luminosa e limpa,
que trespasse a alma,
que derrube muros,
todos os segredos...
quero acreditar que o amanhã
será límpido, sem medos,
lágrimas de fogo como a flor da romã...
quero acreditar que elevando as mãos,
vou prender, só para mim,
toda a luz do mundo, límpida, luminosa,
até que chegue o fim...
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castelo de areia...
e no momento tudo acabou,
tudo ruíu, se desmoronou,
não adianta fingir,
cruzar os dedos, esconder,
a verdade vai sempre surgir
no tempo que tudo quer reviver.
e partes para além do nada,
no silêncio, na tarde ou madrugada?
que importa..., são os momentos
que nunca sonhamos
a acontecer, lamentos
pelo tempo que não gastamos...
pedra por pedra, um castelo construí
na mais alta montanha, sem ti,
apenas eu e o rumor de teus passos
ou o que sobrou de ti, em pedaços...
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para lá de tudo...
cada novo dia tem este dom,
ser um novo dia, o sol que aquece,
uma brisa que nos toca, e desaparece
por encanto, uma sombra na contra mão...
é neste murmúrio matinal,
numa alma em desassossego,
que renasce o imaterial e a tudo me desapego,
com a consciência de que existe o bem e o mal...
em correria, risos e sacola asseada,
seguem em grupos, a pequenada,
deixá-las ir na sua inocência...
porque lá longe, muito longe, onde a vista não alcança,
os dias serão outros, reina a morte, defunta é a esperança,
e tudo é dor, escuridão, terror e impotência!
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silêncio...
há uma folha branca
e há um deserto de ideias...
se algo aparecer,
que seja imaculado
e nobre, altar incandescente
onde as preces terão sentido!
há uma folha branca,
e no horizonte, um sorriso,
mão estendida
mas que não alcanço... desculpa
pelo vazio, pelo ar que não respiro,
mesmo sentindo o rumor de teu coração...
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a dor da perda…
o local não seria propício para conversa...
"já passaram 10 anos que nos deixou..."
"ninguém está preparado..."
ouço, interiorizo, e um calafrio
percorre meu ser...
e quando acontecer, que montes, que vales,
que rios acolherão a dor?
que forças interiores se emanciparão
na fragilidade do momento?
tempo, faz do meu ser,
um castelo da terra ao céu...
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Um dia como os outros ...
há dias que o calendário
teima em recordar...
apressam-se as pessoas,
carregam flores, triste o semblante...
o dia, como qualquer dia, nasceu,
e o sol ainda que envergonhado,
vai brilhando, a tudo indiferente.
por entre "ruas" estreitas,
do sítio onde jazem os que partiram,
a azáfama de embelezar,
"dar vida" ás pedras esculpidas
e para sempre inertes...
dentro de mim, apenas a singela recordação
e um agradecimento à vida...
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inquietações...
do cimo das escadas as ideias renascem
e tudo se questiona, tudo parece imperfeito,
como uma casa terminada, mas com defeito,
afinal está de pernas para o ar...
questiono-me a cada momento
o que fazer, se refazer o que está feito,
ou fazer de conta e nada levar a preceito,
mesmo estando em plano inclinado...
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apenas um raio de sol...
num raio de sol, a leveza
de mil imagens que se elevam no pensamento,
os sorrisos que se esbatem na beleza
de um rosto, e que perduram no tempo.
o tempo... espaço temporal que tudo guarda,
arca bíblica dos objectos, das pessoas e dos sentimentos,
inquisidor, ou carrasco sem rosto, sem farda,
indelével, qual brisa leve que se perde nos breves momentos.
como um livro, livro sem folhas, objecto vazio
onde se lê o que quiser, o que inventar,
assim "leio" o meu tempo, como corrente de um rio,
como luz de uma estrela, como vento que passa,
ou como ondas que se libertam deste mar,
e assim o tempo ganha vida, e vivendo, tem sua graça...