IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
na noite....
a noite é minha companhia,
tão só, mas vigilante, eterna timoneira
de meus passos errantes...
mas a cada raiar do dia,
solta-se de meus braços,
não vá alguém estar de vigia
e dizer ao mundo que somos amantes...
e voa, desaparece no clarear
de mais um amanhecer, para logo voltar...
noite, somos tão felizes assim...
tu, sombreando a luz da vida...
eu, entre tua sombra e causa perdida...
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boa noite...
eram de longe as pétalas das rosas
que a brisa suavemente me entregava.
perfumadas, aveludadas,
cada qual tinha sua cor
e cada uma seu recado de amor.
eram de longe os beijos da manhã,
o acordar de leve como o deslizar do rio
tocando solenemente nosso corpo,
e cada beijo, uma melodia,
uma história, um hino à alegria.
eram de longe os feiticeiros,
os artífices do medo e da penúria
que padecem pelos desencontros no tempo,
e o tempo, a sua capacidade de renovação,
tudo altera, até o que não mais tem solução...
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"dorme bem"
sem vacilar, em breve escrita,
saem das mãos o adeus,
o silêncio em forma de palavras...
"dorme bem"...
como se do desejo em forma de ritual,
os sonhos e os pesadelos evaporassem
e deixassem o corpo levitar,
tal e qual uma pena de ave no ar...
a custo, relê a mensagem... "dorme bem"
aperta-se o coração, os lábios,
pelo mundo que ficou lá fora...
acorda manhã... chegou minha hora...
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chegaste, noite...
chegaste noite... ainda é tão cedo...
o livro ainda inacabado sobre a mesa,
os registos espalhados, alguns caídos pelo chão,
se alguém lhes toca, os lê, vão lá entender
as palavras do coração...
mas tu noite, és testemunha do querer,
quando na tua companhia, olhando o céu,
fazia versos à lua, e só ela me respondia
com o luar que só os amantes sabem ler...
chegaste noite... falta muito para ser dia?
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na noite...
anoiteceu tão rápido...
vieram os senhores do tempo
e levaram o sol, a luz,
levaram a magia
que me permitia ver teu olhar...
vez, sem esse encanto,
como vou adivinhar
o que me quer dizer teu olhar?
e se me mentes,
se me dizes o que não sentes?
não, não digas nada,
as luzes da madrugada
são infiéis...
são sombras perdidas
aqui e ali, entre os casais escondidas,
e de tanto saberem, tornaram-se cruéis,
nas mentes, visão perturbadora e tão malvada...
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caminhante...
é noite, como noites são as horas vazias,
perdidas, irremediavelmente tristes
sem o aconchego de um abraço,
de um beijo, de um carinho...
diz-me a aragem fria
que a noite não é boa companhia,
que as almas são tentadas, seduzidas
por outras almas eternamente perdidas...
acendo uma vela, uma luz no caminho,
a noite não me fará mal...sou um pobre peregrino...
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na noite, no silêncio...
noite... noite e silêncio,
acolhimento,
entretenimento,
um livro a ler...
na TV, imagens em corrupio,
no silêncio,
e de fio a pavio
escrevem-se coisas
só para dizer, "existo"...
apago a luz,
o sono fazendo sinal
de que é ele quem conduz
minha caminhada...afinal
minha vida é controlada...
fecho os olhos,
mil imagens no pensamento,
histórias, chamamento...
desligo a válvula de entrada,
venha depressa a madrugada...
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na noite...
hoje não há estrelas no céu,
nem canto da lua,
nem um abraço teu...
vou fingir que não nasceu o dia,
que a noite se esqueceu
de me despertar, e só, tão só,
adormecerei num casulo só meu...
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ainda é cedo...
ainda é cedo...
a noite é boa companhia,
mas o orvalho que cai
fazem-na fria,
impessoal,
sem máscara
humana ou fantasia...
aqui e ali os faróis
dos carros que passam,
e quando passam,
a aragem arrepia
como se o demo viajasse ao lado...
na algibeira, uma fotografia,
uns trocos para a bebida
que vai aquecer a alma...
a noite é boa companhia,
mas no vazio da noite
faz falta um abraço apertado...
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nada a dizer...
entrego-me à noite com a paz
que me ditaram teus olhos.
em minha mente, não há amanhã,
não há futuro,
não há sonhos já sonhados,
apenas o presente,
apenas lembranças de ontem,
a envolvência dos sentimentos
e da paixão.
relembro cada frase, cada palavra
extraída de teu coração,
como se todas as paredes das casas fossem brancas,
e todos os jardins fossem verdes,
como se não houvera mais manhãs de nevoeiro,
e o mar fosse um lago de calmas águas.
o travesseiro é meu fiel companheiro,
e partilhamos, discutimos cada momento...
talvez sejam loucos os aprendizes do amor,
talvez inventem fantasmas
quem é perseguido pela dor...