IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
no silêncio...
estão caladas as árvores
e a relva e todo o mundo em redor.
não adianta fazer de conta,
nem esperar que o pássaro cante na gaiola.
este silêncio, é o meu mundo
onde o silêncio é dono e senhor...
sabes, talvez seja sinal dos tempos,
deste inverno cinzento que pesa
e nos arrasta pelas ruas,
ou da voz que se perdeu,
que se acanha nos momentos,
ou apenas seja um sinal,
sinal de que tudo o vento levou
por entre a abertura dos dedos...
imploro por ti, primavera,
pelo céu azul e brisa fresca no rosto,
pelos cheiros, pelos verdes prados,
pela ilusão de uma nova era,
por um beijo ardente (uma quimera),
até lá, talvez hiberne...
sabes, não adianta fazer de conta...
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outros horizontes...
abro meus horizontes,
minhas fronteiras,
e todos os caminhos agora são meus,
estradas, avenidas,
até o caminho das estrelas,
tudo está à minha frente
como quem viaja, e vê uma miragem,
no pensamento, a fantasia
dos loucos, a fugaz alegria
de que é possivel seguir sempre viagem.
abro meus horizontes,
minhas fronteiras,
agora sem portagens, sem montanhas,
sem mar, sem rios, sem pontes,
apenas avenidas de flores e cor,
árvores ladeando quem passa em esplendor...
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raízes... de vida!!
parecem iguais os dias de todos os dias
como iguais as histórias de vida...
mesmo ao lado, as árvores que crescem, crescem
e que nem demos conta... como cresceram
dizemos nós, quando olhamos em retrospectiva...
a nossos pés, as raízes que tudo tomaram,
que se alimentaram
e nós nem sentimos.. e elas ali, rebentando os caminhos...
parecem iguais os dias de todos os dias...
mesmo sentindo nas veias,
no mais profundo do ser
que as histórias de ontem são páginas viradas,
a cada novo dia, a cada novo respirar
como as raízes que crescem, crescem,
haverá sempre um capítulo a recordar,
ainda que o livro esteja inacabado...
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outras árvores...
sinto que nasci árvore de mil folhas,
sendo que cada folha seria uma história de amor...
algumas caíram ao crescer, sem dor,
outras se agigantaram,
e a pouco e pouco, sinto que me vergaram,
por não quererem voar,
ou até, simplesmente planar
na brisa que passava...
(amar, é seguir viagem em qualquer estrada...)
passados tantos anos
a árvore crescendo quase até o céu,
contam-se os ramos,
as folhas ainda verdes, sem danos,
e novos rebentos espreitando a vida...
(amar, é uma longa estrada, quantas vezes proibida..)
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como uma árvore...
queria ser como a árvore de grande porte
que cresce, cresce, e lá do alto tudo vê...
aposto até que consegue ver os anjos no céu,
os caminhos da felicidade,
os trilhos que o destino nos ofereceu.
nas suas raízes, longas e fortes,
a sabedoria dos tempos,
a paciência que não se esgota
e se reforça nos contratempos...
braço a braço vou subindo, escalando
cada tronco da árvore...
um dia também serei copa, tocando,
beijando o céu...velarei por teu mundo...
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como uma árvore....
queria ser uma árvore
de longos braços,
fundas raízes,
em que meus abraços
tocassem teus ombros,
te prendessem a mim,
como um ninho de aves
feito casa de amor...
poderia vir a tempestade,
as chuvas de Abril,
poderia até vir o fogo
ou o abate sem dó,
mas acredita,
por cada ramo cortado,
mil rebentariam,
até se concretizar o sonho
de seres árvore a meu lado...
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Árvores do meu jardim...
parecem tristes
as árvores do meu jardim,
sem folhas,
braços estendidos ao frio, à chuva,
como que antevendo o fim...
mas não, apenas estão dormindo...
e eis que me segreda uma ao ouvido:
"logo, logo será primavera,
e em cada ramo,
na folhagem que me vai cobrir,
haverá festa, passarada a sorrir,
a fazer amor, gestos de carinho..."
se eu pudesse, se eu fosse passarinho,
voaria naquela árvore, e iria pedir
se me deixavam fazer um ninho...
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O MEU REINO É DESTE MUNDO
Era uma vez um Rei, que vivía no seu elegante castelo, alí para as bandas do mar.
Esse Rei, cujo poder apenas se cingia ao seu castelo, tinha como hobbi admirar o que havia feito ou mandado fazer. E quanto mais admirava, mais vaidoso se tornava.
Se estava frio ou a chover, deitava-se na sua poltrona, e olhava para o tecto do seu salão ( e como ele gostava de ver os "frescos" lá pintados).
Se fazía sol, ou a temperatura convidava a um passeio pelos seus famosos jardins, era vê-lo na espreguiçadeira, admirando as flores ou ouvindo o cantar dos pássaros (no início da primavera, gostava de ouvir as ondas do mar - parecía que íam chegar até sí).
Mas o nosso Rei não se sentía realizado...
Plantava árvores, para pouco tempo depois deitar abaixo, fazía canteiros com flores perfumadas mas que ao caír das pétalas, o desgostava, e logo as arrancava...
Que fazer para o Rei se sentir feliz?
Um dia por lá passou uma donzela, loura, terna, que se havía deixado levar pelas ondas do mar.
O nosso Rei, ao ver a beleza na donzela, logo esqueceu o seu palácio, o seu jardim, tudo o que havia plantado...aquela imagem tirou-o do sério.
Sería alguma sereia que havía dado á costa??
E se fosse apenas imaginação?? - beliscou-se...Não, é mesmo verdade
O Rei parecía louco...não sabía o que fazer...
E pergunta o narrador: "o que faría qualquer um de nós no lugar do Rei?"