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tempos de menino...

Domingo, 03.02.13

 

 

 

 

lembro..ainda era menino,

menino de escola,

numa mão, lancheira com o almoço,

na outra os livros na sacola.

 

e este menino sonhava

(coisas que já não lembra),

e a mãe que da vida era escrava,

o pouco que tinha, o pouco lhe dava.

 

mas tudo tinha uma condição

porque na vida nada vem ter à mão,

e a caneta que ele tanto queria,

haveria de vir, na venda do que a terra dava.

 

e como ele ficou contente...

a caneta comprada na mercearia da aldeia,

era nova, de tinta permanente,

e vinha ainda em caixinha de cartão...

 

Não sei se muito escreveu

ou se deixou de escrever por falta de tinta,

mas na alma do menino que cresceu,

o desejo de escrever nunca mais acabou...

 

e hoje ele recorda com saudade

dos tempos que ser menino é ser grande.

porque vê toda a vida à sua frente...

 

o menino hoje já não usa caneta,

nem cadernos de linhas com muita vaidade,

o menino hoje, escreve para muita gente...

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 20:26

A Rua Onde Eu Moro

Segunda-feira, 09.03.09

 

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A rua onde moro, é uma rua qualquer,

onde passam carros e tem gente a viver...

A rua onde moro não tem festa,

não tem marchas populares,

não tem coreto para uma banda tocar,

não tem rio para as lavadeiras desafiar,

não tem vida com o povo a cantar...

Na rua onde moro, não sei quem vive ou está a morrer...

A rua onde moro, é uma rua qualquer...

 

Que saudades da casa na aldeia,

onde da varanda, os acordes da banda ouvia,

e eu me imaginava ali, tocando também,

afinado com os músicos, passos em sintonia,

olhando para as pessoas em contida alegria...

E eu me sentia gente tocando para a plateia.

Que saudades da casa na aldeia...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 18:36

A MINHA ALDEIA

Quinta-feira, 24.04.08

 

A tua aldeia é já ali...

por entre muros,

por entre arvoredos

por caminhos escuros,

sem medos,

chego lá...até ti.

 

A tua aldeia

é a minha aldeia...

a tua casa,

o meu aconchego,

o teu corpo,

o meu sossego.

 

Se estás feliz,

eu estou feliz...

se ris,

meus lábios se abrem.

se choras,

meus lábios se mordem

 

A minha aldeia

és tu,

mulher, vida cheia,

pedaço de magia,

poço de alegria,

uma mão vazia...

 

A minha aldeia

está a ficar vazia...

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:28