IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
tempos de menino...
lembro..ainda era menino,
menino de escola,
numa mão, lancheira com o almoço,
na outra os livros na sacola.
e este menino sonhava
(coisas que já não lembra),
e a mãe que da vida era escrava,
o pouco que tinha, o pouco lhe dava.
mas tudo tinha uma condição
porque na vida nada vem ter à mão,
e a caneta que ele tanto queria,
haveria de vir, na venda do que a terra dava.
e como ele ficou contente...
a caneta comprada na mercearia da aldeia,
era nova, de tinta permanente,
e vinha ainda em caixinha de cartão...
Não sei se muito escreveu
ou se deixou de escrever por falta de tinta,
mas na alma do menino que cresceu,
o desejo de escrever nunca mais acabou...
e hoje ele recorda com saudade
dos tempos que ser menino é ser grande.
porque vê toda a vida à sua frente...
o menino hoje já não usa caneta,
nem cadernos de linhas com muita vaidade,
o menino hoje, escreve para muita gente...
Autoria e outros dados (tags, etc)
A Rua Onde Eu Moro
http://cache02.stormap.sapo.pt/fotostore01/fotos//1f/1f/ba/982349_fk30O.jpeg
A rua onde moro, é uma rua qualquer,
onde passam carros e tem gente a viver...
A rua onde moro não tem festa,
não tem marchas populares,
não tem coreto para uma banda tocar,
não tem rio para as lavadeiras desafiar,
não tem vida com o povo a cantar...
Na rua onde moro, não sei quem vive ou está a morrer...
A rua onde moro, é uma rua qualquer...
Que saudades da casa na aldeia,
onde da varanda, os acordes da banda ouvia,
e eu me imaginava ali, tocando também,
afinado com os músicos, passos em sintonia,
olhando para as pessoas em contida alegria...
E eu me sentia gente tocando para a plateia.
Que saudades da casa na aldeia...
Autoria e outros dados (tags, etc)
A MINHA ALDEIA
A tua aldeia é já ali...
por entre muros,
por entre arvoredos
por caminhos escuros,
sem medos,
chego lá...até ti.
A tua aldeia
é a minha aldeia...
a tua casa,
o meu aconchego,
o teu corpo,
o meu sossego.
Se estás feliz,
eu estou feliz...
se ris,
meus lábios se abrem.
se choras,
meus lábios se mordem
A minha aldeia
és tu,
mulher, vida cheia,
pedaço de magia,
poço de alegria,
uma mão vazia...
A minha aldeia
está a ficar vazia...