IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
manhãs de março...
virgem e ardente, o sol
nas manhãs de Março...
incautos, seguem em passos largos
os amantes, sós,
fingindo olhar o mar
ou com quem se cruzam na manhã.
sorrindo ou olhar distante,
ninguém diz nada,
apenas a respiração é ofegante,
como quando alguém faz amor
pouco antes do finalmente.
queria ser como tu, sol,
ardente e promíscuo
em todas as manhãs de Março,
em todos os dias, quando o pensamento
vagueia por águas profundas...
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pássaro ferido...
escrevo, palavra por palavra,
no silêncio onde nos escutamos
e nos entendemos ...
soltamos as músicas,
as letras que bebemos
e ouvimos até as lágrimas caírem...
como pássaros feridos,
escolhemos o ramo mais alto,
a árvore mais frondosa,
até que o fogo da vida
nos faça voar novamente...
fecho os olhos mais uma vez,
ouço o cantar da alma ferida,
e vejo o filme da paixão nunca esquecida...
amanhã, quem sabe,
renascerá a luz, a esperança perdida...
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nunca é em vão...
não foi em vão que criei um céu só para mim,
uma constelação de estrelas,
um reino, onde o sol era a estrela maior,
e a lua, as quatro faces de um louco amor.
não foi em vão, que das águas paradas
criei um mar, ondas de vida,
inventei caravelas aos amantes perdidos,
insaciados, e no tempo esquecidos.
não foi em vão, que nos tumultos da paixão
abri mão dos sonhos... e fez-se luz na escuridão...
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histórias e fantasias...
eras miúdo como os botões de rosa a abrir,
sonhavas voar como as aves,
e o teu mundo era um barco de papel.
no teu mundo, tudo era possível,
como falar com as estrelas
ou andar sobre as águas do mar...
mas esse era o mundo da fantasia,
das histórias de contar,
dos finais felizes, como que por magia.
um dia o botão de rosa floriu,
e pétala a pétala foi caindo da floreira,
todos os sonhos se queimaram numa fogueira
feita de estrelas, de mar, e de teu rosto, que um dia sorriu...
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o que semeamos...
semeamos os ventos para levar as aves
e esquecemos de todos os outros animais...
tudo o que cultivamos, perdeu-se no tempo,
sem história, e da vida, nem pequenos sinais.
falta pouco, muito pouco para nova sementeira,
sem ventos, sem fim de estrada, sem canseira...
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outros sons...
aos meus ouvidos, no silêncio,
soam frases intemporais,
versos que rasgam os sentimentos
e lhes retiram das entranhas
tudo o que de belo canta o amor
felizes os "tocados" pelo dom,
que sendo grandes, sofrem na dor,
carregando dentro de si
um bater mais forte do coração...
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sinais...
nunca serão em vão
os passos dados,
no areal marcados,
nunca temendo o mar,
olhos nos olhos
como que a segredar,
"eu te amo"...
nunca serão em vão
os sorrisos na manhã,
abafados pelo cobertor de lá,
esperando que se fizesse dia...
as horas jamais existem
nem tão pouco a monotonia
se me dizes, "eu te amo"...
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breves momentos....
abri meus braços, meus abraços
ao corpo teu que rodopiava, ganhava vida
ao som de uma música que eu não entendia...
a música que eu te oferecia,
saía do silêncio das palavras,
do pulsar das veias na madrugada...
deixa-te levar, embalar
pela melodia dos sentidos.
são tão breves os momentos permitidos,
como se não houvera amanhã,
sonhos, avenidas de mil flores,
como se não houvera jamais
paraísos para todos os amores....
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lágrimas...
corre um fio de água no meu olhar,
frio, transparente, quase cruel...
impossível conter, parar,
como se meu mundo fosse um mar,
onde desaguam os sonhos,
e os pesadelos... e os desassossegos...
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no teu olhar...
nas enseadas da vida,
tantos e tantos os atalhos
que levam a lado algum...
no fundo mais fundo de teu olhar,
o abismo, o precipício,
uma manta de retalhos
com que nos cobrimos ao luar...