IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
breves momentos...
são tão breves os doce momentos,
que na ligeireza dos tempos
nem sentimos passar,
como correr no areal, saltar
as dunas, ver o mundo correr,
olhar o mar, o imenso mar...
embarcar dentro de um barco à vela,
casca de nós contra o vento,
sem medos de qualquer tormento,
e navegar, navegar...
solta-se a imaginação,
vislumbra-se no olhar
um desejo na palma da mão.
já não há tempo para olhar o passado,
e pede-se bonança para a viagem
que o mar não tem fim, não tem a outra margem...
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nunca é tarde...
quiseram meus passos viajar no tempo,
entre as estradas sem fim
e as serras a caminho do céu...
perdi-me para te encontrar,
onde as lágrimas são o rio que passa,
e o ligeiro sorriso, o ar que ainda respiras.
levanta, entra no barco sem remos, sem vela,
qual caravela sem destino
à descoberta do mundo onde aportar.
levanta, faz-se tarde, tão tarde,
talvez demasiado tarde para recomeçar...
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navegando...
de quantos paus se faz uma jangada,
uma bóia de salvação?
de quantos paus é feito um sonho,
e quantos os nós para a libertação??
um a um vou desfazendo,
mas eles renascem na palma da mão...
de quantos paus é feito um sonho,
e quantos os nós para a libertação??
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barco de papel....
sereno o mar, sem ondas,
sem a espuma se espreguiçando no areal...
como criança brincando com barco de papel,
entro mar dentro, sonhando navegar
até tocar linha do horizonte...
meu mar, meu céu, meu pôr do sol,
recanto dos sonhadores,
partilhado pelos amores
das horas tardias...
meu barco, barco de papel
sem remos , sem vela,
é uma aguarela
assim como o mar azul, num sonho azul,
numa foto já amarelada pelo tempo...
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barco á deriva...
meu barco anda á deriva
num rio sem ondas,
sem margens que o acolha...
meu barco parece uma folha
numa rua deserta e sem saída,
e como a folha seca,
vai sendo levado pelo vento,
pelas chuvas de Outono.
triste fim, triste abandono...
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meus barcos...
lancei meus barcos ao rio,
barcos de pescador sem redes.
em cada barco, um baú de recordações,
histórias vividas ou violentadas entre paredes...
esses barcos não têm timoneiro,
não têm vela para seguir os bons ventos.
são barcos fantasmas, perdidos,
como os corações sós, sofridos, entre lamentos...
se os vires, não tenteis a salvação,
deixai-os seguir, naufragar entre as turvas águas,
deixai-os afogar, que se apaguem as memórias,
as agonias, os sonhos e as mágoas...
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Barco á Deriva....
Que foi que fizemos,
que palavras ocas dissemos,
que no pântano mais vazio
como as profundezas de um rio,
se dissiparam nossos corações??
Mil respostas a tantas questões,
e nenhuma me traz sossego...
Onde houve desapego?
Onde falharam nossas orações?
Como um coração abandonado,
solta-se o barco ancorado,
rio abaixo, levado pela corrente,
o mar o espera, por ele será tomado,
assim morre o amor... quando ausente...
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Barco à Deriva
http://pensamentossoltos.blogs.sapo.pt/arquivo/barco.jpg
Ficção
Faço-me ao mar,
sem medos, sem vacilações,
e comigo, viajam sonhos, emoções,
livros de recordações,
cheiros , sabores, tentações...
O barco é a vida,
sem remos e sem remador,
não sei se consiga ter vento a favor,
não sei se consiga chegar a bom porto,
mas faço-me ao mar, mar tentador...
E é este coração sonhador,
procurando nas ondas, na beleza do mar,
a força do amor, um destino maior,
um bom porto onde ancorar,
outros cheiros, outros sabores, tentações...