IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
na noite...
não sei onde nasce a noite
nem o vento
nem a chuva que forte cai
mas deve vir de outro mundo
sem gente,
sem céu, sem lua.
a noite que parou na minha rua,
mete medo
às gentes, aos animais
que ninguém vê
porque se esconderam, em segredo...
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chove lá fora..
chegou a noite com mais um findar do dia,
como chegam todas as noites,
em silêncio, apenas quebrado
pela sensibilidade da alma à escuridão.
e com a noite, o sereno bater da chuva no telhado
qual cortina esvoaçando na janela pela brisa da manhã...
como lamento não sentir o cheiro da terra molhada,
nem ver o fio de água que corre e se avoluma
até chegar ao extenso mar...
são tantas as paredes que me cercam,
feitas de massas impenetráveis,
ou de memórias infindáveis...
são estas as paredes que me prendem
e que torturam o passageiro do tempo,
já sem o tempo sonhado,
e no tempo há tanto tempo esquecido...
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manhãs sem cor...
tão silenciosa e triste a manhã,
o céu cinzento,
e as flores tombadas
pela inquietude do tempo...
jazem pelo chão, inertes,
agonizando, enquanto perdem a cor,
sem força, sem desejo maior
de esperar o sol,
o seu grande amor...
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falando ao tempo...
ouves a chuva cair,
o choro das árvores sem nome?
talvez não ouças,
talvez nem saibas como sentir
o peso de uma gota,
de uma lágrima a fugir...
afasto as cortinas do lado cinzento,
da dor que cobre o tempo...
vá lá, não fiquem assim,
assim me visto,
assim no tempo resisto,
até que o tempo se lembre de mim...
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pingos de chuva...
pingo por pingo,
um atrás do outro
e mais outro atrasado,
quando chegado
enfim ao destino,
em mil pingos transformado
de contente gritava:
"Biiiiiiinnngo"!!
Tão bom, tão doce
o cheiro a terra quente,
aqui e ali salpicada
e que prometia molhada
a noite, da chuva à muito carente....
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BOM DOMINGO...
gota por gota, ainda no leito, ouve-se o cair da chuva
lentamente, como se não houvera pressa,
pressa de desistir dos dias tristes e cinzentos...
através da vidraça, reparo no jardim,
na rua deserta onde ninguém passa...
como são tristes os Domingos sem tua luz, tua graça...
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tarde de inverno...
tarde de inverno e desassossego,
tarde de domingo onde me prendo
ouvindo a chuva cair...
não se ouve um bater de asas,
um cão a latir,
tudo permanece quedo
mas eu sei que é tudo a fingir,
não vão acordar os fantasmas do medo.
se não fosse esta chuva, este enredo,
juro que inventaria asas de voar,
um caminho, um só sentido,
um paraíso, um abraço ao chegar,
um beijo (ainda que proibido),
mil histórias para contar
e acrescentar, num livro interrompido...
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ouvindo a chuva...
faz-me impressão ouvir a chuva cair...
ouvir a chuva no telhado,
deveria ser como ouvir um piano,
tecla a tecla, em tom embalado
e que só coração sabe ouvir...
de alma limpa e sonhos intemporais,
cada gota deveria provocar uma certeza
ao delinear um a um, no papel, no pensamento,
e em cada um, um pouco da beleza
dos momentos a viver em tantos locais...
fazem-me falta as manhãs de poesia,
de cor, vida e de encanto,
do cinzento e da promessa no horizonte
que se iria esbater em pranto,
por entre os espaços, qual toque de magia...
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muito mais....
era tanta a chuva, o granizo,
era tanto o vento que tudo levava,
que tudo era quase nada
e muito mais seria preciso,
para esquecer o profundo de teu olhar,
ou o teu abraço olhando o mar...
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todo o tempo...
repara, parou de chover, faz tempo...
disseste que soltarias tuas asas,
e viajarias na brisa...
espero-te... faz tempo!!
talvez te assustem as nuvens cinzentas
ou a noite que não tarda, vai chegar...
espero-te... faz tempo!!
alertam-me os sentidos
que talvez te tenhas perdido, ou reencontrado
no meio do nada....
mas eu espero-te... tenho todo o tempo...