IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
elos que se partem...
tão frágeis os elos das correntes
que o tempo e o mar corroeram...
agora, livres das amarras,
voam os fantasmas pela cidade,
deserta, sem vivalma,
sem os gestos dos amantes...
triste a cidade, os objectos,
e os candeeiros da rua,
outrora almas cintilantes
mas que morreram de pé,
tal e qual estátuas, insignificantes...
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Casas da minha Cidade
http://www.presseurop.eu/files/images/article/dubi-love-story.jpg
Passeio palas ruas da cidade,
e as luzes de néon se acendem
piscam no meu passar,
convidam, pedem para eu entrar...
São casas, palácios de beleza,
camas de prazer, falsa realeza,
e eu meio tonto, meio sem graça,
fico à porta, qual pobre da praça.
Passeio pelas ruas da cidade,
e sinto que a cidade não me diz nada...
A cidade está ferida de morte...
Só lá vai gente com pouca sorte,
gente que perdeu ao amor,
gente onde no coração tem dor...
E como eu fico triste com minha cidade...
Já não vejo luz, pessoas, verdade...
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EU E A CIDADE
http://aphs.worldnomads.com/leo/1220/China053.jpg
A cidade se abre para mim...
ruas, avenidas, casario,
gente atropelando gente,
carros, buzinas, ruído ruim,
um mundo diferente,
local onde fico ausente,
pensamento em turbilhão.
E no entanto tudo está à mão...
mil luzes, raios de néon.
um comprar sem precisar.
publicidade a lembrar
os trocos ainda por gastar...
A cidade se abriu para mim,
mas o meu mundo não é assim....
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Não ao betão...
https://1.bp.blogspot.com/_mQ9NG8lfGTc/SCco41-JQlI/AAAAAAAAAAU/J9CzMhkClV8/s400/lisboa.1.jpg
Finjo nada ver e corro sem direcção...
E na correria, louca tenho certeza,
"atropelo" a gente, o que vem à mão,
mas sigo em frente...
Esta não é a minha gente,
esta negrura, sem alma, sem fala,
nada me diz..deixai-me fugir,
deixai-me procurar os verdes vales,
os rios e árvores em sintonia,
deixai-me fugir desta agonia...
Oh árvores em desalento,
em morte anunciada,
sinto-vos sufocadas,
sem vida, sem cor, sem nada...
E até vossas folhas voaram no vento...
Vossos braços se partiram com a geada...
Nada sois neste monte de betão...
Na quietude da noite eu voltarei,
e vestindo as vestes de coveiro,
farei vosso enterro, peça a peça cortarei,
e numa qualquer noite de inverno
me fareis companhia no braseiro...
Sonho com a vida...não com o inferno...