IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
dia de sol...
fez sol, muito sol na minha rua,
mas não vi crianças brincando
nem pessoas de passo apressado...
apesar do sol na minha rua,
já ninguém mora aqui,
ou se moram, talvez nem gostem do sol
e preferem ver à noite a lua...
mas as crianças, a correria das crianças,
trazem-me à memória lembranças
do menino que na rua corria,
e era feliz à noite... quando adormecia...
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como se fosses criança...
como se fosses Anjo,
voa pelas estrelas da imaginação...
como se fosses criança,
dorme em meus braços
ouvindo te contar um conto,
uma história, ou pedaços
de vida...
talvez até escreva um poema
descrevendo a paz em teu rosto,
e nos teus olhos fechados,
quem sabe verei manhãs de Agosto,
algures... fora de tempo...
como se fosses Anjo,
faz da vida um dia de sol e dança ao sabor do vento...
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divagando...
para ti, Diana
nas asas de Morfeu, descanso o espírito,
mergulho no mais profundo silêncio...
anjos e querubins voando no paraíso,
fazem parte do meu imaginário.
saudades da criança que foste um dia....
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outro tempo....
lembro dos tempos de criança,
da paz que fazia na minha rua
onde não havia quase nada,
e quase nada era tanto na ténue esperança...
eu e o meu pião, o aro da bicicleta,
e os carreiros onde brincava
qual avenida asfaltada...
sem TV, sem net, meu mundo era tudo
o que cabia nos meus sonhos,
sonhos gravados qual cinema mudo.
recordo com nostalgia e sorrio...
os dias de hoje, são de dor, tristeza, um corrupio.
ah se eu pudesse voltar a brincar na minha rua...
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um mundo só meu...
como cresceu o meu ser...
ainda ontem tinha um mundo só meu,
limitado pelos poucos horizontes,
rodopiando ao jeito do pião
na terra batida do chão...
o aro da velha bicicleta
fazia andar minha cabeça à roda,
pelo jogo do arco que voava
nos estreitos carreiros da aldeia...
o verão trazia a emoção dos prados,
da sinfonia dos grilos na tarde,
da arte de os apanhar e para casa levar,
como se lhes quisesse mostrar meu lar, doce lar...
lembro dos papagaios de papel, coloridos,
asas das canas que alguém me arranjava,
dos horizontes que eu não via,
porque era o papagaio de papel que voava...
o rio trazia-me o medo do desconhecido,
o fundo que eu não via, e quando na água,
era até o joelho, não viesse uma corrente
e para o fundo me levasse , para sempre...
e o mundo se alarga nas grandes cidades,
a poluição nas ruas, os barulhos
dos carros, das pessoas, dos sentimentos...
outros dias...outros tormentos...
os jogos de computador, do coração,
os anos que passam a correr...
mas os que passaram, sim, foram bons,
mas há tantos ainda para viver...
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ser criança... outra vez...
amanhã quero ser criança
como se calhar nunca fui,
fazer birras,
levar os cadernos á escola,
passear o pão seco na sacola,
andar descalço por aí...
fazer desenhos do sol sorrindo
e as casas com jardim,
barcos dançando no mar,
e meninos sem braços,
sem dentes,
desenhos sem ponta, sem fim...
mas sendo criança, vou sonhar,
lançar papagaios ao vento,
barcos de papel na água do charco,
roda de bicicleta jogando o arco...
fazer de conta que viajo no tempo
talvez encontre namorada
qual boneca que a irmã tem arrumada...
amanhã quero ser criança,
mas também crescer, duma assentada...
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ondas do mar...
hoje sonhei ser mar, ser grande,
nascendo de mim ondas de choro,
espuma viva, ingénua, pura....
cada onda tem abraços de ternura...
e olhando seu deslizar, seu crescendo no areal
aí... meu coração será enorme...
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se eu fosse pintor...
vesti-me de pintor,
levei tela a rigor,
e cores em tom de pastel...
tu, foste a imagem,
que mesmo sem coragem,
quis prender a este papel.
rosto perfeito, de princesa,
lábios finos tal a leveza,
prenuncio de bela mulher.
corpo magro, alto,
bota de pequeno salto,
calça de ganga a condizer.
e de mão dada,
ternura bem enquadrada,
atravessas a avenida...
foste a senha, a fotografia,
porque eu tanto padecia
se outra imagem era fugida...
e agora, aqui tão perto,
se pedir algo, fosse certo,
porque não o atrevimento?
mas como entenderias,
se teus sonhos, são alegrias,
e não roturas de momento?
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Um Rosto Na Manhã de Sol e Poesia...
suave, fino e terno é o seu rosto,
olhos esguios, subtis, de princesa,
moldados pelo cabelo extenso e fino...
e foi esse seu rosto, que me deu certeza
do momento mais querido e lindo,
que algum dia o coração vivera...
e nem o frio do inverno na manhã,
cheia de sol, sonho e poesia,
me fez ausentar do momento de fantasia,
que era te ter tão perto, demasiado perto,
que até nossos sorrisos, na sua inocência lia,
sorrisos de um futuro que seria certo...
E hoje, ao vê-la na sua pose de menina sentimental,
voz meiga, carente, doce... algo possessiva,
a certeza de que muitos invernos vão passar,
o sol, o sonho e a poesia, permanecerão no ar,
ainda que os desencontros sejam afinal
tanta dor, para que aquele rosto continue a brilhar...
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Criança
De tenra idade é seu corpo,
franzino, quase bebé...
Corre, leve, pé ante pé,
e no seu correr sem medo,
sem sentir o perigo no chão,
tropeça, cai, e vira chorão...
Criança é assim mesmo,
criança é adoração...
Pego, dou-lhe colo, sossego,
mas logo, logo, de repelão,
tudo vira do avesso,
e tudo eu reparo, tudo tem solução...
Afonso tem (quase) dois anos,
e vida até mais não...