IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
manhãs sem cor...
tão silenciosa e triste a manhã,
o céu cinzento,
e as flores tombadas
pela inquietude do tempo...
jazem pelo chão, inertes,
agonizando, enquanto perdem a cor,
sem força, sem desejo maior
de esperar o sol,
o seu grande amor...
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aromas...
dançam os aromas na nossa mente
como imagens que não pedimos,
como lembranças de quem sente...
são tantos os aromas, as cores,
as frases de circunstância,
promessas de eternos amores,
efémeras, como os beijos
secos, fugidos, desculpados,
oh quanta ignorância...
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divagando...
faz-se tarde, amor,
e o tempo teima em correr
como se em busca de algo
ou fugindo do passado.
em vão semeio pontes,
caminhos, ou avenidas
repletas de flores,
onde te pudesse encontrar
num passeio primaveril...
não, agora lembro
que não gostas de flores,
e os passeios cansavam-te,
como se a cada passo
germinassem dores...
faz-se tarde, amor,
como tarde é passado
na noite que já chegou...
olho as estrelas, que já não brilham,
e pensando bem... talvez nunca seja tarde, amor...
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o campo e as flores..
olho a terra em redor,
sem o betão
ou o negro asfalto
das máquinas poluentes...
livre, sem pegadas,
dela brotam mil flores,
e são tantas as cores
que esqueço que vivo na cidade...
incauto o coração,
admira na simplicidade
a beleza e a contradição
de outras, que se vestem de falsidade...
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as flores...
eram lindas as flores em meu regaço,
perfumadas, únicas como tu.
mas demoraste, nem sei se chegaste,
e as flores murcharam...
feridas de morte, em meus braços secaram...
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Primavera...
fez-se noite tão depressa, tão rápido,
e eu ainda sonhava ver o azul do céu,
os raios de sol brilhando no espaço...
mas o céu esteve triste, de um cinzento
que de tão negro, chorava lágrimas de chuva...
assim, é tão monótono o entardecer...
e tu primavera, dos verdes prados,
dos jardins vivos e coloridos de flores,
para quando o encontro com os amores??
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Os teus olhos....
era tarde, num fim de tarde de inverno,
quase primavera, quase luz, quase esperança.
e nessa tarde, teus olhos eram papoilas,
ou tulipas, ou cravos vermelhos...
só sei, que entrando no fundo de teus olhos,
eram de mil cores as flores de teu jardim,
onde dançavam, acho que até riam para mim,
e eu deixei-me adormecer no mundo dos sonhos....
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Teu sorriso...
por entre os caracóis de teus cabelos,
pelas madeixas que adornam teu rosto,
vejo teu sorriso, teu belo sorriso,
o encanto moldado por teus lábios,
a brancura das manhãs de primavera...
e nos momentos que de ti mais preciso,
quando abro a janela de meu quarto,
cada flor, cada botão de rosa a abrir,
é teu rosto de mil pétalas, de mil cores,
me dizendo "bom dia"... a sorrir...
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Jardim sem flores
Quão triste o jardim sem namorados,
sem abraços, beijos rasgados,
sem olhares famintos de amor...
Quão silencioso, perdido,sem vida,
sem flores, tela tão descolorida,
onde as árvores choram de dor
E é por isso que me sinto assim,
elo tão ou mais fraco naquele jardim,
onde me tomam por nada, sem cor!
Tristes dos que pensam, dos que passam,
que não vêm o interior da alma,
que não sentem o pulsar do coração,
que não vislumbram a face calma,
que nos enamorados, é paixão...
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No Meu Jardim
Vesti meu fato de hortelã,
calcei minhas luvas de cetim,
nos meus pés, pantufas de lá,
e perfumei meu corpo de alecrim.
Suavemente, entro no meu paraíso,
e a medo toco cada flor.
Em cada pétala, um sorriso,
um exalar perfume com amor.
Rodopio, danço de alegria,
e elas coram na fantasia,
como se este fosse o melhor mundo.
Paro um pouco, fito a realidade,
logo logo virá a tesoura, crueldade,
um corte, separação, sofrimento profundo...