IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outono
nunca será em vão
que te procuro,
e no vazio mais escuro,
ou no clarear por entre os dedos da mão,
renasces Outono
a cada ano,
a cada fiel estação...
é ver-te assim de mil cores,
de folhas caídas pelo chão,
de lágrimas (poucas),
de apertos no coração,
que renasce a esperança
em cada rebento colorido,
em cada vaso de barro ou de latão
em forma de orquídea,
haste firme, porte sofrido,
nas noites frias, a cada novo dia...
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outras árvores...
sinto que nasci árvore de mil folhas,
sendo que cada folha seria uma história de amor...
algumas caíram ao crescer, sem dor,
outras se agigantaram,
e a pouco e pouco, sinto que me vergaram,
por não quererem voar,
ou até, simplesmente planar
na brisa que passava...
(amar, é seguir viagem em qualquer estrada...)
passados tantos anos
a árvore crescendo quase até o céu,
contam-se os ramos,
as folhas ainda verdes, sem danos,
e novos rebentos espreitando a vida...
(amar, é uma longa estrada, quantas vezes proibida..)
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barco á deriva...
meu barco anda á deriva
num rio sem ondas,
sem margens que o acolha...
meu barco parece uma folha
numa rua deserta e sem saída,
e como a folha seca,
vai sendo levado pelo vento,
pelas chuvas de Outono.
triste fim, triste abandono...
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verdes são as folhas...
são verdes os teus beijos,
verdes como as maçãs de Agosto,
verdes como as folhas na primavera...
e de tão verdes, têm a frescura
do orvalho de cada fim de tarde,
a juventude que mora em teu rosto.
e por isso Amor, como roubar beijo teu,
se ao tocar os lábios meus,
o verde esperança de teus lábios
se transformaria em cores de Outono,
amarelo, laranja, vermelho e dourado,
e voaria ao sabor dos ventos?..
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Outono...(cair da folha)
https://1.bp.blogspot.com/outono+folhas++no+ch%C3%A3o,+ca%C3%ADdas.jpg
Caem as folhas na fria estrada,
como filhos largados pelos pais,
desamparadas, feridas de amor.
E nesse instante momento,
a recordação da primavera passada,
o bailar com o vento,
o aceno às pessoas que passavam...
Como foi curta a vida,
atroz e insensível
a transformação sofrida...
Percorrendo a estrada,
fria, de folhas enlameada,
lá vai o cantoneiro,
carrinho e vassoura na mão,
também ele insensível à ocasião...
E as folhas já moribundas,
pressentido o destino cruel,
se abraçam num acto final,
antes do fogo, antes da morte...
Triste fado...triste sorte...
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Leve Folha
http://seresteros.com/viagensdemero/wp-content/uploads/2006/12/folhas.jpg
Nada perguntes sobre mim
quem sou, o que faço aqui,
se existo, ao que vim...
porque não saberei responder.
Sei que nasci no vento.
e o vento me criou assim.
Folha leve, de muito querer,
que viaja com o tempo,
que adormece ao luar,
sonhando um dia chegar
ao monte mais alto.
E aí, quem sabe, vou saber
porque não soube responder...