IN OUT YOU

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Hora nocturna, sem desejos, em desvario,

hora morta, no silêncio que se impõem.

No seio de mim, bate forte o pensamento,

ruge, desespera-se na contradição...

No momento presente, neste ar que respiro,

parir seria eleição, gratificação talvez

para o deserto que em mim floresce...

Fazer nascer palavras, sentimentos, sonhos,

fazer nascer sem o tempo para dar à luz,

nesta hora nocturna, sem desejos, em desvario...

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Hoje, como ontem e anteontem,

não sei o que escrever,

não tenho palavras em meus dedos,

nem frases em meu olhar...

Hoje, como ontem e anteontem,

sou um ser não o sendo,

sou um pedaço ocupando este espaço,

matéria infértil, num tempo de colheita...

Hoje, como ontem e anteontem,

vou estar por aqui, relendo o que escrevi,

ou quem sabe "falando" com alguém...

(Há sempre alguém desse lado)

Hoje, como ontem e anteontem,

será momento de introspecção,

análise, caminhando pelo meu interior,

buscando respostas, soluções, sinais...

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Ficção

O deserto parece não ter fim...

olho em redor, linha do horizonte,

duna após duna,

e o deserto parece não ter fim...

Sentado em meu "camelo",

ou ao "volante do todo terreno",

areia atrás de areia,

nem um oásis pelo caminho.

Erosão temporal ou definitiva?

calma aparente ou suicida?

é assim que levo minha vida,

e eu me questiono novamente:

o deserto parece não ter fim....

NB: o texto tem a ver com o meu "deserto "de ideias....