IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
na janela...
a noite chega, devagarinho,
quase sem darmos por ela,
apenas o céu e o infinito,
as estrelas e a lua,
e o pensamento que se perde
no parapeito da janela virada para a rua...
queima-se mais um cigarro,
inventam-se "argolas" no fumo
lançadas no espaço... sem rumo.
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conversas na noite....
de lua luminosa, grande,
são as noites que abraço da minha janela,
tão demorados, quase eternos
os momentos que falo com ela,
antes que o tempo se vá arrepender...
se eu pudesse,
se mandasse no tempo,
cada noite seria um evento
só para te ver assim, luminosa e carente,
mas sou apenas um vagabundo como tu,
espreitando e sonhando,
e assim, sonhando mente
ao coração que pula e sente...
chega o amanhecer,
um raio de luz, um querer mais que querer,
um barco na crista da onda,
para me levar, sem ordem de voltar,
até onde o sonho quiser...
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olhando a lua...
correm as nuvens no céu,
apressadas, negras e temerosas...
entre um e outro espaço, a lua,
cheia, no tamanho e nas interrogações,
e eu fico pasmado na rua
sentindo-me tão pequeno,
mas repleto de emoções...
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outros jogos...
a cada manhã, chamavam pelo dia,
afastando a noite, as trevas,
chamavam pelos bichos do monte,
pela liberdade das aves.
na fantasia do momento,
esqueciam-se do lugar, do tempo,
do sol que os cobria em tons dourados
como se predestinados, abençoados...
tão loucos, tão sem memória...
perdidos nos jogos de sedução,
não viram chegar a lua, a noite,
e se perderam algures, na escuridão...
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o espelho e a sombra...
há um espelho,
a frente e o verso no espelho,
há uma imagem que a luz reproduz,
a sombra,
que não é o verso,
mas sim o inverso da imagem...
e há as fantasias
de vermos o que não se vê,
a imaginação,
a perigosa tentação
de ler o que não se lê...
há um não sei o quê
de te imaginar nua,
tua sombra propagada pela lua
num banco do jardim...
quem passa vai te possuindo
sem prazer, ou até fingindo,
mas no final, fica sorrindo
por estranho engano, a tentação do querer...
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um mundo só meu...
sei de um mundo,
um mundo que é só meu,
onde os rios são verdes prados
e os mares tapetes voadores,
onde as flores são perfumadas,
e as árvores tocam o céu...
Um dia, ramo por ramo,
com a certeza dos sonhos,
subirei, subirei bem alto,
saltando de estrela em estrela,
e falarei com a lua...
ah se a lua me quisesse perto dela...
sei de um mundo,
um mundo que é só meu,
onde as lágrimas se sumiram
e os sorrisos renasceram,
onde as palavras suspiram
nos corações que em vão sofreram...
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meu tempo...
esqueci do tempo,
das horas,
do nascer e pôr do sol,
como se a imagem de ti,
esperando teu despertar,
fosse meu tempo,
aqui ou noutro lugar...
sei que já mudaram as luas,
se calhar até as estações,
e eu me pergunto:
quantos anos passaram,
quantas estrelas na noite brilharam,
quanto de mim se perdeu
para me reencontrar??
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Lado noturno...
se te perguntasse noite,
de que são feitos teus sonhos,
teus receios, tua esperança??
de que são feitos teus caminhos,
se na noite, apenas vejo trilhos
que marcados pela luz da lua,
guiam meus passos perdidos??
Mas nada pergunto, noite...
a escuridão de que te vestes,
são mágoas que teu corpo encerra,
rosto sem imagem, sem coragem,
de um amanhã que podia ser luz...
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Como num Filme...
e como num filme do cinema,
passam as imagens, com ou sem legenda,
num turbilhão de acontecimentos,
num emaranhado de momentos,
preenchendo todo o pensamento...
e como é difícil quantificar, pontuar,
impossível esquecer,
se cada um foi o culminar
de tanto e tanto para viver,
de tanto e tanto a descobrir...
Lua, companheira de horas tardias,
sois testemunha do querer,
da felicidade e das fantasias,
que só alguns ousam entender...
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Amor eterno, Mar eterno...
Cada grão de areia é uma promessa,
uma semente eterna lançada ao mar,
que um dia há-de renascer em forma de mulher,
e feliz do homem, do marinheiro ou pescador,
que num lindo dia de sol, buscando um novo amor,
se encanta por tão belo ser...
Mar, meu baloiçar de dias de solidão,
ondas tristes se perdendo no areal,
cuidai dela, deste amor que renasceu,
e que um dia o destino me prometeu...
E vós estrelas reflectidas neste mar,
lua cheia, onde se perdem os incautos,
cuidai de quem julga cuidar de mim
se um dia o mar me enrolar, no silêncio sem fim...