IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
afago teus cabelos...
afago teus cabelos, ainda molhados,
com o toque carente de meus dedos,
fio por fio,
libertando aromas, talvez a maçã...
na pele, um leve arrepio
que se confunde com o fresco da manhã...
prendes no teu, meu olhar
numa irrecusável tentação,
como dizer não,
se todo o corpo é já um palpitar,
como dizer não?
como dizer não
à investida de teu corpo,
ao sussurrar de uma voz quente
no silêncio dos espaços?
tão fortes os abraços
quando o pensamento já ausente,
se rende aos fluidos
e nos unem num só...
como dizer não
se a loucura é um desejo presente,
como dizer não?
olhos nos olhos, o mundo não existe,
só a paixão teima, persiste
num novo ritmo, oh irrecusável tentação...
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as brumas na cidade
por entre as brumas da manhã,
em cada raiar do dia,
um olhar ao horizonte,
uma ponte no pensamento...
e são tantas as pontes,
as partidas e chegadas,
sorrisos, lágrimas, que importa,
são resquícios de saudade na madrugada.
abrem-se os braços
em longos abraços,
como pontes abraçando as margens,
fortes, eternos, como laços sem nós...
perco-me nas brumas da manhã,
entre o raiar do dia
e as pontes no pensamento...
talvez o horizonte seja ali... ali, no fim do tempo.
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um beijo na manhã...
vieram os pássaros, de longe,
nas asas, o perfume das manhãs de neblina,
no bico, as frases que fazem sonhar...
um a um pousaram em meu ombro
e deixaram recados no coração,
melodiosos, com seu cantar...
se eu fosse pássaro, se eu soubesse voar,
a cada levantar da neblina um beijo, no teu olhar...
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nos braços da manhã...
deito-me com os sonhos,
acordo nos braços da manhã...
os raios do sol afagam meu rosto
e sinto seu hálito num terno beijo...
faz tempo, tanto tempo
que não sinto o calor de um beijo,
a maciez, a frescura de um lábio
percorrendo, tacteando
um corpo sedento...
faz tempo... tanto tempo...
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em teu ventre, manhã...
horas tardias para quem, na madrugada
se perdeu, e lentamente
vai sulcando passo a passo
o ventre da manhã,
pedindo um cantinho, seu espaço.
faz-me falta o grito do amanhecer,
a luz do olhar,
o carinho de teu abraço,
o palpitar de teu corpo
na sede do querer.
horas tardias, tanto, tanto a dizer
em palavras que não se ouvem,
que se dissipam entre as quatro paredes...
só vós sabeis entender
o fogo dos sentidos.
esconde-te noite, deixa clarear,
renascer a emoção,
reacender o fogo do luar da paixão
por entre as estrelas...
deixa-me sair de teu ventre, manhã....
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aromas da manhã...
no ar fresco da manhã, os aromas,
as lembranças, as palavras
ainda ressoando no tempo,
com toda a gente que passa
com ou sem destino certo...
que importa... leva-as o pensamento,
as horas certas do relógio,
e nem reparam quem fica,
quem, no olhar, está ausente
ou tão só, só, no meio da gente...
o ar fresco da manhã, é uma ilusão,
é um escape, hipotética recaída
nos caminhos sem direcção,
ou trilhos perdidos...quantos, sem saída...
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nasceu o sol, meu amor...
nasceu o sol, meu amor,
e como é lindo o amanhecer,
como se o dia , em forma de flor,
perfumasse o nosso querer
qual bouquet em nosso regaço...
extasiados, solta-se teu abraço
num aperto que prende a alma,
e dá razão aos sentidos...
soltam-se de paixão os beijos
em espaços para tantos proibidos.
que importa a gente que passa...
nasceu o sol, meu amor,
cantam as aves em redor,
solta-se a música com tanta graça
que nós até esquecemos de fazer amor...
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Cinzenta a manhã....
pouco fértil a manhã
nas palavras que não direi,
nos pensamentos que não escrevi,
e nas noticias que não li...
O tempo está do avesso, eu sei,
e a ausência do que me prende
também me transcende,
desequilibrando o ser...
manhãs cinzentas, sem o sol nascer,
não deviam existir,
quando muito chamá-las quando quiser,
quando o amor não sorrir
ou a tristeza tomar lugar...
fecho as portadas de par em par...
no silêncio das quatro paredes,
por entre as nesgas de luz,
talvez veja alguma cruz
nesta saudade, que não mata, mas faz sofrer...
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manhã de domingo....
faz-se tarde na manhã de domingo...
palmilhando a areia molhada,
apenas eu e o mar,
e o zumbido de barulho lá longe
talvez do lado da estrada...
que importa, se são os carros
querendo estacionar,
ou as crianças chegando,
em algazarra para brincar...
continuo absorto nos pensamentos,
com a brisa sem teu perfume,
mas com teus encantos em meu olhar.
sabes, se me perguntares
de que cor era a manhã de domingo,
eu só saberei dizer que era azul,
azul como teus olhos celestes,
que nos meus se perdem sorrindo,
porque nada mais eu vi
ou então no areal eu me perdi...
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Manhã de sábado...
ri-se o silêncio neste tempo sem cor, sem luz,
sinto que o ouço...
ou serão meus cinco sentidos em lamento,
já sem discernimento,
pelo forte bater do coração?