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outros aromas...

Segunda-feira, 29.09.14

 

 

porta entreaberta,

silêncio na noite

e o brilho das estrelas...

pinto a aguarela

de negro e azul

que só os pássaros vão entender.

cansado,

reclino-me num sofá inventado

e tento adormecer...

 

estrelas, velai por mim,

não vá o mar me levar

e me deixe naufragar,

por entre os aromas de algum jardim...

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:55

voando no vazio...

Quarta-feira, 06.08.14

 

 

 

voavam nos espaços

como se fossem gaivotas,

livres como o vento

e as ondas do mar.

 

voavam nos espaços...

e riam, e sorriam,

como se não houvera marés

mas apenas um lago de calmas águas....

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:13

recordações...

Domingo, 27.07.14

 

 

 

tão fundo o mar,

e tão superficial

o arquivo das histórias,

o baú das memórias...

 

talvez o fogo

na ânsia de consumir, tudo apague,

mesmo o que nunca arde...

tão forte o poder das palavras,

mesmo as que ficaram por dizer...

 

tão forte o querer...sem querer...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:56

ilusões....

Domingo, 20.07.14

 

 

 

 

vinham de longe as gaivotas

e traziam os sonhos, as quimeras,

como os barcos que um dia partiram

e chegaram com noticias de outro mundo...

não sei se quero ler os sonhos

ou entrar no mundo das ilusões...

é tanto o mar, tanto horizonte a desbravar...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:05

lágrimas...

Quarta-feira, 02.07.14

 

 

 

 

 

corre um fio de água no meu olhar,

frio, transparente, quase cruel...

impossível conter, parar,

como se meu mundo fosse um mar,

onde desaguam os sonhos,

e os pesadelos... e os desassossegos...

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:47

manhã de março

Sábado, 15.03.14

 

 

 

manhã de Março, primavera em flor...

ouve, cantam as rolas, os melros,

tudo ganhou vida, tanta cor...

até o mar docemente morre na areia

e nos convida a entrar, qual canto de sereia...

manhã de Março... convite ao amor...

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 16:46

de quantas águas...

Terça-feira, 04.03.14

 

 

 

de quantas águas se faz um rio,

rio navegante para o mar,

de quantas lágrimas precisa um navio

para a bom porto chegar??

 

lágrima por lágrima, gota por gota,

lava-se a calçada pela saudade rota,

irrigam-se as faces pelas horas ao relento,

desesperam os olhos pelo desalento.

 

eis que chega o marinheiro

de muitos mares, do mundo inteiro,

habituado ao sabor das ondas, da tempestade,

e diz, "soltem as amarras, lancem o barco à liberdade..."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 22:12

tanto mar...

Segunda-feira, 24.02.14

 

 

  

lá fora já clareou o dia,

e hoje, até brilha o sol...

ouvem-se vozes de alegria

das pessoas que na rua

fazem compras, ou cochicham

da miúda que passa...

dizem que vai nua...

 

indiferentes, os pássaros no ar,

as rolas, as pegas, passarada em geral,

e é tanto o chilrear

que nem me lembro onde moro,

e este meu canto é à beira mar...

 

elevo meus olhos ao céu,

ao azul, antes do cinzento que há-de vir,

e esquecendo-me de mim, começo a sorrir,

tanto mar pela frente...um mundo que é só meu...

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:19

faz-se tarde...

Segunda-feira, 03.02.14

 

 

 

faz-se tarde...

 

pudera eu lançar a rede

e pescar todos os medos

espalhados nas veias,

todos os enredos

que me sufocam...

 

soltar-me dos grilhões

de todas as prisões,

romper todas as teias,

as agruras  que me tocam...

 

pudera eu ser mar,

ondas de rebentação

onde nada sobrasse,

nem do pensamento

nem do sonhar.

 

pudera eu ser infinito,

pedra, metal nobre,

um puzzle, um labirinto,

ou simplesmente o céu, que cobre

os pobres de espírito...

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 21:36

não há estrelas no céu...

Terça-feira, 21.01.14

 

 

 

correm os vultos na rua

como que imbuídos de chegar

onde o pensamento os leva.

atropelam, seguem em frente.

nada detém quem a pressa faz voar...

 

loucos, loucos e insensatos,

não pensam nem sonham

que o destino é uma cruz, um altar,

uma tábua... rio sem margem,

mar sem ondas, céu sem estrelas...

 

 

 

 

 

 

 

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publicado por Alexandrino Sousa às 19:21