IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
outros aromas...
porta entreaberta,
silêncio na noite
e o brilho das estrelas...
pinto a aguarela
de negro e azul
que só os pássaros vão entender.
cansado,
reclino-me num sofá inventado
e tento adormecer...
estrelas, velai por mim,
não vá o mar me levar
e me deixe naufragar,
por entre os aromas de algum jardim...
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voando no vazio...
voavam nos espaços
como se fossem gaivotas,
livres como o vento
e as ondas do mar.
voavam nos espaços...
e riam, e sorriam,
como se não houvera marés
mas apenas um lago de calmas águas....
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recordações...
tão fundo o mar,
e tão superficial
o arquivo das histórias,
o baú das memórias...
talvez o fogo
na ânsia de consumir, tudo apague,
mesmo o que nunca arde...
tão forte o poder das palavras,
mesmo as que ficaram por dizer...
tão forte o querer...sem querer...
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ilusões....
vinham de longe as gaivotas
e traziam os sonhos, as quimeras,
como os barcos que um dia partiram
e chegaram com noticias de outro mundo...
não sei se quero ler os sonhos
ou entrar no mundo das ilusões...
é tanto o mar, tanto horizonte a desbravar...
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lágrimas...
corre um fio de água no meu olhar,
frio, transparente, quase cruel...
impossível conter, parar,
como se meu mundo fosse um mar,
onde desaguam os sonhos,
e os pesadelos... e os desassossegos...
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manhã de março
manhã de Março, primavera em flor...
ouve, cantam as rolas, os melros,
tudo ganhou vida, tanta cor...
até o mar docemente morre na areia
e nos convida a entrar, qual canto de sereia...
manhã de Março... convite ao amor...
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de quantas águas...
de quantas águas se faz um rio,
rio navegante para o mar,
de quantas lágrimas precisa um navio
para a bom porto chegar??
lágrima por lágrima, gota por gota,
lava-se a calçada pela saudade rota,
irrigam-se as faces pelas horas ao relento,
desesperam os olhos pelo desalento.
eis que chega o marinheiro
de muitos mares, do mundo inteiro,
habituado ao sabor das ondas, da tempestade,
e diz, "soltem as amarras, lancem o barco à liberdade..."
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tanto mar...
lá fora já clareou o dia,
e hoje, até brilha o sol...
ouvem-se vozes de alegria
das pessoas que na rua
fazem compras, ou cochicham
da miúda que passa...
dizem que vai nua...
indiferentes, os pássaros no ar,
as rolas, as pegas, passarada em geral,
e é tanto o chilrear
que nem me lembro onde moro,
e este meu canto é à beira mar...
elevo meus olhos ao céu,
ao azul, antes do cinzento que há-de vir,
e esquecendo-me de mim, começo a sorrir,
tanto mar pela frente...um mundo que é só meu...
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faz-se tarde...
faz-se tarde...
pudera eu lançar a rede
e pescar todos os medos
espalhados nas veias,
todos os enredos
que me sufocam...
soltar-me dos grilhões
de todas as prisões,
romper todas as teias,
as agruras que me tocam...
pudera eu ser mar,
ondas de rebentação
onde nada sobrasse,
nem do pensamento
nem do sonhar.
pudera eu ser infinito,
pedra, metal nobre,
um puzzle, um labirinto,
ou simplesmente o céu, que cobre
os pobres de espírito...
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não há estrelas no céu...
correm os vultos na rua
como que imbuídos de chegar
onde o pensamento os leva.
atropelam, seguem em frente.
nada detém quem a pressa faz voar...
loucos, loucos e insensatos,
não pensam nem sonham
que o destino é uma cruz, um altar,
uma tábua... rio sem margem,
mar sem ondas, céu sem estrelas...