IN OUT YOU
Os encontros e desencontros são a luz que nos permitem avançar passo a passo, são vida em cada dia que passa
tarde de inverno...
tarde de inverno e desassossego,
tarde de domingo onde me prendo
ouvindo a chuva cair...
não se ouve um bater de asas,
um cão a latir,
tudo permanece quedo
mas eu sei que é tudo a fingir,
não vão acordar os fantasmas do medo.
se não fosse esta chuva, este enredo,
juro que inventaria asas de voar,
um caminho, um só sentido,
um paraíso, um abraço ao chegar,
um beijo (ainda que proibido),
mil histórias para contar
e acrescentar, num livro interrompido...
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NUNCA É TARDE....
(ficção)
Sente-se medo no ar...
Cada passo é dado milimetricamente...
cada sussurro... entre a língua e o dente...
a sombra foge da própria sombra...
e o olhar finge nada ver...
O caminhante pára para perceber,
não consegue descortinar,
o que estará a acontecer,
mas sente que há medo no ar...
Aqui e ali, notas soltas, recados,
ou mesmo tentativa de apanhados,
do que alguém sabe e não diz...
Incólume e sereno, figura erecta
como que caçando perdiz,
ei-lo, ajustando a pontaria certa,
colocando os pontos nos "is",
"guiando" o comboio nos carris...
(espera-se não encontrar passagens de nível sem guarda)
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ALUCINAÇÃO
https://farm4.static.flickr.com/146/354416012_2cb390591a.jpg
As folhas se agitam, rodopiam,
mas a árvore se mantém imóvel.
Ausculto e não sinto o vento,
nem uma brisa, algo em movimento,
e meus sentidos se arrepiam...
Olho mais uma vez...e as folhas rodopiam...
Estranha sensação, interna reacção,
medo do invisível, alucinação
a seres que nos vigiam...
Vinde até mim, presença irreal
matéria, algum fluido espacial,
eu sou parte de vós, real,
mas que poucos vêm, sentem...
Eu também quero ser anjo,
que só os iluminados verão,
quero estar aqui, ali, em algum coração,
ou sem perceberes, na palma de tua mão...
Eu também quero rodopiar a folha
quero te ver tentando me analisar,
(prometo não te assustar),
mas nunca vais me encontrar...
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PROCURANDO PAZ
(da Net)
Por entre entre arbustos e penedos
na escuridão agreste e fria,
apenas a lua me alumia
e me afasta destes medos
Medos sórdidos
rudes e mórbidos,
medos do que vem, ou há-de vir,
sombras do além, a sorrir.
Lua não te escondas,
não me deixes só,
de mim tem dó,
vê os vultos em rondas,
me perseguem,
esperam o momento certo
para me levarem,
para me crucificarem,
para me esventrarem,
para retirarem do peito aberto
o que há de melhor em mim,
Desejo de viver, amor sem fim...